22 de Setembro - Céu nublado

51 7 3
                                    

O dia hoje está nublado,é difícil distinguir ao certo quando o sol está no alto do céu, porém da pequena janela da minha cela é possível ver pequenos raios vindo na direção da prisão, algo que eu não vejo a dias. Talvez estejamos no inverno,não sei muito bem, estou perdido neste imenso período de tempo que estou passando preso nessa cela apertada junto com um velho senhor de oitenta e dois anos,que ao meu ver está sendo um dos motivos da minha sobrevivência nesse inferno de penitenciária.

Quem diria que o aluno número um da melhor faculdade de jornalismo de Pamplona estaria em um dos maiores presídios da cidade,coletando diversos casos e relatos,tendo até a possibilidade de caminhar entre ou presos,com um único diferencial! Esse repórter foi acusado injustamente por um crime que não cometeu,e está junto aos imundos presos atrás das grades.

Os dias aqui são surpreendentemente assustadores,tem uma certeza dentro de um lugar sujo desse! A certeza de que seu psicológico nunca mais será o mesmo,é uma mistura de medo e aflição.

Minha primeira noite foi a mais turbulenta,todos batiam nas grades enquanto eu passava com os ombros encolhidos de vergonha. Todos os presos usam um  macacão com listras laranjas e brancas. Eu me via caminhando até um corredor com uma única cela, o local onde eu jamais esperaria estar. Na primeira vista estava tudo bem, dentro da cela além de mim haviam mais dois homens que não foram com a minha cara,e para piorar já haviam lido a matéria que publicaram sobre o assassino de Pamplona,o que acarretou duas semanas de pura dor e SOFRIMENTO! Onde eu era obrigado a dormir no chão onde eles urinavam,além de ter que comer somente o resto de comida que eles deixavam na bandeja,o cenário de um verdadeiro inferno. Eu muitas vezes aqui dentro senti vontade de me matar e já tentei de diversas maneiras, porém sempre me barram, não sei o motivo, mas eles me querem vivo, talvez para que eu experimentei esse martírio, essa tortura.

Sabe? Mal dava para eu dormir, meus lábios tremiam por causa do frio e meu nariz coçava com a quantidade de poeira e sujeira que tinha naquela cela. Foram noites frias e turbulentas. Lembro-me das noites que eu passava com o meu pai na cabana de férias, lá era tão gelado e fedia a peixe morto por causa da represa abandonada, porém nada disso importava, até então eu estava com o meu modelo né? Tudo era tão mais fácil, tudo girava em torno da minha tão esperada liberdade, liberdade essa que eu sabia que estava longe, tão longe que mal sentir o cheiro das coisas eu conseguia, sentia apenas cheiro de sujeira e ferro, um cheiro podre e perverso que só me fazia sentir mais nojo desse lugar.

Diário de um injustiçado Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang