- "Chegámos." -ele diz, enquanto pára a sua mota em frente a minha casa.- "19h em ponto. Dá tempo para jantares, certo?"
Saio da sua mota e ele faz o mesmo. Entrego-lhe o capacete.
- "Sim." -eu digo e ele sorri.- "Tu queres, hm, entrar?"
- "É melhor não."
- "Oh, okay. Então... Adeus."
- "Posso ligar-te logo à noite?" -ele pergunta.
- "Sim, claro." -eu não escondo o meu entusiasmo.
Ele sorri e eu caminho até à porta de minha casa.
- "Louis?" -eu chamo, enquanto me viro e ele põe de lado o capacete de mota que tinha na mão.
- "Sim?"
- "Podes beijar-me?"
- "Queres mesmo isso?" -ele pergunta enquanto se aproxima.
- "Sim."
Ele sorri e junta os nossos lábios. Eu sorrio entre o beijo e rodeio os meus braços à volta do seu pescoço. Ele junta os nossos corpos e deixa a sua mão no fim das minhas costas.
- "Adoro-te, tanto." -ele sussurra, ainda com os seus lábios nos meus.
- "Eu também." -digo, enquanto sorrio.
- "Amanhã vem almoçar a minha casa." -ele pede.
- "Lou, não quero incomodar."
- "Por favor." -ele junta mais os nossos corpos e eu arrepio-me. Ele dá uma gargalhada abafada.
- "Está bem."
- "Então até amanhã."
- "Até amanhã." -eu digo.
Ele deposita mais um beijo nos meus lábios e volta para a sua mota. Não consigo evitar o sorriso que aparece no meu rosto quando entro em casa. Eu e o Louis estamos bem, sem mais segredos. A partir de agora vou aplicar-me a sério nisto, eu quero que isto resulte.
- "Olá."-digo enquanto entro na cozinha.
A minha mãe, o Niall e o Harry estão à mesa.
- "O teu prato está no microondas." -a minha mãe informa-me.
Assinto e retiro o meu prato, sentando-me ao lado de Harry. Retiro os talheres, o guardanapo e o copo. Encho o meu copo com sumo de laranja e começo a comer os saborosos bifes de perú da minha mãe.
- "Então, divertiste-te com o Tomlinson?" -Niall pergunta.
E cá vamos nós. Eu logo vi que o lado razoável do meu irmão não iria durar muito tempo. Mas ele não precisa de ser um otário deste género.
- "Bastante. Ele levou-me a patinar no gelo." -eu informo e eles quase cospem o sumo que têm na boca.
- "Patinar no gelo?"
- "Ele não arranjava nada mais gay?"
Eles desfazem-se em risos e eu suspiro, dando um gole no meu sumo.
- "Não admira que ele consiga uma rapariga e vocês não." -a minha mãe defende-o e eu dou um pequeno sorriso.
- "Por tua informação, nós conseguimos raparigas. E não temos de levar as nossas segundas opções ao mesmo sítio que as primeiras." -Niall contrapõe.
- "O que raio queres dizer com isso?"
- "Pergunta-lhe a ele."
Reviro os olhos e como uma garfada do bife.
***
- "Posso?" -a minha mãe pergunta, enquanto eu acabo de vestir o meu pijama.
- "Claro."
Ela entra no meu quarto e senta-se na minha cama. Sento-me na cadeira de rodas da minha secretária e fico em frente a ela.
- "Não devia ter falado mal contigo ontem ao jantar. Eu estava apenas... Chocada." -ela admite.
- "Não tem problema nenhum."
- "Eu não sei o que fazer com o teu irmão. Ele está-se a tornar num rapaz insuportável. Não foi isto que eu lhe ensinei."
- "Mãe, ele vai atinar." -eu asseguro-lhe.
- "Quando? Quando o teu pai voltar?"
- "Eu acho que ele já se mentalizou que isso não vai acontecer."
- "Conta-me como é que ele te bateu."
- "Mãe..."
- "Conta-me, Savannah. Ou eu vou lá abaixo e obrigo-o a contar-me em frente ao Harry."
Engulo em seco. Sei que Niall não quereria isso. Eu sei que disse que o ia começar a tratar da maneira que ele me trata. Mas ele defendeu-me ontem, certo? Ele mentiu por mim, e disse que me adorava. E hoje não me tratou mal em frente ao Louis. Eu sei que isso tudo mudou esta tarde, e que provavelmente nunca mais voltar a acontecer, mas ele fê-lo. E eu ao menos pude ouvi-lo a dizer uma última vez que me adora, e ele sabe o quanto eu queria isso. Eu tenho de fazer isto, por ele.
- "Nós estávamos a discutir."
- "Sobre o quê?"
- "Sobre o pai." -eu respondo e ela suspira.- "Ele irritou-se e começou a gritar comigo. Disse que me odiava e empurrou-me contra o móvel da sala, nada de especial."
- "Isso explica a jarra partida." -ela junta as peças do puzzle.
- "Sim."
- "E depois?"
- "Ele arrependeu-se logo, acho eu. Eu fiquei o resto da noite trancada no quarto a falar com o Liam. Quando saí para o jantar, ele disse que eu não precisava de ter medo dele e pediu-me desculpa." -eu conto.- "Eu não aceitei, e ele no dia seguinte na escola pediu de novo, e começámos a discutir de novo. Ele disse que me odiava e que tinha vergonha de mim. Mas o Zayn e o Harry chegaram e pararam-no."
- "Eu não acredito nisto." -ela, por fim, diz.- "Primeiro que tudo, vocês não têm de discutir por causa do vosso pai! Já vos disse isto vezes sem conta. Ele foi embora, e seguiu com a vida dele. Se ele não tivesse ultrapassado o que nos fez, ele teria voltado. Ele não o fez, e está na hora de nós começarmos a ultrapassar o facto de ele ter ido embora."
Ela tem razão. Nunca vi as coisas desta forma antes, mas agora que ela as diz. O meu pai se estivesse arrependido e se ainda gostasse de nós, já teria voltado. E nós é que ainda não deixámos de olhar para ele da mesma forma que olhávamos, e ainda o adoramos com tudo o que temos, e é por isso que eu e o Niall continuamos a discutir todos os dias.
- "Segundo, o teu irmão não te tem de dizer que te odeia, seja por que motivo for! Mesmo que esteja raivoso ou seja de cabeça quente. Ele não o tem de fazer! E muito menos bater-te."
- "Mãe..."
- "Não, Savannah, não. Estou desiludida contigo. Tu ias continuar com a mentira dele? Ele está a aproveitar-se de ti! Eu confio em ti, para tu me contares as coisas que te faz! Como é que é suposto eu agir, se tu me escondes as coisas?"
- "Eu apenas pensei que era o indicado a fazer." -encolho os ombros.
- "Porquê? Tu não lhe deves nada, Savannah. Tu nunca lhe fizeste nada, não foste tu que fizeste com que o teu pai fosse embora, se não fosse naquela noite, iria ser mais tarde. Não foste tu quem estragou a felicidade do teu irmão, foi o teu pai. E ele não se quer mentalizar disso, mas tu tens. Ele não pode simplesmente dizer-te o que fazer e tu ires atrás porque pensas que lhe deves alguma coisa!"
- "O Niall não é assim. Ele não se aproveita de mim." -eu refilo, abanando a cabeça negativamente.
- "Querida, tu sabes que ele não se controla, e às vezes..."
- "Pára! Pára, okay? O Niall gosta de mim! Eu sei que ele gosta! À maneira dele! E eu estou disposta a viver com isso!" -grito.- "Eu apenas quero mostrar-lhe que eu gosto tanto dele... Como o pai gostava."
- "Não podes simplesmente fazer isso. Não és o teu pai. O Niall não te respeita. Eu não sei o que fazer com ele, mas eu não vou deixar que vás nas conversas dele e fiques como ele."
Suspiro e meto um cabelo por detrás da orelha. Eu não quero ter esta conversa. Eu sei que o Niall gosta de mim, e isso é que interessa.
- "Mostra-me as tuas costas."
- "O quê? Não." -eu encolho-me.
- "Mostra-mas, Savannah."
Eu vejo o seu olhar e viro-me de costas para ela. Ela puxa a minha camisola do pijama para cima e passa os seus dedos pelas minhas feridas, delicadamente. Arrepio-me e choramingo.
- "Oh... Oh meu Deus."
- "Mãe, não digas a ninguém sobre isto." -eu baixo a camisola.
- "Querida..."
- "Ninguém pode saber, está bem? O Liam e o Louis sabem, e chega."
- "Tudo bem."
- "Esquece isto, por favor. Ele vai atinar." -eu asseguro-lhe.
- "Savannah..."
- "Não mudes com ele, peço-te. Ele precisa de nós, mãe. Eu sei que ele não o diz, mas ele preecisa. Nós somos tudo o que ele tem."
Ela suspira e passa a mão pelos meus cabelos loiros.
- "Tu, a cada dia que passa, deixas-me mais orgulhosa." -ela abraça-me.- "Amo-te, Savannah."
- "Amo-te, mãe." -eu sussurro no seu ombro.
Separamo-nos quando o meu computador toca e vejo que Louis me está a ligar no Skype. Não demoro a atender.
Entro num ambiente divertido, onde o Louis e a minha mãe estão o tempo todo a elogiarem-se e a minha mãe a contar coisas vergonhosas minhas de quando era pequena.
Parecemos duas irmãs. E eu adoro isso.
Olá meninas! O que acharam deste capítulo?
Vou avisar que vou postar a segunda parte do capítulo amanhã
E está quase a chegar dia 15 e vou para Lisboa!!! Depois serão compensadas! Beijinhos a todas