Camilo
Estava sentindo um toque quente em minha mão enquanto minha pele estava fria, meu corpo totalmente paralisado, sempre que tentava mexer algum músculo e abrir meus olhos, os movimentos eram todos em vão. Tentei pela centésima vez mexer meus dedos, mas foi uma tentativa em vão novamente, eu estava aqui, mas parecia que meu corpo estava em outro lugar, não respondia nenhum de meus comandos. A pessoa que segurava minha mão deu alguns passos, mas não a soltou, eu escutava cada coisa que se passava naquele ambiente, sem nem mesmo estar acordado. Mas uma vez tentei mexer minha mão, fiquei tentando por algum tempo, não sabia distinguir quanto tempo havia passado, mas com mais uma tentativa, conseguir fazer um leve movimento com meus dedos. Abrir meus olhos lentamente, até conseguir os focar em quem eu menos esperava, Lauren Hudson, o que aquela garota estava fazendo aqui, ainda mas assim tão próxima.
Ela saiu correndo do quarto e alguns minutos se passaram, até um médico por volta dos seus 50 anos entrar no mesmo, sentia minha cabeça latejar e meu corpo completamente dolorido, o que havia acontecido comigo, como tinha vindo parar neste hospital. Estás perguntas não paravam de percorrer pela minha cabeça, enquanto o médico me fazia várias perguntas, sentia minha garganta tão seca que mal conseguia responder a ele, saia somente alguns resmungos de minha boca e ele me ofereceu um copo de água que melhorou bastante minha garganta, antes quando estava respondendo doía um pouco também.
O médico saiu do quarto, me deixando novamente sozinho, minha cabeça parecia que iria explodir, quando escutei a porta se abrir novamente, olhei em sua direção e Lauren passou por ela e se aproximou de mim. A mesma tentou pegar em minha mão, mas imediatamente a puxei, o que fez meu braço doer um pouco e meu peito latejar, quem ela pensando que era pra se aproximar assim de mim. Lauren era só a nerd que estava pouco me fodendo, nunca deixaria ela relar se quer um dedo em mim. Quando fiz isto ela me olhou com um olhar triste, como se o que tivesse feito não fosse um ato normal.
- O que você está fazendo aqui sua nerd imunda?. - perguntei com um tom de voz rude e Lauren imediatamente me olhou com os olhos cheios de lágrimas.
Porque Lauren havia tido aquela reação, não estava entendo mais nada, ela já devia estar acostumada com os meus xingamentos, afinal sempre fiz isto desde sempre e ela nunca chorou, pelo menos não na minha frente. Percebi que ela estava bem mudada o estilo era o mesmo, mas o corpo estava com mais curvas, os seios que antes eram um pouco menores agora estavam maiores. A face de Lauren havia mudado um pouco e os cabelos que antes eram castanhos, agora estavam em um tom loiro, estava bastante mudada, era como ela tivesse envelhecido algum anos, ela tinha uma postura de mulher madura agora.
- Camilo não faz está brincadeira comigo porque não tem graça nenhuma. - disse em voz embriagada enquanto tentava pegar minha mão, mas novamente recuei ela.
- Quem aqui disse que estou brincando Hudson, o que você está fazendo aqui, cadê os meus pais?. - perguntei-a buscando um jeito de me sentar na cama, mas Lauren segurou em meus ombros pra mim parar de se mexer.
- Você não se lembra de nada que aconteceu nestes últimos 16 anos Camilo?. - perguntou de um jeito calmo arrumando meu travesseiro atrás de minha cabeça.
Como assim 16 anos, do que está louca estava falando, se tivesse passado 16 anos eu me lembraria, Lauren tinha um olhar diferente para mim, não era o olhar que me lembrava, era como se ela não tivesse mas aquele ódio por mim e sim amor. Aquilo deixavam as coisas ainda mais estranhas, como podia ter se passado tanto tempo assim e eu não me lembrar, porque eu não me lembrava, o que tinha acontecido entre mim e Lauren nestes últimos 16 anos, se este era mesmo o tempo que tinha se passado.
- Como assim nos últimos 16 anos, você ficou louca nerd, piro de vez. - disse em um tom de ironia e ela me olhou com os olhos totalmente avermelhados, aquele olhar carregava uma tristeza imensa.
- Não Camilo, eu não pirei, se passaram 16 anos já, você tem 32 anos, levou 2 tiros e entrou em coma por algumas horas, por conta da cirurgia que fez na cabeça para retirar a bala, deve ter feito você esquecer destes 16 anos. - disse se sentando na poltrona e colocando suas mãos sobre a cama, na esperança que eu as pegasse, mas não era isto que iria fazer.
- Eu quero ver meus pais Lauren, da pra você chamar eles. - disse com autoridade em minha voz e percebi o corpo dela, ficar rígido na mesma hora que escutou eu falar dos meus pais.
- Você não fala com seus pais a 16 anos, desde que eles fizeram mal a você e nossos dois filhos na época. - disse tentando parecer calma, mas cada vez que ela falava o corpo dela ficava ainda mais tenso.
Calma ai, ela havia acabado de falar que nos temos dois filhos ou eu fiquei louco de vez ou estou ouvindo demais mesmo. Como assim nos tínhamos dois filhos e eu não falava com os meus pais, tudo bem que eles nunca foram de me tratar bem, mas o que será que havia acontecido de tão grave pra isto acontecer. Meu Deus eu tenho dois filhos com está nerd, onde estava com a cabeça quando transei com ela, só podia estar fora de mim, porque estava com ela também, será que nos éramos casados, porque eu não séria louco a este ponto de me casar com ela ou séria.
- Do que você está falando nerd, meus pais nunca me fariam nenhum mal, eles que não devem falar comigo por causa de você, uma pobretona que deve ter me dado o golpe da barriga, ainda não sei como fui para na cama com você, devo ter me casado com você pra não perder todo o dinheiro da minha família. - disse em um tom rude, Lauren imediatamente se levantou da poltrona onde ela estava, pensei que ela iria me dar um belo de um tapa na cara, mas a mesma me olhou no fundo dos olhos que estavam cheios de lágrimas e demonstravam dor.
- Seu pai Camilo te bateu enquanto sua mãe admirava o que ele fazia calada, eu morava com vocês, porque quando meus pais ficaram sabendo que estava grávida de você, eles me botaram pra fora de casa, quando seus pais te bateram, eu já estava de quase 8 meses, cheguei e vi você todo machucado, naquela época nos já estávamos bem e namorávamos. No começo Camilo você não aceitou, mas até hoje, não sei o que aconteceu com você para se apaixonar por mim, mas você se apaixonou, assim como eu me apaixonei por você. - ela falou calmamente fazendo uma breve pausa e enxugando as lágrimas que escorriam pelo rosto dela, eu não estava entendo mais nada. - quando seu pai iria te bater de novo eu entrei na frente dele e a cinta que ele estava na mão acertou bem em minha barriga, foi tão forte que meu organismo, começou a abortar nossos filhos, você me levou pro hospital e por pouco, eu não morri e nem os bebês, só que seus pais fizeram muito pior depois. - disse deixando as lágrimas escorrerem pelo rosto com as lembranças, eu nunca tinha visto ela assim, tão frágil em minha frente.
Já não estava entendendo nada antes, agora que não estava entendendo nada mesmo e minha cabeça começou a doer ainda mais, porque meus pais tinham feito estás coisas para mim e o que eles tinha feito de pior. Com cada pensamento daquele, minha cabeça ficava cada vez mais dolorida e meu coração cada vez mais acelerado, fazendo meu peito latejar muito. Pelo que eu me lembro, meus pais nunca haviam tocado um dedo em mim, claro sempre me tratavam mal pelas minhas condições, eu era um garoto com problemas cardíacos e uma diabete rara. Aquilo não era nenhum pouco normal, eu até entendia um pouco o lado deles, sempre quiseram um menino e sai uma aberração como eu, como eles sempre falavam.
- Você só pode estar mentindo pra mim, você não passa de uma vadia Lauren, só ficou comigo pra ter tudo que e meu como uma vingança, tenho certeza. - disse com ironia em minha voz e soltando uma risada no final com a mesma ironia.
- Eu não estou mentindo pra você Camilo, depois do parto, seus pais foram até meu quarto, me fizeram várias ameaças, ameaçaram matar você e nossos filhos, eles me fizeram fingir minha morte, eu fingir minha morte por 14 anos Hernandez, enquanto você transava com uma vadia e cuidava do nosso filho, eu estava no Canadá, tendo que batalhar e cuidando da nossa filha com medo todos os dias de algo acontecer a vocês. - ela estava com a voz embriagada deixando as lágrimas escorrerem pelo seu rosto. - eu nunca precisei do seu dinheiro Camilo, sou dona de 4 empresas de moda, enquanto você perdeu seu dinheiro por causa de sua ex esposa Annie, você perdeu tudo Hernández e eu estou te ajudo a reconquistar o seu sonho. - disse com um pouco de raiva em sua voz e se afastando da cama.
Como eu podia ter esquecido de tudo aquilo, minha vida era uma loucura então neste 16 anos, tudo isto tinha acontecido e simplesmente por causa de um tiro eu havia esquecido. Não parava de passar pela minha cabeça, será que eu realmente amava a mesma, como aquelas crianças eram, será que tudo que ela falava era realmente verdade. Podia ser tudo mentira, realmente ela podia estar mentindo pra mim, só me usando, não conseguia acreditar em nada que ela falava, eu precisava ver aquelas duas crianças.
- Como eu transei com você, uma nerd sem graça?. - perguntei olhando para ela, que enxugou as lágrimas e olhou com um olhar sério para mim.
- Nos tínhamos 17 anos e estávamos bêbados, Danley convidou você pra ir em uma festa na casa da Nicole a atual esposa dele, enquanto Jacob me chamou para irmos a está mesma festa, nos estávamos tão bêbados que transamos. - chegou perto de mim e se abaixou um pouco e encostou seus lábios em meu ouvido. - você não me achou sem graça a três noites atrás, quando fizemos amor Camilo e eu cavalgava em você. - disse de forma rouca em meu ouvido e mordendo a ponta de minha orelha bem devagar e puxando.
Eu não sabia porque, mas com aquele pequeno contato dela, fez meu corpo inteiro ficar arrepiado, cada pelo do meu corpo estava eriçado, apesar da dor em meu corpo, algo lá embaixo deu sinal de vida.
- Eu quero ver as crianças. - disse com voz um pouco falha, por conta do contato dela.
- Vou ligar pra eles virem para cá, aproveitar que ainda tem duas horas de horário de visitas, mas já vou avisando, não temos só dois filhos. - disse de uma forma calma e eu me assustei, nos tínhamos mais de dois filhos.
- Quantos filhos nos temos Lauren, isto se eles são mesmo nossos filhos. - disse sorrindo ironicamente pra ela, que por incrível que pareça, sorriu de volta da mesma forma.
- Nos temos 5 filhos Camilo, duas meninas e três meninos, Hope de 15 anos, Benjamim também de 15, Emil e Hanna de 5 meses e nosso filho adotivo Liam de alguns dias de vida. - disse abrindo um sorriso mais largo ainda ao se lembrar das crianças.
- Então eu quero ver eles, pode os chamar. - disse de um jeito calmo e uma enfermeira entrou no quarto com uma bandeja com medicamentos na mão.
- Vim trazer seus remédios para dor, quando o horário de visitas acabar o médico virá te dar um remédio para conseguir dormir. - disse a enfermeira enquanto aplicava o remédio em meu soro, então Lauren saiu do quarto, provavelmente para ligar para os filhos.
Depois da enfermeira aplicar todos os medicamentos no soro, ela saiu e me deixou sozinho, Lauren não voltou, então fiquei ali deitado naquela cama, pensando em tudo que a mesma tinha me contado. Aquilo tudo pra mim parecia uma loucura, queria me lembrar, mas não conseguia e cada vez que tentava lembrar, minha cabeça latejava, será que tudo que ela tinha me falado era verdade, será que um dia eu me lembraria de tudo. Queria me lembrar das crianças, se elas realmente fossem meus filhos, eu queria lembrar, não queria os deixar esquecidos em minhas memórias apagadas, precisava saber se aquilo tudo era verdade mesmo, precisava ver aquelas crianças. Estava inquieto, principalmente quando a dor do meu corpo passou, só fez meus pensamentos ficarem ainda piores.
Eu estava tão distraído que levei um belo de um susto, quando a porta se abriu, olhei na direção dela e dois adolescente entraram no quarto, percebi que o menino era bem parecido com Lauren apesar dos olhos castanhos como os meus e a menina era uma copia perfeita minha, somente os olhos eram azuis como os de Lauren. Não havia como não falar que ela não era minha filha, os dois estavam com dois bebês no colo que quando me viram, começaram a esticar os bracinhos para mim pegar eles, os dois eram a mistura perfeita de mim e dela juntos. É não demorou muito pra ela entrar no quarto com um bebê nos braços, ele era pequeno e estava dormindo tranquilamente nos braços da mesma e os dois bebês estavam bem agitados no colo dos mais velhos.
- Estes são seus 5 filhos Camilo, parece que Emil e Hanna estão felizes em te ver, ontem eles choram muito com falta de você. - disse Lauren e os dois mais velhos se aproximaram de mim e os bebês ficaram ainda mais agitados.
- Graças a Deus você acordou pai, estava com medo de nunca mais poder ver você. - disse a menina com lágrimas nos olhos e colocando a bebê na cama comigo, o menino fez o mesmo com o outro bebê, os dois bebês abriram sorrisos bangalôs para mim, o que me fez abrir um sorriso para eles.
- Pai nunca mais nos de um susto destes. - disse o menino me dando um beijo no rosto e percebi que os olhos de ambos estavam molhados.
- Todos nos estamos feliz em te ver acordado e bem Hernández, apesar da falta de memória. - disse Lauren com um sorriso de canto e se aproximando da cama com o pequeno embrulho em seus braços.
- Eu tenho uma família bem grande, desculpe eu queria me lembrar, mas só lembro de coisas do passado, me desculpem. - disse já arrependido das coisas que havia dito a ela.
- Nos vamos ajudar você a lembrar papai. - disse Hope com um sorriso enorme no rosto.
As crianças tentaram fazer com que eu me lembrasse das coisas, me contavam sobre tudo que tinha acontecido, mas sentia que eles estavam me escondendo algo, Lauren deu de mama para Liam, percebi como o seios dela era delicioso e minha boca chegou até a salivar. Mesmo Lauren falando todas aquelas coisas sobre meus pais, queria conversar com eles, precisava saber sobre os dois lados, talvez a mesma não estivesse me falando a verdade, eu não me lembrava de nada destes 16 anos que se passou. Não iria correr o risco de tudo que ela me falou ser uma total mentira, não iria correr o risco em cair numa mentira tão grande. Mas esperava que tudo que ela tinha me falado fosse verdade, mesmo sem saber o porque, eu queria que fosse verdade, mesmo que aquela verdade, seja dolorida demais, mas séria a nossa verdade.