60 °Possessivo

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A mensagem no meio do capítulo é grande, mas nn pulem, tem mta coisa ali que é necessária vcs lerem.

Donga, 

Me dirijo até a cama e me acomodo, tonteado. Curvando a coluna para frente, afundo o rosto entre minhas mãos, buscando organizar meus neurônios. Após uns dois minutos quieto nessa posição, passadas suaves repicam pelo quarto.

Jessy solta minhas mãos e eu levo meus olhos para os dela acima de mim. 

— Eu tô aqui para você... Sempre vou estar, Donga. Você e eu nascemos para ficarmos juntos. — Se encaixando na abertura das minhas pernas, ela passa meus braços circulando sua cintura e acaricia meu rosto delicadamente, certa de que é seu melhor jeito de me convencer.

— Jessy... — Sem muito tato para me expressar, puxo meu rosto de suas mãos. Ela o agarra com mais tenacidade e firmeza, virando para ela.

— O amor que tenho por você é maior que tudo, Donga! Me dá uma oportunidade, me deixa fazer você esquecer ela...

Ela interpretou errado seja lá o que tiver acontecido entre nós ontem. E eu se quer tenho discernimento para resolver nada agora.

— Nem sei o que vai rolar... Tenho que conversar com ela primeiro e te dou o papo depois, pode crê? — Removo suas mãos do meu rosto, ficando em pé e pronto para sair. A Jessy tá chatona hoje e, pela milésima vez, me impede, plantando seu olhar sem esperanças de frente para o meu, a mão singelamente tocando meu braço.

— Se você falar com ela, sei que vai se deixar levar. Se você amasse ela tanto quanto acha que ama, não teria transado comigo daquela forma! — Suas mãos atracam em minha nuca. Ela se levanta na ponta dos pés para me beijar com ansiedade, parando só para falar.
— Você disse que sentia minha falta enquanto me olhava e entrava em mim... — bafora as palavras nos meus lábios. — Ontem foi como transávamos antes de ela aparecer, meu amor... Você pode não se lembrar, mas eu lembro de cada detalhe. Você me deseja, eu sei que sim! Mexeu com você o que sua irmã disse, porque tu sabe que ela não mentiu, sabe que a mulher ideal para você sou eu! Se você for atrás dela, ela vai te envenenar de novo...

Eu evito seus beijos. Com insistência, ela me puxa cada vez mais. 

— Me solta, cara! — Finalmente consigo tirar ela de cima de mim, usando certa força. Me adianto para a porta, escutando sua voz desconsolada antes de abrir.

— Eu aceito ser sua amante, Donga! — Hesito um instante, a mão na maçaneta. — Se ela te perdoar e vocês voltarem, eu não me importo em ser sua amante, só não quero te perder de novo. Ela te tirou de mim uma vez e entendo que ela seja uma experiência nova, carne fresca e que por isso você esteja assim tão enfeitiçado, mas não me abandona de novo. Eu não vou aguentar...

Sem olhar para trás, saio com aquilo no pensamento. Não sei se daria certo manter às duas. Eu não sinto nada pela Jessy, nem o mesmo tesão de antes. 

Pulando pelas escadas, confiro as horas no celular. Meio-dia e meia. Ela já saiu da faculdade...

Minha irmã e o Cavera estão sentados no sofá, conversando baixo e cheinhos de intimidade. Ele sabe muito bem que não curto essa aproximação deles com a Manu. Ela não é santa, tô ligado, mas tem só quinze anos.

— Rala de perto da minha irmã, vagabundo! — Meto serinho e ele sorri sem graça, arredando pro lado. 

Encaro a Manu, deixando bem claro que não gostei daquilo.

— Vou ver como a Jessy está! — Mais que de pressa ela se manda escada acima.

— Cola ai, tu! — Chamo o Cavera com uma jogada de cabeça e continuo meu caminho para fora da casa.

Love no Morro da Liberdade 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora