63 Eu desisto...

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Continuem interagindo e capítulos virão... tipo magia 😉

Eloá,

Não consegui dormir nada. Não quis ficar na Duda e preferi vir para casa depois de presenciar... aquilo. Mas não dormi. Passei a noite acordada, me martirizando e chorando, me perguntando o "por quê"?

Por que ele fez isso? Por que ele me traiu, se estávamos bem? Estávamos felizes. Assim pelo menos, eu achava...

Não fui para faculdade hoje, e amanhã, sexta, também não sei se vou. Minha mãe certamente questionou o motivo dessa minha tristeza, já que pela manhã veio me beijar - como faz rotineiramente antes de ir para o trabalho - e percebeu meus olhos inchados e olheiras da noite em claro. Mais uma vez, eu menti. Disse que o motivo é a gravidez da Mia. Pura mentira! 

O amor que sinto por ele é tão egoísta, que não me permite sentir mais nada, por mais ninguém. Donga passou a ser o único motivo da minha alegria ou da minha tristeza e decidi me libertar disso!

Preciso me libertar. Não é saudável nenhum pouco essa dependência emocional que tenho. Devo me amar em primeiro lugar, me priorizar. 

Porém, não é tão fácil assim...

Não sai da minha cabeça, e dói. Meu coração dói, meu corpo dói. É uma dor infernal e constante, que parece nunca ter fim.

Fechando os olhos, ainda posso reviver o momento. Poxa... uma segunda decepção em menos de meses.

Qual pecado tão grave eu cometi para ser castigada dessa maneira tão cruel?

Meus olhos ardem; nem lágrimas tenho mais. Já chorei todos os litros existentes no meu corpo, já esgotei todas minhas forças!

Será que vou superar isso?

Me envolvi tanto com ele, tanto, que não cogitei a possibilidade de um fim. Lidar com esse fim imprevisto, é duro. Muito duro! Ainda mais porque estávamos numa boa fase. Não tinha motivos, cara!

Tudo que eu pude, eu fiz. Me dediquei a ele, tentei dialogar, ajudar ele. Nada adiantou!

Será que foi pelo sexo? Jessy deve ser bem melhor que eu na cama. Eu não sei nada, ele tinha que me ensinar e ter paciência. Pode ter enjoado, desejado alguém com mais desenvoltura e que o conhecesse melhor que eu. Tipo... ela!

Minha mãe não queria ir trabalhar. Preocupada, disse que iria faltar para me fazer companhia. Eu neguei, insisti que ela fosse. Esse tempo sozinha é essencial para mim.
 
Bloqueei o Donga de tudo; a intenção é esquecer que ele existe, mesmo ainda sendo uma briga interna, torturante, com seu cheiro ainda presente - mesmo que imaginário - na minha pele. O beijo tão vivo nos meus lábios, os toques, a saudade dos momentos juntos...

É o purgatório!
Sinto que irei enlouquecer sem ele!

Era tão bom...

Como ele pôde? Como? Machuca muito... muito!

Nunca mais irei amar assim, tão perdidamente. É como se ele fosse a única opção possível para mim, não me vejo com alguém que não seja ele. Ele foi e sempre será, o amor da minha vida. Mas irei guardar esse amor bem no fundinho do meu coração para sempre em uma caixinha e jogar a chave fora. 

No auge do meu sofrimento durante a madrugada, dobrei os joelhos no chão e orei, pedindo a Deus para arrancar esse amor do meu peito. Ontem pedi a Deus que me ajudasse a odiá-lo. Deve ser pecado pedir algo assim, mas não aguento mais amar alguém que me magoou tanto. Chega a ser torturante!

Me forço a pegar o celular, que desde ontem deixei de lado. No insta, tudo normal. Me sinto de luto e as outras pessoas seguem suas vidas plenamente.

Dani postou uma foto pelo aniversário do Matheus em seu status. Ele é da nossa turma, um grande amigo. Bem, amigo nem tanto, porque amigos não querem beijar a amiga - e ele tem uma queda por mim. Não chega a ser grande coisa, mas ele não faz questão de esconder.

Love no Morro da Liberdade 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora