28 Mais uma vez

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Eloá,

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Eloá,

Duda me conforta. Deitada em seu colo, em sua cama, ela ouve minhas queixas. Relato minha primeira vez à luz da lua, vendo às estrelas. Como gozei mais de duas vezes perdidamente e de como Donga destruiu tudo no final.

Ouvir da Duda que eu não deveria criar expectativas, é uma coisa; meu coração entender, é outra.

- Du...Acho que me apaixonei por ele... - Viajando no teto do quarto dela, com a cabeça em suas pernas e sentindo seus dedos penteando meus fios, escancaro meu coração.

- Eu tenho certeza! Não podia, né, cabeção! - Ela me acerta um tapa fraco na testa - Te avisei como as coisas funcionam, te disse como ele é. Mas entendo que no coração ninguém manda... - Ela gira o dedo em espiral numa mecha do meu cabelo.

- E agora, Duda? Foi horrível a forma como ele me tratou! Queria sentir raiva, mas senti só na hora. Agora estou aqui... revivendo minha noite e querendo morrer por saber que provavelmente nunca mais se repetirá.

- Não sei, amiga... queria muito ter uma resposta, mas não tenho. Não sou experiente com essas coisas, você bem sabe. Minha primeira vez também não foi com um dos melhores homens...

- Por que os homens são assim, né? Para eles tudo se resume a sexo, são tão frios.

- Sei lá... É a natureza deles, eu acho. Ou nós mulheres é que somos muito sentimentais. E olha, para ser bem sincera, esses bandidos ainda conseguem ser piores, tá? Já comentei com você.

- Já, sim... Aff! Melhor a gente dormir!

Tomamos um baita susto ao descobrirmos que já são três da manhã e ainda estamos sem sono.

Como amanhã Duda organizou uma pequena resenha, não podemos dormir até muito tarde. Os amigos dela chegam às duas e meia, mais ou menos. Então, mesmo sem nada de sono, nos obrigamos a dormir.

Com as luzes já apagadas, rolo para o lado - de costas para Duda - e deixo algumas lágrimas caírem silenciosas, para ela não escutar. Não quero mais encher seu saco com chororô. Ela já me aguentou demais por hoje.

Mas, mesmo com meu esforço, ela escuta.

- Amiga... - ela procura minha mão no escuro, a segura e aperta. - Entrega nas mãos de Deus. O que for para ser, será!

Duda é incrível, sou muito grata por te-lá como amiga.

- Obrigada, amiga. Te amo! Boa noite! - devolvo o aperto.

É... preciso me conformar de que não tenho sorte no amor.

Dormimos até meio-dia do dia seguinte. A conversa até tarde nos rendeu boas olheiras.

Tomamos banho e nos arrumamos. Roupas básicas é o que vestimos: shorts jeans, havaianas brancas e blusinhas de alça. Nossas roupas são praticamente iguais.

Love no Morro da Liberdade 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora