- Impressão sua, eu estou ótimo. Quer acrescentar algo mais ao seu café da manhã?
Olhei a bandeja com ovos, bacon e um copo de suco que ele trazia até mim e sorri, embora não estivesse absolutamente convencida de que ele estivesse bem.
- Olhe o que eu trouxe. - Falei ao tirar dois potes da mala. - Um é da Diana, então só podemos comer este aqui agora.
- O que é isso?
- Paçoca. É um doce típico do Brasil, mas deve combinar com o café da manhã. Você se importa?
- Claro que não. - Ele enrugou o nariz e balançou a cabeça indiferente, se sentando ao meu lado. - Pode colocar na bandeja.
Retirei o lacre plástico da tampa e abri o pote, fazendo como meu amigo instruíra ao colocá-lo na bandeja, ao lado do suco. Quando ergui os olhos para ele, no entanto, me peguei convencida de que algo estava errado ao encontrá-lo encarando, impassível, o pote de paçocas da Diana, embora com uma sombra perceptível de tristeza no olhar.
Eu estava prestes a perguntar qual era o problema quando a porta se abriu atrás de mim, chamando minha atenção.
O primeiro a entrar foi Thomas. Ele olhou para Matt por um pequeno segundo antes de se voltar para mim, então se aproximou devagar sem desviar seus olhos dos meus e sem demonstrar nada.
Minha mãe entrou em seguida, e então veio o Georgie. Eles pararam próximos ao sofá - minha mãe de braços cruzados e Georgie apenas como um apoio silencioso para ela - ao passo que Thomas se sentava na cama ao meu lado.
Encarei os três recém-chegados por um momento antes de me voltar para Matthew. Meu amigo agora se mantinha cabisbaixo, encarando as próprias mãos como se já soubesse o que viria pela frente. No entanto, não dizia nada. Aliás, pelos primeiros e intermináveis segundos ninguém disse nada. Era como se todos - menos eu - soubesse de algo, mas ninguém tivesse coragem de falar primeiro.
E então senti as batidas do meu coração se tornarem progressivamente mais pesadas, até o ponto em que eu deixei de senti-las. Senti minha respiração se perder em algum lugar no meio do caminho entre meus pulmões e minhas narinas. Senti um calafrio gelado e eletrizante percorrer todo o meu corpo, junto com a certeza de que, o que quer que tivesse acontecido, eu não queria saber.
Entretanto, é claro, essa decisão não cabia a mim.
- Angel... - Thomas finalmente resmungou em voz baixa.
Eu o olhei, mas permaneci em silêncio. Ele abriu a boca para dizer algo, mas a fechou novamente sem saber como dizer. Repetiu o processo, e então desviou os olhos ao se tornar incapaz de sustentar meu olhar.
Thomas estava sem palavras.
E de repente eu estava em pânico.
- Quem morreu? - Me vi perguntando numa voz fraca e distante, que honestamente, nem sequer parecia minha.
Ele me encarou outra vez, mas depois de três ou quatro segundos calado, foi minha mãe quem quebrou o silêncio dessa vez:
- Filha...
Olhei para ela, mas ela também não parecia forte o suficiente para falar. Ao invés disso, quando tentou, seus olhos se tornaram subitamente marejados e ela se calou, virando o rosto para Georgie e cobrindo a boca com a mão enquanto ele a abraçava com ternura. E então ela chorou.
- Mãe, o que...?
Senti a mão firme de Thomas segurar a minha e olhei para ele novamente.
- Ontem no final da tarde...
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Um plano para nós (PAUSADO)
RomanceApós ter sua família irrevogavelmente desestabilizada por um infeliz acontecimento que resultou na separação de seus pais, Angeline se vê decidida a abandonar sua mordomia para viver com sua mãe em um casebre nos fundos da mansão de um dos magnatas...
Capítulo 69
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