36 Entre razões e emoções...

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Donga,

Após jogar tudo dentro dela, caio mortão no sofá espaçoso; cabe de boa nos dois lado a lado.

Pô, ela ajoelhada na minha frente com aquele olhar inocente, pedindo pra...porra! Quase gozei, mané, me controlei um tantão!

Assim que ela veio com papo de romance, normalmente eu teria saído fora, como sempre faço, ou teria deixado ela lá no baile e vazado. Mas como que deixa? Imaginar ela soltinha, vagabundo chegando... ai complica, né, cumpadi...não dá!

- Donga... - Ela me chama, a voz fraca. - E agora? Você fez dentro, eu não tomo remédio. - Deita de lado, para me olhar melhor.

Tombo a cabeça em sua direção também, levando meu braço para pôr sob sua nuca. Ela se acomoda no meu ombro, dando beijos modestos no meu pescoço, acariciando meu peitoral. É... esse bagulho tá indo longe de mais. O foda é que eu me amarro quando ela se demonstra rendida assim. Minha cabeça deu tiuti, papo reto! Bagulho que sempre repugnei, que é melação, com ela tô curtindo.

- Esquenta não; mando buscar uma pílula do dia seguinte pra tu, depois. - Me estico para tirar uma almofada de trás dela e botar sob minha cabeça, melhorando minha posição.

- Tem medo de engravidar? - Jogo minha perna por cima dela, beijando sua testa, sentindo o cheiro do cabelo. Tô paradão nesse cheiro. Mó bom!

- Deus me livre, nem brinca com isso! - Ela faz o nome do pai. - Está repreendido em nome de Jesus!

Atravesso um sorrisinho sem dentes no rosto, avaliando seu semblante atordoado com a ideia da gravidez.

O que tu tem, hein, garota? O que tu fez a ponto de me tontear dessa forma? Me arrastou e nem imagina...

- Você é muito novinha ainda, tem que cuidar mesmo. Não é hora de você ter filho não. - Tiro um fio de cabelo preso em seus cílios. - Mas já aguenta fortão! - Rindo, roubo um selinho e ela cora.

- Você bateu na minha bunda e está dolorido... - Ela dobra o lábio inferior, num beicinho manhoso.

Espicho o pescoço para conferir o estrago, rodando seu corpo no sofá pelo quadril e deixando a bunda para cima, à mostra. As marcas dos meus dedos foram impressas perfeitamente em sua pele. Peguei pesado... quem manda ser gostosa?

- Nossa...amanhã isso ai vai estar igual a uma berinjela de tão roxo... - Ela também se espicha para ver.

Aliso o local com a mão em círculos, dando só mais um tapinha, sem nenhuma força. Muito linda essa raba.

- Te marquei! - Falo, repousando a cabeça na almofada, a trazendo junto. - Pra tu se lembrar de mim pelo resto da semana toda!

- Ai, Donga... Já está vermelho e você bate mais? Palhaço! - Com uma careta de dor, ela acerta um tapinha no meu peito.

- Temos que pôr algum remédio nesse seu corte ai, antisséptico, algo assim...- A ponta de seu dedo contorna o ferimento na minha cara.

Visão, devia ter arrebentado mais o Samuel, bati pouco.

- Tchun! Mané remédio! - A olho torto, crispando a testa.

- Hum... - Ela prende o riso. - Não arde! Não precisa ter medinho. - Deixa escapar uma risada.

- Ih... coé, cheia de piadinha tu! - Deito de barriga para cima. - Já tomei tiro, engraçadinha, isso aqui é fichinha!

- Tiro?! Como?! Onde?! - Ela se levanta sobre seu braço, procurando pelo meu corpo.

Rolo, mostrando a parte externa do meu bíceps, pondo o dedo na cicatriz coberta por tatuagens. Ela toca a marca, suas duas bolas verdes quase saltando.

Love no Morro da Liberdade 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora