54 Luz que me traz paz...

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Donga,

Levo os seguranças no meu carro, mesmo puto. Eles estão tensos, ninguém troca ideia, ninguém zoa como acontece normalmente. Caralho, como dialogar com pessoas que tu não sabe se estão do seu lado ou contra? Ai também é barra...

Isso além de me deixar pistola, me deixa magoadão, sabe como? Curto resenhar com eles, mas até aqui mesmo, no carro, vem um pressentimento que a qualquer momento um vai me atacar por trás. Em contrapartida, se eu for ficar assim não vivo mais. De uma forma ou de outra, deveria confiar pelo menos nos meus seguranças pessoais, que foram escolhidos a dedo. Eles quem protegem minha vida, se nem neles eu confiar, como fica?

Desencadeio uma conversa qualquer, usando a desculpa de querer saber como a família do Gereba reagiu. Parece que eles esperavam por essa desobstrução para voltarem ao normal. Relatam que a mãe dele passou mal, a esposa surtou, e tem a questão dos moleques dele, dois garotos de cinco e sete anos. Dá o maior dó das crianças. 

Voltamos as boas do nosso modo. O coração em luto, também causa uma união mesmo que involuntária. Gereba tava sempre com nós nas resenhas, era engraçado a beça.

Tô boladão, preciso da minha branquela, papo reto! Ela ameniza qualquer porra que eu esteja sentindo. Sou outra pessoa com ela, na rua sou o Donga, com ela sou o Saulo. Não tem estresse, não tem raiva que ela não me faça esquecer, é impressionante!

Os amigos me zoam e tudo, mas tô apaixonadão mesmo, que se foda!

Subo às escadas com passadas largas. Ela ainda está no quarto, mas observei que deu uma organizada nas bagunças e a louça que estava na pia foi lavada. Ela é um nojinho com sujeira, não gosta de jeito nenhum.

Ela tá no celular quando varo pela porta, a tv ligada pras paredes. Vive nessa merda, não sei o que tanto faz em rede social. 

- Oi, meu amor... mandei mensagem e você não viu. Demorou, hein... - Esboça um sorriso largo ao me ver. Sai daqui dizendo que já voltava, nem imaginei o que me aguardava...

Como estamos na casa da minha mãe, tem comida a rodo, porque nem tempo de mandar entregarem uma quentinha pra ela aqui, eu tive.

Me livro do boné e descarto no chão. Pela parte de trás da gola da camisa, a tiro facilmente, olhando para ela com o semblante enfezado. Tô me sentindo carregado, cansado. 

Caminho para cama e desço a calça antes de chegar nela. Tiro os pés dos arcos caídos no chão e tomo o celular de sua mão, mandando em algum lugar do colchão. Certamente ela está perdida, sem saber o que está acontecendo. As mãos ainda continuam na posição, como se o celular ainda estivesse ali. De alguma forma, ela sabe que meu problema não é com ela, pelo contrário. 

Puxo seu pulso e ela vem a mim de joelhos. Boto seus braços no meu pescoço e, apressadamente, levo as mãos em suas coxas para as abrir e deita-la atravessada na cama. Paro sobre ela, cheirando a pele da curva de seu ombro, seus cabelos, como se ela fosse uma carreira de pó capaz de me dar onda.

Beijo ambicioso, trilhando um caminho molhando até encontrar sua boca, que devoro com uma urgência fodida. Ela é tão pequena, tão macia, delicada. Ainda usa minha camisa, embora o cheiro de sabonete indique que deve ter tomado uns dois banhos. É a cara dela, toma banho toda hora. Muito cheirosa...

Enquanto quase arranco sua boca, sem dar brecha nem para respirar, liberto meu pau da cueca. 

- Preciso te comer... - murmuro. Sugando seus lábios e sua língua, uso as mãos para rasgar o tecido frágil de sua calcinha, que estava embaçando meu caminho. Ela solta um suspiro perplexo. Não esperava por isso.

Love no Morro da Liberdade 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora