Lauren
Quando escutei o som do disparo imediatamente me virei para ver o que havia acontecido, vi Camilo levando mais um tiro. Meu coração parou por alguns segundos, mesmo ele sendo pesado o peguei nos braços, antes que o mesmo atingisse o chão. Percebi que ele estava fechando os olhos e que sangrava muito, tentei estancar o sangue com uma de minhas mãos, deitei ele no chão e coloquei a cabeça dele sobre meu colo e percebi que Camilo havia levado um tiro na cabeça. As lágrimas começaram a cair pelo meu rosto, aquilo não podia estar acontecendo, eu iria perder o homem que amava, ele estava morrendo em meus braços e já estava fechando os olhos.
- Camilo por favor fica acordo, não feche os olhos. - disse enquanto tentava estancar o sangue que não parava.
Ele não podia morrer, isto não podia estar acontecendo, olhei para cima e Annie apontava a arma para mim, percebi que Lois estava levantando. Peguei a arma que estava na minha bota e dei somente um tiro na cabeça de Annie, virei a arma para Lois e descarreguei a arma nela, olhei para Camilo que sangrava no meu colo e os olhos dele tinham acabado de se fechar.
- Camilo por favor não. - as lágrimas desceram ainda mais pelo meu rosto e passei a mão pelo rosto dele. - por favor não morra. - disse e então escutei o choro de um bebê bem alto, em seguida escutei a porta do quarto ser aberta por uma camareira do hotel, que olhou toda a cena horrorizada.
- O que aconteceu aqui?. - perguntou olhando os dois corpos sem vida no chão.
- Ligue para a ambulância, fale que tem um homem baleado e está quase sem vida, leve este bebê daqui também, fiquei com ele até que tudo esteja amenizado, vou mandar alguém vir o buscar, não se preocupe, você vai ganhar dinheiro suficiente para nunca mais precisar de um emprego na sua vida, agora vai. - disse rapidamente enquanto a olhava e ela apenas confirmou com a cabeça, pegou o bebê e saiu do quarto.
Fiquei ali chorando cada vez mais a cada minuto que passava tentando estancar o sangue, Camilo já estava quase sem vida nos meus braços e havia perdido muito sangue. Novamente a porta se abriu, revelando os homens do resgate, eles me tiraram de perto dele, o entubaram ali mesmo e o colocaram na maca. Outros dois homens foram olhar os corpos sem vida, fui com os homens que levaram Camilo e eles foram para o mesmo hospital que meu irmão estava. Minhas roupas estavam completamente sujas de sangue, olhei para o corpo dele que não tinha nenhuma reação e peguei sua mão.
- Amor você não pode morrer, eu preciso de você e as crianças também Camilo, por favor lute. - disse enquanto as lágrimas desciam cada vez mais pelo meu rosto.
Eles retiraram Camilo da ambulância e havia uma grande equipe do lado de fora para o atender, fui para dentro do hospital junto com eles, mas fui impedida de entrar na sala que eles o levaram. Me sentei no chão e encostei na parede, comecei a chorar em desespero, não podia perder Camilo, isto tudo e culpa minha, devia ter dado um jeito em Alejandro antes, nada disto teria acontecido se tivesse dado um jeito nele desde o início. Escutei alguém chamar pelo meu nome e levantei minha cabeça, eram dois policiais fardados, provavelmente queriam sabe o que havia acontecido naquele quarto. Me levantei do chão e enxuguei meus olhos com a palma de minha mão, os dois policiais observaram meu estado por alguns segundos.
- Sabemos que e um momento difícil agora, mas precisamos do seu depoimento, prometemos que será rápido. - um dos policiais disse e apenas confirmei com a cabeça, para que o mesmo continuasse a falar, teria que mentir muito bem. - o que aconteceu naquele local?. - perguntou-me enquanto pegava um pequeno gravador do seu bolso.
- Annie e Lois nos chamaram pra conversar, elas queriam dinheiro para não matar nossa família, nos ameaçaram e quando vi que Lois iria atirar em Camilo, meu noivo, nos duas entramos em luta corporal. Annie pegou a arma dela e quando Camilo viu que ela iria atirar em mim, entrou em minha frente e levou os tiros e eu atirei nos dois, pois Annie iria atirar em mim também e Lois que estava levantando, eu só me defendi, nada mais. - disse da forma mais verdadeira possível e pela cara que os dois tinha feito, eles haviam acreditado.
- Bem e só isto que queríamos saber, mas assim que as coisas estiverem melhor, você terá que ir para delegacia, espero que seu noivo fique bem. - disse um dos policiais e apenas agradeci com um aceno de cabeça e eles foram embora.
Me sentei em uma das cadeiras e deixei as lágrimas caírem pelos meu rosto de novo, estava com um aperto enorme no peito, doía muito estar aqui e não ter nenhuma notícia do estado dele. Peguei o celular que estava no bolso da frente de minha calça jeans, haviam duas mensagens de Davis, tinha me esquecido, tinha que ir buscar ele no aeroporto e agora precisava da ajuda dele com aquele bebê. O que iria fazer com ele, tinha matado a mãe dele é provavelmente um dos capangas do Alejandro era seu pai, agora ele estava sozinho no mundo, fui até minha agenda de contatos e apertei no número de Davis, fiquei esperando ele atender.
Ligação ON
- Davis: Onde você está Lauren, eu já estou aqui na sua casa, Noah me disse que você saiu e não disse pra onde você foi, então da pra saber onde foi?. - perguntou-me um pouco alterado, Davis odiava esperar.
- Lauren: Depois eu te explico tudo Davis, eu estou no hospital com Camilo, ele levou dois tiros, está na sala de cirurgia agora, preciso que vá até o hotel Miami, procure por uma camareira de sobrenome Jones, ela está com um bebê, preciso que pegue dinheiro no cofre atrás do quadro da lareira no meu escritório, pegue 800 mil dólares lá tem está quantia certa, pegue o bebê e entregue o dinheiro para ela. - disse enquanto observava a sala de espera, para ver se alguém prestava atenção em minha conversa, mas tudo estava muito corrido.
- Davis: Você ficou louca, quer que eu pegue 800 mil dólares do seu cofre e de para uma camareira por causa de um bebê, piro de vez Lauren e por que Camilo estava no hospital baleado?. - perguntou-me e percebi o quão nervoso ele também tinha ficado com aquela conversa.
- Lauren: Depois eu te falo, agora preciso que você faça isto Davis, por favor vai logo e leve o bebê para minha casa. - disse enquanto engolia o choro, minha voz estava embriagada pelo mesmo.
- Davis: Tudo bem Lauren eu estou indo, mas preciso saber desta história direito depois. - disse com voz seria e desligando o celular logo em seguida.
Ligação OF
Deixe as lágrimas caírem pelo meu rosto, olhei para meu celular e acendi a tela, as lágrimas vieram ainda mais fortes, ao ver uma foto minha junto com Camilo e as crianças. Na foto ele estava linda com um sorriso no rosto, sentada no sofá e eu do seu lado, as crianças estavam sentadas no chão com os bebês no colo era uma foto perfeita nossa.
Nos éramos uma família cheia de imperfeições, mas éramos felizes acima de tudo. Escutei a voz de Hope me chamando, levantei a cabeça e quando ela viu o estado que eu estava veio correndo me abraçar.
- Mamãe o que aconteceu?. - perguntou-me enquanto se sentava do meu lado e Ben logo se sentou do outro.
- O pai de vocês levou dois tiros e está na sala de cirurgia. - disse deixando as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.
- Mamãe isto e brincadeira né, porque não tem nenhum pouco de graça. - disse Ben me olhando seriamente.
- Não, isto não e brincadeira, nunca iria fazer uma brincadeira assim com vocês meus filhos. - disse com voz embriagada pelo choro e os dois me abraçaram forte e também começaram a chorar.
Ficamos ali abraçados, já havia se passado 4 horas e nenhuma notícia havia sido dada sobre Camilo, as crianças estavam dormindo no meu colo agora, a irmã de Camilo por sorte estava no quarto junto com Louis, as crianças haviam inventado uma desculpa para ela. Taylor não precisava passar por mais nervoso agora, ainda mais estando grávida, não queria ligar para nossos amigos também. Eles iria querer explicações e eu não poderia contar o que realmente estava acontecendo, não ali perto das crianças, depois eu conversaria com eles direito, quanto tivesse noticias do Camilo. Mas uma hora se passou, as crianças estavam acordadas agora e andavam de um lado pro outro na sala de espera, estava impacientes e eu também, agora tentava ser forte por eles e estava me segurando para não chorar.
- Família de Camilo Hernández. - disse um médico alto com os cabelos já grisalhos, me levantei de onde estava junto com as crianças e fui até ele.
- Como ele está doutor?. - perguntei-o já sentindo meus olhos ficarem molhados.
- O estado dele e grave, conseguimos tirar a bala da cabeça e também a que estava alojada perto do coração, ele teve muita sorte, mas alguns centímetro e agora ele não estaria viva. Mas Camilo ainda corre risco de vida, infelizmente depois da cirurgia ele entrou em coma, por causa do tiro que levou na cabeça, correndo o risco de nunca mais acordar. - disse enquanto me olhava com um olhar de pena, tentei ser firme para não chorar, mas as lágrimas começaram a descer pelo meu rosto, eu podia perder o homem que amo.
- Nos podemos ir ver ele doutor?. - perguntei-o com um pouco de dificuldade, Hope e Ben me abraçaram.
- Sim mas somente um de cada vez, ele está na UTI por enquanto, uma enfermeira vai acompanha vocês até o quarto dele, mas a senhora precisa ir tomar um banho e trocar de roupa. - disse calmamente me olhando da cabeça aos pés.
Apenas confirmei com a cabeça e deixei que as crianças fossem com a enfermeira ver Camilo, ambos também choravam muito, sabia que eles também estavam com medo de perder ele, liguei para nosso motorista que não demorou muito pra chegar. Quando cheguei em casa, tomei um banho rápido e esfreguei cada parte do meu corpo pra tirar o sangue, terminei o banho e enxuguei meu corpo ali mesmo no banheiro. Fui para o meu closet e coloquei uma blusa preta simples de mangas cumpridas, uma calça jeans e botas pretas cano baixo nos pés sem salto. Voltei para o carro e o motorista me levou de volta para o hospital, pedi que ele ficasse esperando lá fora, pois não demoraria muito lá dentro.
Quando entrei, fui até a recepção e uma enfermeira logo veio me levar para a ala da UTI, coloquei um avental verde que a mesma havia me entregado no caminho e quando cheguei perto da porta, as crianças estavam sentadas em cadeiras que tinha ali perto chorando. Entrei no quarto e vi Camilo deitada na maca, ele estava todo entubada e cheio de fios pelo seu corpo. A cabeça estava enfaixada, percebi que eles haviam raspado o cabelo dele para poder retirar a bala. Me aproximei do corpo dele e com cuidado peguei em sua mão, não sabia se ele podia me ouvindo ou não, mas tentaria.
- Camilo eu não sei se você pode me ouvir, mas se você me ouve, por favor volta pra nos, nos precisamos de você, eu preciso de você Camilo. - encostei minha testa na dele com cuidado, deixei as lágrimas escorrerem pelo meu rosto e algumas acabaram tocando no dele. - eu te amo muito Camilo Hernández. - disse dando um beijo na testa dele.
Me sentei em uma cadeira que havia perto da maca, continuei segurando a mão do mesmo, sabia que ele era forte e voltaria para nos. Camilo se tornou um guerreiro nestes anos que ficamos longe, eu tinha fé nele, teria que resolver tudo isto, não podia deixar Alejandro sair impune desta. Aquele covarde havia passado totalmente dos limites, teria que contar a verdade para todos os meus amigos, não tinha mas como esconder o que estava acontecendo. Agora todos que estavam a nossa volta, estavam ameaçados e desprotegidos, todos tinham que saber da verdade.