96 Quem ri por último, ri melhor.

9K 998 830
                                    


SE VOCÊ É SENSÍVEL, NÃO LEIA OS DOIS CAPITULOS A SEGUIR. CONTÉM CENAS FORTES DE TORTURA.

LEMBRANDO QUE ESTE É UM LIVRO DE FICÇÃO. A FACÇÃO CRIMINOSA CITADA AQUI NÃO EXISTE, FOI INVENTADA, E TUDO QUE SE PASSA NESSE LIVRO É RESULTADO DE IMAGINAÇÃO. QUALQUER SEMELHANÇA COM A REALIDADE É PURA COINCIDÊNCIA. NÃO APOIO NENHUM TIPO DE VIOLÊNCIA.⚠️

>>>>>>>>>>>>>>>>><<<<<<<<<<<<<<<<
Donga,

Intrigados pela revelação, todos os olhares voam e se concentram no Cavera e no Papagaio.

— Donga, não sei que papo é esse... — Papagaio, cabreiro, se defende, adiantando um passo em minha direção.

Estendo a mão; um modo de mandar que ele faça silêncio, que fique onde está. Retorno a atenção para o Cavera, pedindo que continue, porque o papo está interessante.

— Explica! — Deito medianamente a cabeça de lado, interessado e muito puto.

Não duvido do Cavera, ele já havia me adiantado as suspeitas que tinha do Papagaio. Apenas quero saber mais.

Enquanto estive internado, mantive contato com as lideranças da Fac. Eles estão cheios de ódio pelo ocorrido aqui na favela e pelas covardias que vêm acontecendo impunemente. Recebi total aval para tomar as providências que fossem necessárias, até descobrir quem estava agindo contra nós. E, assim que o responsável fosse descoberto, poderia eliminar o mal pela raiz da forma que eu julgasse apropriada.

Venho de um tempão limpando o nome da comunidade devido às águas passadas. Há muitos anos esse tipo de sujeira não acontecia por aqui. Vou fazer jus a responsa que me foi designada. O Liberdade vai voltar a ser o que era antes.

— Tipo que como? Eu te passei a visão referente as suspeitas que eu tinha, tu se lembra? — Cavera pergunta, baixando a arma, já que agora todos os outros estão mirando no traidor.

Assinto. Seus olhos passam para o Papagaio.

— Tive a confirmação, assim como te falei que teria em breve. Esse mula tá fechado com Rodrigues, ele quem passou o Gereba!

Os outros seguranças se afastam para trás, geral como? Indignados! Inconformados!

Papagaio permanece mudo, a cabeça inclinada, a aba do boné tampando seus olhos.

— Eu andei trocando umas ideias com um e outro... Descobri que na noite em que o Gereba morreu, Papagaio foi o único que saiu do posto com a desculpa de que a mina dele estava passando mal. Disse pros moleques que iria levar um remédio pra ela. Isso foi perto de meia-noite. Ninguém desconfiou de nada. Ele foi esperto, deve ter mandado mensagem pedindo pra mina ligar minutos antes. Raul e o Piu estão de prova, podem confirmar meu papo. Diz ai, Piu! — Cavera mexe a cabeça em direção a ele, que abre um passo a frente, a bandoleira do fuzil pendurada no ombro, os braços em x junto ao corpo.

— Com a liberdade da palavra, Donga, é isso mesmo. A gente tava de plantão na tua base quando Papagaio recebeu uma ligação, tá ligado? Parecia ser a mina dele, pelo desenvolver da conversa. Logo depois ele desligou, disse que precisava levar um remédio pra ela, porque ela estava sentindo dor. Não entrou em detalhes, foi evasivo quando a gente questionou o que ela tinha e pá. Ele disse que seria rápido, que não iria te incomodar só por esse motivo. Por isso não te avisou. Ninguém se meteu, saca? Ele é nosso chefe e respondemos a ele, não o contrário. — Ele silencia, finalizando o depoimento.

Um movimento meu de cabeça, permite que ele recue de volta ao lugar.

Cavara prossegue:

— Raul não se encontra no momento, mas ele pode te confirmar a mesma história. — Expesso trivialidade com um abano de mão, dispensando essa necessidade, ansioso pelo resto.

Love no Morro da Liberdade 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora