06 de outubro - Trocas valiosas

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Gritos, pancadas e sangue,um cenário que não sai da minha cabeça. Infelizmente meu sono não foi um dos melhores, porém eu levantei e comecei a organizar a Cela. O Stein ainda não havia voltado,mas eu sentia que estava tudo bem por lá.

O clima estava gélido e seco. Meu nariz começou a escorrer por conta do frio que corria pela Cela. Os guardas estavam cada vez mais atentos aos prisioneiros e os prisioneiros estavam cada vez mais atentos aos guardas,parecia uma série americana de relatos policiais.

Durante a tarde, um guarda veio até a minha cela e jogou um pedaço de bolo de chocolate. O bolo parecia ser bem gostoso,porém o medo falava mais alto,nesse inferno de penitenciária é fácil ser enganado,tudo indicava que poderia estar envenenado, mas mesmo assim eu peguei e enrolei em uma toalhinha de rosto,a fim de descartá-lo depois, mas quando eu peguei o pedaço de bolo nas mãos,ele esfarelou todo e em seu interior havia um papel. Confesso que me bateu um medo gigantesco,porém eu precisei abrir aquele Papel,que dizia em palavras claras e objetivas:

-Ei garoto,lembre-se de uma coisa: Na prisão tudo que fazemos pelo outro necessita de troca,e a sua ainda não foi retribuída. Me encontre na quadra da prisão hoje a noite,um guarda te guiará até mim.

O medo tomou conta do meu corpo,e eu apenas conseguia enxergar a minha vida passar pelos meus olhos. O meu coração palpitava forte e eu só tinha uma escolha,a escolha de ir encontrar o homem que poderia me matar com facilidade.

A tarde passou mais rápido do que o normal,e rapidamente escureceu. Os guardas então começaram a desligar as luzes das celas, e um desses guardas se aproximou ligeiramente da minha cela e esperou que seus colegas saíssem do bloco que eu ficava. Após todos saírem,o guarda retirou a chave da cela do seu bolso e abriu a grade. Logo depois ele me puxou para fora e me levou até a quadra da penitenciária. O guarda era alto e moreno,era difícil enxergar o seu rosto por conta do escuro do bloco,porém ele estava com o coração muito acelerado,o coração dele palpitava ainda mais forte que o meu.

Depois de caminhar um pouco nós chegamos na quadra,e lá eu encontrei o famoso "diablo", ele estava sentado em uma cadeira enquanto outros presos protegiam ele. O Diablo então se levantou e pediu que eu me sentasse. Confesso que fiquei muito assustado,mas eu não tinha muitas escolhas. Ao sentar,o Diablo começou a rir e me entregou uma caixa de sapato e logo depois disse em voz baixa:

-Sicario espanhol né? Você? Um garoto fraco desse matou duas pessoas? Aí garoto, você é fraco,porém me surpreendeu com a maneira que falou com aquela rolha de poço. Então entrego em suas mãos a minha mais importante mercadoria, cuida bem dela tá bom.

Os meus olhos não escondiam a raiva que eu estava sentindo,o meu sangue estava subindo cada vez mais rápido a cabeça e eu só pensava em surrar aquela cara demoníaca, porém eu apenas peguei a caixa e agradeci por ele ter salvado o meu amigo.O guarda então me puxou com força e me guiou até a cela. Chegando lá apenas coloquei a caixa de lado e deitei na cama fria de concreto,nada mais me abalava naquele momento.

Diário de um injustiçado Onde as histórias ganham vida. Descobre agora