25 Caminho sem volta

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Eloá,

Donga para grande e altivo em minha frente. Não consigo pensar, tudo gira. Não sei se pelo álcool ou pela sua presença impactante.

- O que você quer? - Ando de ré até bater as costas na pia. Com as mãos à tateio, procurando me firmar para não cair, de tanto que esse olhar me enfraquece. É um olhar selvagem, faminto.

Sua mão ainda não soltou a maçaneta, o maxilar travado e seu semblante duro e nublado como um céu em dia de tempestade.

O ar dentro dessas quatro paredes não existe mais. Apenas a presença dele me queima por dentro.

Por fim, ele solta lentamente a maçaneta.

Tenho a impressão de que tenta se conter. É difícil saber ao certo.

Quanto mais ele diminui nossa distância, mais eu me encosto na pia, quase subindo nela.

Frente a frente comigo, o cheiro de cloro em sua pele, com o vestígio fraco do perfume, me embriagam de tal forma que me policio para não revirar os olhos.

Ele aproxima vagarosamente seu nariz do meu pescoço.

Me mantenho dura como uma estaca, e ele inala profundamente o cheiro do meu perfume novo, soltando o ar quente na minha pele.

Isso me arrepia inteira.

- Tomar no cú, pô! - agarrando-me pela cintura num solavanco, e colidindo nossos corpos, ele brada irado.
Enterra a mão oposta sob os fios dos meus cabelos e domina minha nuca, roçando os lábios no meu ouvido.

Me estremeço completamente.

- Você sabe o quanto eu quero te foder desde que te vi? - Sua voz é grave, máscula. - Ai você aparece na minha casa com essa roupa, gostosa desse jeito, cheirosa que só a porra! Tu quer me foder, caralho? - Sou imprensada contra a pia. Sua mão nas minhas costas, se abrindo imperiosa, deslizando pelo tecido do body até a curvatura da minha cintura. Depois, subindo lenta no sentindo da minha barriga e seios, onde ele aperta.

Ele também segura meus cabelos firmemente, então olha fundo nos meus olhos, trincando os dentes.

- Você tá indo por um caminho sem volta... - seu olhar fundo e tenebroso, se aperta, me causando uma mistura de desejo, medo, ansiedade e tesão.

Ele me confunde plenamente. Jamais provei nada parecido.

Minha boca deseja a dele mais do que qualquer coisa nesse mundo. Estando assim, tão perto desse desenho divino que são seus lábios, só imploro internamente que ele me beije logo.

Quero sentir cada pedaço dele. Quero esse homem tanto, tanto. Ele nem imagina.

- Donga... - a desinibição da bebida me faz ter a ousadia de levar a mão em seu abdômen. Sua pele está fria. Subo a mão atrevida até seu peitoral lisinho e enrosco meus dedos em seus cordões de ouro. — Eu...

Umedeço os lábios, incapaz de dizer qualquer palavra a mais.

Ele olha fixamente para minha língua, que acaricia a carne da minha boca, e sua mão aperta ainda mais meus cabelos. Seu corpo quase se funde ao meu.

- Fala! Pede pra eu te soltar! Me impede de fazer essa merda! - Ele respira pesado, a testa franzida. Suas olheiras se escurecem mais, conforme suas pupilas se dilatam de apetite carnal.

- Não... consigo... - Meu coração bate tão forte, que posso sentir ele em minha garganta e… entre minhas pernas.

Busco o ar, mas ele não chega aos meus pulmões.

Love no Morro da Liberdade 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora