Um plano para nós (PAUSADO)

By MihBrandao

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Após ter sua família irrevogavelmente desestabilizada por um infeliz acontecimento que resultou na separação... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11 - Parte I
Capítulo 11 - Parte II
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Palavras de uma autora esgotada
Capítulo 37 part. I
Capítulo 37 part. II
Capítulo 37 part. III
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64 - Parte I
Capítulo 64 - Parte II
Capítulo 65
Capítulo 66 - Parte I
Capítulo 66 - Parte II
Capítulo 67
Capítulo 68 - Parte I
Capítulo 68 - Parte II
Capítulo 69
Capítulo 70
Capitulo 71

Capítulo 61

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By MihBrandao

Angeline narrando:

Eu não precisava ser nenhuma mulher experiente em relações ou impulsos sexuais para saber mesmo sem olhar o que um beijo havia causado em Thomas. E com certeza também não precisava que ele me dissesse que precisávamos nos vestir novamente pra que eu obedecesse. Me levantei depressa e coloquei minhas roupas sem olhar para ele.

- Angeline, eu...

- Eu sei. - O interrompi, tirando dele a obrigação de se explicar. - Precisamos ir pra casa.

Thomas me encarou por um tempo enquanto eu terminava de me vestir, e foi apenas quando coloquei minha blusa que ele se levantou para colocar sua roupa também.

Passei os dedos entre os fios do meu cabelo para desembaraçá-lo e suspirei ao notar sua textura rígida. Eu teria trabalho para lidar com ele quando chegasse em casa.

- Ei... - Thomas segurou meu rosto entre as mãos depois de abotoar sua calça. - Eu nunca serei apenas um cara numa revista de fofoca ou política que você conheceu há muito tempo. O que existe entre nós não vai acabar. Está bem? Nunca.

As palavras que minha mãe disse outro dia ecoaram em minha mente. Ele vai te fazer chorar, Talvez não de propósito, mas um dia ele vai destruir você. Parte de mim sabia que ela estava certa - como sempre -, mas existia uma outra parte, uma ingênua e inocente, que insistia em manter esperança de que dessa vez seu instinto materno falhasse. Foi essa pequena esperança que me fez assentir, concordando com suas palavras.

Thomas selou nossos lábios novamente, num rápido beijo tenso que escondia bem mais do que apenas paixão. Em seguida ele tocou sua testa na minha.

- Então... você não vai embora.

Suspirei.

- Eu já disse que não.

- Sendo assim eu posso te ajudar a desfazer aquela mala que você deixou em casa, se quiser.

Levei um pequeno instante para saber de que mala ele estava falando, e quando minha ficha caiu, eu gelei.

- Ah, não. - Recuei um passo batendo a mão na testa. - Diana!

Thomas franziu a testa.

- O que tem sua amiga?

- Eu disse que dormiria na casa dela hoje. Ela até comprou uma pizza pra gente e eu nem liguei para avisar que não vou mais. Você trouxe seu celular?

Ele olhou para a camisa branca que ainda estava no chão e fez uma careta.

- Deixei no bolso do paletó.

Bufei.

- Ótimo, ela vai me matar.

- Não necessariamente. - Thomas pegou a camisa da areia e sorriu para mim ao colocá-la. - Estou morrendo de fome. Acho que uma pizza agora viria a calhar.

Minhas sobrancelhas se ergueram enquanto ele abotoava os botões.

- Você quer ir na casa dela?

- Não é longe daqui. E lá tem pizza.

- Que já deve estar gelada.

- Nada que um micro-ondas não resolva. - Ele colocou a camisa por dentro da calça e deu de ombros. - Se você quiser podemos ir pra casa, mas eu não quero ser motivo de desavenças entre você e sua melhor amiga.

Pensei um pouco e sorri.

- Antes tarde do que nunca, não é? Vamos fazer uma surpresa pra ela.

Poucos minutos depois estávamos estacionando na frente do gramado da casa de Diana, e eu agradeci a Deus ao notar a luz acesa através do vidro das janelas. Eu não fazia ideia de que horas eram.

Quando toquei a campainha quem abriu a porta foi minha amiga, vestida com seu pijama de urso panda e calçada com uma pantufa rosa de unicórnio. Puro estilo.

Lancei a ela meu sorriso-gato-Garfield como um pedido de desculpas pelo atraso e um súplica que ela não me matasse por ter levado companhia, mas ao invés disso ela apenas franziu a testa:

- Por que o cabelo de vocês está molhado?

- Anh... - Olhei para Thomas, que respondeu em meu lugar:

- Nós demos um mergulho.

Ela ergueu as sobrancelhas e assentiu, recuando um passo para liberar a entrada.

- Radical. Entrem.

- Oi, Angie... - Sra. Kidder saiu da sala para me dar um abraço. - Estávamos te esperando mais cedo.

O pai de Diana veio logo atrás, mas antes que me cumprimentasse seus olhos encontraram Thomas. A surpresa foi óbvia.

- Sr. Strorck. - Ele disse e levou um segundo para se livrar do choque e se aproximar estendendo a mão. - Que honra tê-lo em minha casa.

- Boa noite. - Thomas respondeu de maneira formal ao cumprimentá-lo. - Desculpem pelo atraso da Angeline, a culpa foi minha.

- Ah, que isso. Não tem problema algum. - Senhora Kidder resmungou com um sorriso.

- Não se preocupe, não estávamos pensando em dormir tão cedo. - O marido apoiou.

Então os olhos viajaram de um para outro buscando o que mais dizer. Foi Thomas quem quebrou o silêncio, se dirigindo à Diana:

- Angeline precisa secar o cabelo. Você tem um secador?

- Claro. Venha comigo. - Minha amiga pegou minha mão, me puxando pra escada.

Subimos até seu quarto sem dizer nada, e quando comecei a estranhar o silêncio, ela fechou a porta e se voltou para mim:

- Pode me explicar o que está acontecendo?

Sorri. Agora sim ela parece a Diana.

- Antes eu acho que você precisa pedir outra pizza.

*~*~*~*

Depois de resumir tanto quanto possível os acontecimentos do meu dia fatídico para Diana, secar meu cabelo e ouvir a buzina do entregador de pizza lá embaixo, nós descemos. Encontramos Thomas sentado no sofá conversando algo que parecia empolgante com Sr. Kidder, e enquanto eu caminhava até eles, Diana se dirigiu à porta.

- Pai, preciso de dinheiro! - Foi tudo o que precisou dizer pra que ele se levantasse ao mesmo tempo em que eu me sentava.

- Eu já volto. - Informou.

Thomas assentiu e olhou para mim.

- Por que não me disse que o pai da sua amiga é arquiteto?

Franzi a testa tirando minhas sapatilhas para encolher as pernas no sofá.

- Você nunca perguntou. Por que isso te interessa?

- Negócios. - Ele passou o braço atrás das minhas costas e sorriu. - Estou pensando em encomendar um projeto.

Enquanto comíamos a pizza minutos mais tarde uma conversa tranquila e agradável fluiu entre a gente. Os pais de Diana fizeram questão de contar em mínimos detalhes as situações mais embaraçosas que eu e ela já passamos - inclusive o dia em que quase fomos mandadas ao juizado de menor por discutir com um policial que se recusou a dar um pedaço do sanduíche que estava comendo para um mendigo -, e eu nunca vi Thomas se divertir tanto.

Ao contrário do que imaginei que seria, eu não me sentia sequer um pouco triste ao chegar em casa. É lógico que o fardo do segredo que eu estava escondendo de Thomas ainda me assombrava, mas visto que eu não tinha muito o que fazer sobre isso decidi ignorar. Se ele cumprisse a promessa de visitar o Brasil logo o estrago não seria tão grande.

Matthew levou a irmãzinha ao trabalho na quinta-feira daquela semana e quando Thomas chegou para almoçar nós nos reunimos em volta da mesa na copa para comermos juntos. As coisas estavam entrando nos trilhos, e não levou muito tempo até que Thomas e Matthew se tornassem oficialmente amigos. Ouso dizer que o que mais tinham em comum era a afinidade com crianças, e após perceber o modo como ele tratava sua irmã, Thomas acabou confidenciando a ele também o segredo do Clube. Antes que a semana terminasse, nos tornamos um improvável e genuíno trio de amigos. Agora eu precisava encontrar um jeito de incluir Diana antes que ela descobrisse por conta própria e desse início à terceira guerra mundial.

No sábado eu e Thomas passamos o dia em seu escritório resolvendo os últimos ajustes para a apresentação de Izzy na igreja no dia seguinte. Os convites foram enviados para os pais de todas as crianças do Clube e a maioria deles confirmou presença. Trabalhamos duro pra que este fosse o melhor dia da vida dela.

- E então... - Thomas disse dando meia volta na cadeira giratória depois que terminamos. - Você vai ao treino de motocross comigo hoje?

- Hm... eu preciso pensar. - Respondi olhando sua prateleira de livros e ergui as sobrancelhas ao pegar um deles. - Você tem Romeu e Julieta? Não sabia que lia romances.

Ele sorriu e se levantou da cadeira para se aproximar de mim.

- Não leio. Pode pegar pra você, se quiser.

- Obrigada. Eu devo ser a única garota no mundo que nunca leu esse livro.

- Não, não é. - Ele cruzou os braços ao se escorar na prateleira ao meu lado. - Você disse que iria ao treino comigo.

Revirei os olhos.

- Então não precisava perguntar.

Thomas sorriu e assentiu.

- Certo.

- Preciso fazer o almoço. Agora pare de me enrolar e peça à Louise para arrumar um dia livre na sua agenda. - Falei pegando meu celular em sua mesa para sair do escritório. - Você prometeu me levar ao Brasil.

- Não adianta um dia livre na minha agenda se não temos a permissão da sua mãe.

Suspirei exasperada. Ele tinha razão. Passei os últimos quatro dias tentando convencer minha mãe a me deixar viajar com ele, mas ela parecia irredutível quanto a esse assunto. Namorar, tudo bem; ir para outro país, sem chances.

- Eu vou falar com ela de novo. Faça sua parte que eu faço a minha.

- Sim, senhora.

Sorri para Thomas e fechei a porta ao sair.

*~*~*~*

- Já vou avisando. - Falei ao tirar meu capacete quando desci da moto horas depois, assim que chegamos à pista de MotoCross. - Não quero você dando intimidades pra Kelly.

Thomas sorriu.

- Você fica linda quando está com ciúmes, sabia?

Revirei os olhos.

- Clichê não combina com você.

- Tio Thomas! - Reconheci a voz de Anthony atrás de mim e me virei. - Eu estava te esperando. Olha o que eu fiz.

Ele estendeu para Thomas um capacete totalmente personalizado com desenhos feitos com esmalte ou alguma outra tinta colorida brilhante.

- É um capacete da sorte. - Explicou quando Thomas o aceitou. - Vai proteger você.

Eu e Thomas sorrimos. Impossível não sorrir.

- Obrigado, amigão. É muito bonito.

- Oi, tia Angie. - Ele disse ao notar minha presença, arrumando o óculos no rosto com o dedo indicador.

- Oi, Thony. Você é um grande artista.

Ele sorriu abertamente e olhou para Thomas outra vez quando este chamou sua atenção:

- Carinha, preciso te pedir um favor.

- O quê?

- Cuide dela pra mim. Os caras aqui respeitam você.

Anthony balançou a cabeça num gesto afirmativo.

- Pode deixar. O capacete protege você e eu protejo a tia Angie.

- É assim que se fala. - Thomas estendeu a mão e o garotinho fechou o trato com uma batida.

- E aí, garoto? - Wesley se aproximou da gente segurando uma prancheta e um sorriso no rosto. - Está pronto pra correr?

- Só preciso me trocar.

- O vestiário está livre.

Thomas assentiu e desceu da moto, pendurando os capacetes que usamos no guidão. Ele olhou para Wesley e gesticulou para mim, e mesmo sem nenhuma palavra, eu soube que estava confiando a ele também minha segurança. Wesley balançou a cabeça.

- Não se preocupe, sua namorada está em boas mãos. Agora vá porque os caras estão te esperando.

Thomas se aproximou de mim e me deu um beijo na testa, me olhando nos olhos em seguida.

- Fique longe da Kelly. - Pediu.

- Você também.

Ele sorriu e concordou, depois partiu sem olhar para trás.

- A fama da garota não é muito boa, não é? - Wesley perguntou em tom de brincadeira.

Enruguei o nariz.

- A primeira impressão que eu tive dela não foi das melhores.

- Sou capaz de entender.

- Mas eu vou cuidar dela, papai. - Anthony garantiu ao segurar minha mão.

- Ótimo, então ela está em boas mãos - Wesley sorriu carinhosamente para o filho antes de se voltar para mim. - Eu vou ver como estão os outros motoqueiros. Se precisar de mim, Anthony sabe onde me encontrar.

- Está bem, obrigada.

Ele balançou a mão ligeiramente sobre a cabeça do filho e se foi, para o tumulto de motos e pessoas espalhadas aqui e ali.

- Ele é o máximo, não é? - O garotinho perguntou quando ficamos sozinhos.

- Quem?

- Meu pai. Ele é o homem mais legal daqui.

Sorri.

- Vocês são muito amigos, não são?

- Ele é meu melhor amigo. Depois vem o tio Thomas. Mas faz muito tempo que não vejo o tio Thomas, então não sei se ele ainda é meu amigo.

- É claro que ele é seu amigo. - Assegurei com um sorriso. - Mas você não tem amigos na sua escola?

Anthony fez uma careta e negou com a cabeça.

- Não. Eles dizem que eu sou o Burro de Quatro Olhos.

Minha sobrancelhas se ergueram em choque e surpresa, meu sorriso se perdendo subitamente.

- Você não acredita nisso, não é?

Ele encolheu os ombros e olhou para baixo, arrumando o óculos outra vez.

- Sabe o que eu acho? - Perguntei chamando sua atenção para mim. - Que eles só têm inveja de você, porque ninguém tem um pai tão legal e radical quanto o seu.

Anthony pensou um pouco e sorriu, concordando.

- O que você acha da gente dar uma volta por aí... e você me contar suas maiores aventuras com seu pai?

- Você também tem aventuras com seu pai?

Estreitei os olhos e consultei minha memória por um segundo antes de afirmar que sim.

- Eu me lembro de algumas.

- Legal, então você começa.

Eu ri e balancei a cabeça.

- Fechado.

Enquanto caminhávamos entre as motos de mãos dadas, contei a Anthony todos os eventos mais divertidos que eu me lembrava de viver com meu pai, fingindo não escutar os assobios e cantadas que os homens mais velhos me lançavam. Em algum momento avistei Kelly conversando com um grupo de três mulheres e desviei o caminho para não me encontrar com elas.

Quando terminei de contar minhas histórias já havíamos percorrido praticamente toda a área em círculo, e me senti grata quando Anthony propôs que nos sentássemos pra que ele contasse as suas. Ocupamos uma ligeira elevação de terra com vista livre pra toda a pista, e conforme ele me contava sobre uma viagem que fez com o pai para as montanhas, meus olhos encontraram Thomas conversando com um outro motoqueiro que eu não conhecia, mas tinha quase certeza que era um dos que haviam mexido comigo minutos atrás.

O homem foi embora em pouco tempo e percebi os olhos de Thomas varrer a multidão procurando por algo, mas antes que me encontrasse, Kelly se aproximou dele. Sua atenção foi voltada para ela, e de longe observei-os conversar. Ele cruzou os braços sobre o peito ao dizer alguma coisa e Kelly riu descontraída, respondendo algo de volta. Thomas sorriu e balançou a cabeça para os lados, seus lábios se movendo brevemente mas sem que eu conseguisse lê-los. Então Kelly tocou seu peito com as mãos e falou outra coisa, se aproximando dele. Ela ergueu os dedos acariciando seu rosto sedutoramente e eu senti vontade de vomitar ao ver a expressão que ela sustentava.

Thomas segurou seus pulsos e a afastou, dizendo algo que tirou todo sorriso do rosto dela. Primeiro ela piscou em choque, então sorriu de novo comentando alguma outra coisa como se fosse óbvia. Thomas negou com a cabeça e respondeu enquanto ligava a moto, e eu percebi claramente a raiva assumir sua expressão quando ele virou as costas, levantando poeira ao levar a moto para a linha de partida dos motoqueiros.

Não pude evitar meu sorriso ao me voltar para Anthony.

- ... mas o papai disse que eu não podia ficar com ele, porque ele pertencia ao céu. - O garotinho resmungava recolhendo pedrinhas redondas do chão. - Então quando ele melhorou, eu deixei ele ir embora.

Não precisei perguntar para me situar na conversa e saber que ele se referia a um passarinho.

- Foi uma atitude muito nobre.

- O papai disse isso também. Aí ele adotou um cachorrinho quando voltamos pra casa e eu coloquei o nome dele de Bird.

Eu sorri.

- No final todos ficaram felizes, então. O passarinho voltou para casa, e o cachorrinho encontrou um lar.

Anthony me olhou e balançou a cabeça, seus olhos brilhando em contentamento. Em seguida ouvimos o chiado da caixa de som e a voz de Wesley soando no microfone.

- Anthony? Alguém viu meu filho? A corrida começa quando meu filho e a amiga dele estiverem aqui.

Ergui as sobrancelhas para o garotinho, mas ele se levantou antes que eu falasse qualquer coisa:

- Está na hora! Vamos!

Segurei sua mão enquanto ele nos conduzia às pressas até o palco improvisado, cortando caminho entre as pessoas.

- Ótimo, eles estão aqui. - Wesley disse ao nos avistar. - Preparem suas motos, rapazes, está na hora de correr.

Ele se abaixou para falar com a gente afastando o microfone da boca enquanto os motoqueiros se posicionavam.

- Tudo bem com vocês?

- Tudo, eu estava contando pra Angie sobre nossa viagem para as montanhas.

- Ah, é claro. Agora fiquem por perto, a coisa vai esquentar.

Ele se levantou e deu algumas outras instruções antes de determinar a largada, então as motos ganharam a pista. Anthony soltou minha mão e subiu no palco improvisado com o pai para ver melhor e eu me espremi entre as pessoas tentando chegar na frente pelo mesmo motivo. Thomas ultrapassou as motos que estavam em sua frente como se elas estivessem paradas, e em questão de segundos assumiu a liderança. Não pude evitar que um sorriso orgulhoso surgisse em meu rosto.

- Ei. - A voz feminina soou alto ao meu lado e eu suspirei antes de me virar para ela. - Posso falar com você por um minuto?

Encarei Kelly por um momento, mas acabei assentindo.

- Claro.

- Venha comigo, tem muito barulho aqui.

Eu a segui entre a multidão e ela parou quando nos afastamos o suficiente para que pudéssemos conversar num tom casual.

- Então... soube que está vivendo um conto de fadas.

Cruzei os braços e ergui uma sobrancelha incentivando-a a prosseguir.

- Você não acredita no felizes para sempre, não é?

Sorri, ciente de sua intenção.

- O que você quer, Kelly?

- Apenas esclarecer os fatos. Vamos lá, estamos falando de Thomas Strorck. Você não acha mesmo que ele vai aguentar ficar em abstinência até o casamento de vocês, acha?

Ergui uma sobrancelha.

- O que te faz pensar que isso é da sua conta?

- Isso é muito mais da minha conta do que você imagina. Você não é o tipo de garota que abre as pernas no primeiro encontro e ele não é o tipo de homem que espera. Você não percebe que não têm nada em comum?

- E você veio tentar me convencer disso porque não conseguiu convencer a ele.

Ela balançou a cabeça e riu com sarcasmo.

- Apenas encare a verdade, docinho. Thomas tem necessidades, e a menos que você faça algo sobre isso, o relacionamento de vocês não vai durar. E quando acabar, é a mim que ele vai procurar.

Apertei os lábios e balancei a cabeça devagar.

- Okay. Então eu vou continuar vivendo o meu conto de fadas com o homem que você deseja, e quando ele resolver me trocar por você, aí a gente conversa. Mas agora se me ser licença, quero estar na linha de chegada quando meu namorado ganhar a corrida.

E sem esperar uma resposta, fiz meu caminho até lá.

*~*~*~*

Thomas estacionou na frente das instalações quase duas horas depois e tirou o capacete enquanto eu descia da moto.

- Você está quieta. - Observou esperando eu desatar meu fecho.

- Eu só... - Suspirei e tirei o capacete fora, levando um momento para admitir: - Não gosto da Kelly. Eu costumo gostar de todas as pessoas, por piores que elas sejam, mas ela... não dá. Eu não consigo me simpatizar com ela e... eu odeio esse sentimento.

Thomas sorriu pra mim.

- Se chama ciúmes. Até as melhores pessoas passam por isso pelo menos uma vez na vida, isso não te torna pior que ninguém.

- Não acho que é só isso. - Passei a mão em minha nuca e respirei fundo, olhando para ele em seguida. - O que ela falou com você?

Ele deixou o capacete em sua frente e apoiou os braços sobre ele antes de me olhar.

- Me ofereceu uma transa sem compromisso. - Disse naturalmente. - E com você?

Encolhi os ombros.

- Que um dia você aceitaria essa oferta.

Thomas balançou a cabeça e riu, desviando os olhos.

- Isso ultrapassa os limites de sanidade.

- Eu sei o quanto devo estar soando ridícula. - Falei brincando com o fecho do capacete. - Mas existe algo nela que me assusta.

- Você quer que eu pare de frequentar aquele lugar?

Olhei para ele e balancei a cabeça para os lados.

- É claro que não. Isso é importante pra você.

- Então, o que quer que eu faça?

Pensei um pouco e olhei para o chão, juntando as sobrancelhas.

- Apenas... fique longe dela. Ela não parece uma boa pessoa.

- Tudo bem. - Ele concordou.

- E... eu não sei como funciona essa coisa de abstinência, mas...

- Ei. - Thomas segurou meu rosto entre as mãos, me impedindo de continuar. - Pare de pensar sobre isso. Não vale a pena.

- Mas... você precisa...

- De você. - Ele me interrompeu novamente. - Só de você. De nada mais.

Permaneci o encarando por um tempo em silêncio, então ele completou:

- Kelly sempre foi apenas um caso, Angeline. Não existe nada entre a gente e nunca mais vai existir. Se é importante pra você que eu fique longe dela, eu ficarei. Eu prometo. Está bem?

Apertei os lábios e assenti.

- Está bem.

Ele se aproximou de mim e me beijou com carinho, entrelaçando seus dedos em meu cabelo. Em seguida, se afastou e roçou o polegar em meu lábio inferior.

- Vá agora. - Disse num sussurro. - Amanhã teremos um longo dia.

Sorri ao concordar, e se afastando de mim, ele depositou um beijo em minha testa.

- Boa noite, Pequena.

- Boa noite, Thomas.

Entreguei a ele o capacete, em seguida entrei em casa sem olhar para trás.

*~*~*~*

As crianças estavam eufóricas no dia seguinte. Grande parte delas nunca havia entrado em uma igreja, mas a euforia da Izzy tinha um motivo diferente.

- Ele vai ficar tão feliz, não é mamãe? - Ela perguntava enquanto a mãe ajeitava pela terceira vez a tiara que havia caído de sua cabeça, depois que as outras crianças ocuparam um lugar lá dentro. - Ele pode até me curar hoje.

- É claro que sim. - Samantha respondia com carinho. - Mas não é por isso que você deve cantar, meu amor. Cante porque Ele merece, não porque quer algo em troca.

- Eu sei. Mas se eu deixar ele muito feliz, ele pode querer me deixar feliz também.

- Você não está feliz?

- Estou. Mas posso ficar mais feliz ainda!

Doutora Killian também estava na igreja. Antes de sair do Clube ela disse que Izzy passou muito mal durante dois dias inteiros no decorrer da semana, e embora receasse que sua situação piorasse no ambiente externo, ela concordou que a criança precisava disso. Todas elas precisavam. Aqueles sorrisos e aquela euforia era a prova disso.

- Você está pronta? - Thomas perguntou se abaixando na frente dela.

- Eu acho que sim.

- Eu vou ficar do seu lado o tempo todo. - Prometi. - Se você precisar de ajuda, é só me dizer que eu canto com você.

Izzy sorriu e assentiu.

- Certo, está na hora de entrar. - Samantha comentou. - Você vai se sair bem, meu amor. Lembre-se que você vai cantar pra Jesus, não pra platéia.

- Tá bom. - Ela balançou a cabeça, concordando.

A mulher olhou para mim e Thomas.

- Vocês vêm?

- Podem ir na frente. - Respondi.

- Certo. - Ela guiou a filha para a entrada da igreja, mas antes de passar pela porta me olhou novamente. - Obrigada.

Eu sorri e lancei a ela um ligeiro inclinar de cabeça, então ela entrou.

Quando ficamos sozinhos, ouvi Thomas respirar profundamente e se encostar no seu carro estacionado no meio fio. Era completamente visível seu incômodo em estar ali.

- Você vai entrar em algum momento?

Ele me olhou antes de encolher os ombros.

- Eu não sei.

Balancei a cabeça devagar e apertei os lábios.

- Pode ficar na porta, se quiser. Pelo menos quando chegar a vez dela. Sua presença é importante.

Ele piscou e olhou para o chão, então assentiu em silêncio.

- Quer que eu fique com você?

- Não. Vá. - Arrumando sua postura, ele gesticulou para a igreja. - Ela precisa de você lá dentro.

Mordi meu lábio inferior e concordei, ciente de que ele estava certo.

- Estou feliz que você esteja aqui. - Confessei.

Thomas apenas me encarou sem dizer nem demonstrar coisa alguma, portanto depois de lançar a ele um meio sorriso, fiz meu caminho para dentro da igreja e me sentei ao lado de Izzy que ocupava um dos primeiros bancos. Avistei minha mãe sentada no lado oposto e retribuí ao sorriso que ela lançou para mim. Ela ficara tão feliz quando soube do meu plano mirabolante, que fez questão de vir também.

- Estou com medo. - Izzy sussurrou ao apertar minha mão.

- Por quê? - Sussurrei de volta.

- Tem muitas pessoas aqui.

Sorri.

- Quando for cantar, feche os olhos. Imagine que está cantando apenas pra Jesus, e apenas Ele está te escutando.

Ela me olhou e balançou a cabeça num gesto afirmativo.

Permaneci segurando sua mãozinha durante todo o tempo em que o pastor pregava, e quando ele terminou, a senti estremecer.

- Tudo bem, eu estou com você. - Sussurrei.

- Agora eu gostaria de dar uma oportunidade especial. Uma criança que está aqui pela primeira vez, e deseja louvar ao Senhor com uma canção. Recebam a menina Izzy com palmas, igreja.

- Venha, é nossa vez. - Falei para ela quando todos aplaudiram.

- Eu não sei se consigo, tia Angie.

- Você consegue. Eu estou com você.

Ela engoliu em seco e se levantou, apertando minha mão o máximo que sua força permitia até chegarmos ao altar.

- My prayer for you. - Sussurrei para Kile, que cuidava do som.

Ele balançou a cabeça uma vez e se voltou para o computador enquanto eu pegava os dois microfones que o pastor me estendia e olhava para a porta. Thomas não estava lá.

- Está pronta? - Perguntei baixinho ao entregar um dos microfones para Izzy.

Ela engoliu e balançou a cabeça para os lados, mas aceitou o que eu a oferecia. Sorri.

- Você vai se sair bem. Apenas feche os olhos.

Os primeiros acordes da música começaram a ecoar pela igreja e Izzy puxou minha mão em desespero.

- Tia Angie, eu não vou conseguir! - Ela sussurrou.

Ergui as sobrancelhas sem tempo para tentar convencê-la, uma ideia me surgindo na hora:

- Está bem, eu canto a primeira parte. Quando estiver pronta, você canta. - Sussurrei de volta.

Ela balançou a cabeça, e este foi o tempo que comecei a cantar:

- Para quem orou mil orações... e ainda não consegue encontrar a resposta em lugar algum... lutando contra a mentira de que ninguém se importa...

Olhei para Izzy que se mantinha acanhada, o microfone preso em sua pequena mão rente à barriga. Percebi sem demora que eu devia continuar:

- Para quem está perdendo a esperança... sentindo-se abandonado e sozinho... apegando-se aos últimos fios de sua corda...

Sorri quando ela levou o microfone à boca, emitindo uma voz suave timidamente com os olhos pregados no chão:

- Que Deus lhe dê olhos para ver que ele ainda é maior... coragem para se levantar e acreditar que Ele é capaz. Que Deus seja sua paz no fogo que você está passando. Esta é a minha oração agora. Esta é a minha oração pra você.

Os olhos de Izzy encontraram os meus e eu sorri, embora as lágrimas começassem a embaçar minha visão. Ela gesticulou com a cabeça e eu soube que era minha vez de novo.

- Para todos aqueles com almas cansadas... mas que ainda tem fé para pedir milagres... escolhendo acreditar que Ele está no controle...

- Que Deus lhe dê olhos para ver que ele ainda é maior. - Izzy cantou olhando para mim. - Coragem para se levantar e acreditar que Ele é capaz. Que Deus seja sua paz no fogo que você está passando. Esta é a minha oração agora. Esta é a minha oração...

- Que seus olhos estejam sempre no Senhor, seu ajudante. - Cantei olhando para ela. - Que você encontre seu refúgio no Senhor, seu abrigo. Que você o encontre mais próximo do que um irmão todos os dias... todos os seus dias.

Izzy sorriu para mim e olhou para as pessoas enquanto cantava sem nenhuma insegurança:

- E que seus olhos estejam sempre no Senhor, seu ajudante. Que você encontre seu refúgio no Senhor, seu abrigo. Que você o encontre mais próximo do que um irmão todos os dias. Todos os seus dias!

Ela me olhou novamente e eu sorri, cantando a última parte com ela:

- Que Deus lhe dê olhos para ver que ele ainda é maior... coragem para se levantar e acreditar que Ele é capaz. Que Deus seja sua paz no fogo que você está passando. Esta é a minha oração agora. Esta é a minha oração pra você.

Olhei as pessoas e encontrei os olhos de Thomas que estava de pé na porta, as mãos enfiadas nos bolsos da calça.

O sorriso que eu nutria em meu rosto vacilou por um pequeno instante antes de ressurgir ainda maior, e a lágrima que eu segurava finalmente escorreu enquanto Izzy terminava:

- Para você...

A igreja irrompeu em palmas, sorrisos e lágrimas. Entreguei o microfone ao pastor antes de olhar para Izzy. Ela estava sorrindo, mas sua expressão mudou gradativamente... e então estava chorando.

Me abaixei e a abracei. Ela envolveu meu pescoço com os bracinhos soluçando em meu ombro sem conseguir emitir nenhuma palavra. Nem precisava, porque eu também não conseguiria dizer nada.

Senti Kile tirar o microfone da mão dela atrás de mim e a peguei no colo, descendo do altar enquanto o pastor dizia algo a qual eu não conseguia prestar a menor atenção. Me sentei ao lado da mãe dela que a tirou dos meus braços com cuidado, os olhos também molhados pelas lágrimas. Izzy chorou baixinho em seu peito, e quando o culto terminou minutos depois ela havia dormido, esgotada.

Conversei individualmente com cada membro da igreja que se aproximou de mim enquanto Thomas conversava com doutora Killian e os pais das crianças lá fora. Devo ter repetido Obrigada e É uma longa história cerca de trinta vezes, mas se eu explicasse a todo mundo quem eram todas aquelas crianças e de onde elas vieram, o sigilo que Thomas vinha tentando manter por tanto tempo seria arruinado.

Quando finalmente cumprimentei a todos, saí da igreja e encontrei Thomas e Samantha conversando do lado de fora.

- Mas sabe... - Ela dizia. - Quando a única coisa que nos resta é a esperança, a gente precisa descobrir o que fazer com ela.

Parei atrás de Thomas, em parte para não interrompê-los, em parte para ouvir a conversa.

- Está me dizendo que começou acreditar em Deus depois que descobriu que sua filha estava doente?

- Oh, não. - Ela riu, negando com a cabeça. - Eu sempre acreditei em Deus. Quando soube que minha filha estava doente, eu decidi confiar nele. O que mais eu poderia fazer?

- E se o milagre não acontecer?

Ela encolheu os ombros.

- Ele vai continuar sendo Deus.

- Então... você está disposta a abrir mão dela.

Samantha apertou os lábios e respirou fundo antes de concordar.

- Se este for o plano dEle... eu estou.

- Como... - Thomas balançou a cabeça e mudou o peso de uma perna para outra. - Como você consegue?

- É tudo uma questão de fé. - Ela sorriu abertamente antes de gesticular para mim. - As vezes Ele coloca anjos como vocês dois no nosso caminho, então a jornada fica mais fácil.

Thomas se virou e eu sorri para ele, me aproximando como uma criança pega no flagra ao escutar uma conversa de adultos.

- Oi. - Resmunguei.

- Oi.

- Angie, eu ainda não sei como te agradecer. - Samantha me disse. - Graças a você, ela conseguiu realizar seu maior sonho.

- Não fui eu, foi o Thomas.

- Eu não tive nada a ver com isso. - Ele retrucou confuso.

- É claro que teve. Se quatro anos atrás você não tivesse tido a iniciativa de abrir o Clube, esse dia não teria existido.

Samantha olhou para ele e sorriu. Em seguida, sem nenhum aviso prévio, o abraçou me fazendo sorrir também.

- O senhor chama isso de efeito borboleta? - Perguntou antes de soltá-lo. - Eu chamo de propósito de Deus.

Ela deu uma batidinhas em seu ombro e se voltou para mim.

- Preciso levar Izzy de volta para o Clube. Ela está exausta.

- Claro. - Concordei. - Diga que mandamos um abraço quando ela acordar.

- Nós te veremos no próximo domingo, certo?

- Com certeza, eu e o Thomas estaremos lá.

- Até breve, então. - Ela acenou e entrou no carro, dando partida em seguida.

- As outras crianças já foram? - Perguntei quando ficamos sozinhos, exceto por algumas raras pessoas que ainda conversavam com outras nos arredores da igreja.

- Sim. Killian achou melhor não ficar tanto tempo longe do clube, a imunidade da maioria delas não está tão alta.

- Entendo. - Balancei a cabeça e fiz uma pausa antes de perguntar: - O que você achou?

Ele me olhou por um momento, mas logo desviou os olhos novamente.

- Foi como... ouvir anjos cantando.

Sorri.

- Ela tem talento, não tem?

- Vocês duas têm. Foi a coisa mais maravilhosa que eu já ouvi.

Mordi meu lábio inferior e dei um passo para mais perto dele.

- Obrigada. - Murmurei.

- Pelo que?

Encolhi os ombros.

- Por tudo.

Thomas levou a mão ao meu cabelo e o acariciou, em seguida beijou minha testa e me envolveu em um abraço apertado. Eu apenas o abracei de volta, porque não tinha nenhuma condição de fazer qualquer outra coisa além disso.

- Não, Angel. - Ele disse baixinho. - Obrigado você.

Eu não sabia o que aquilo significava. Sua expressão, sua energia, suas palavras... algo parecia diferente. Bem no fundo, em algum lugar no íntimo do meu inconsciente, uma voz me dizia baixinho que este poderia ser o começo da restauração de uma fé há muito tempo perdida, mas naquele momento eu não queria depositar minha esperança em uma fantasia. Queria apenas desfrutar do abraço firme e genuíno de Thomas, fingindo que estávamos em qualquer lugar do mundo que não fosse na porta da minha igreja. Eu queria fechar os olhos e ficar ali, naquela posição, por tanto tempo quanto fosse possível.

Então eu fiquei.

#-#

Bom dia (ou tarde, ou noite), minhas razões! Gostaram da surpresinha? 😍


Enfim, decidi cumprir a promessa dos 4 capítulos em 4 dias pq os comentários de vcs no capítulo anterior me motivaram um pouco demais. Então, que tal uma maratona? Hahaha

As melhores (ou seriam piores?) partes estão chegando. Apertem os cintos e segurem o coração, vamos sacudir a poeira e tirar esse enredo da monotonia.

"Ah, Mih, mas vc prometeu que nenhuma bomba ia explodir sobre nosso casal agora.", é, eu sei. Acontece que a história está ficando maior que o previsto, e eu preciso finalizá-la logo. Uma hora ela precisa acabar, certo?

Espero que tenham gostado desse capítulo, e segurem o coração pq o próximo não vai ser tão fofinho assim. Só preparando vcs antecipadamente kkk

Até amanhã, minhas razões. Beijos no coração, a Mih ama vcs demais da conta ❤

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