2° Primeira vez no morro

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Eloá,

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Eloá,

Hoje, definitivamente, não é meu dia. Acordei atrasada para aula e para ajudar meu cabelo está péssimo. Em plena sexta-feira tudo que eu queria era poder faltar e ficar dormindo, mas tenho que tentar ser alguém na vida. Então, vamos na força do ódio mesmo.

Reviro os olhos enquanto tento, pela milésima vez, prender um rabo de cavalo que não fique todo torto. Por fim, desisto e opto por um coque de qualquer jeito. Estou usando minha velha calça jeans azul clara, tênis e uma camiseta preta. Não sou muito ligada á aparência e tenho preguiça de me arrumar.

- Cadê a porcaria dos meus óculos? - Com meu mau-humor matinal crescente a cada segundo, procuro em todos os cantos meus malditos óculos de grau.

Não que eu seja cega e nem nada, mas gosto da maturidade que eles me dão. Mesmo no auge dos meus (incríveis?) dezoito anos, não perco a cara de criança. Outro dia, uma senhora na fila do mercado perguntou se eu deveria estar bebendo quando me viu depositar algumas long necks de cerveja no caixa. Eu e o Luiz estávamos comprando a bebida para ele, eu nem bebo. Não por ter quinze anos, como a senhorinha chutou, eu só nunca experimentei e nem sinto vontade.

Desisto de achar os meus óculos. Com a mão na testa, bufo, frustrada. Quando estou assim, estressada, sinto vontade de chorar. Então, para aliviar, começo a jogar tudo: livro, caderno, bolsa.

Eu queria muito mesmo, não precisar ir para aula hoje. Essa coisa de namorar está mexendo com meus nervos, e brigar com o Luiz - meu namorado -, me deixou extremamente exausta.

A verdade é que estou farta de brigas, ainda mais, porque é sempre pelo mesmo motivo: ele não me passa confiança.

É, na teoria essa coisa de ser segura de si, é simples e descomplicada. Na vida real é uma merda!

Venho notando certas atitudes dele, que me deixam com a pulga atrás da orelha. Na boa? Uma grande família de pulgas, sendo bem sincera. Tipo, ele sempre tem desculpas para não vir me ver, o celular toca e ele sai de perto pra atender... Esse tipo de coisa, sabe?

Ontem ele estava on-line no WhatsApp até tarde da noite. Fiz questão de contar o tempo, que foi bem longo. Falando com quem? É a pergunta que não quer calar.

Esse foi o motivo da briga.

Tem também o fato de ele sempre me cobrar por eu não querer transar agora.

Eu quero transar, não é esse o ponto. Acontece que sinto que devo esperar mais um pouco. É uma questão de querer ter absoluta certeza.

Namoramos há três meses. Tá! É um tempo razoável, eu não deveria pensar tanto. Ele é meu namorado, eu gosto dele, fim. Parece simples, se não fosse pela minha insegurança.

Love no Morro da Liberdade 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora