Olá!!! 😉 Como disse estava já a escrever a sobre a ideia insensata que Filipe teve: como impedir o noivado de Aurora? A resposta está aqui!!!
DEDICADO A TODOS OS MEUS LEITORES ❤💗❤
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Acordei primeiro que o sol. Hoje, seria um dia decisivo. Não seria fácil, mas quando mais depressa o fizesse, mais depressa acabava com o meu sofrimento e com o de Aurora.
Fui para a janela para ver o amanhecer. Durante anos a fio, apenas vi esse acontecimento espectacular por uma janela pequena e gradeada. Só conseguia ver um pedaço do céu e ele era tão grande. Abri a janela e vi como o céu era infinito. A escuridão estava a enfraquecer até que subitamente apareceu no horizonte o senhor do dia. Uma luz amarela com toques alaranjados pinta o horizonte na horizontal. O céu está de um azul claro esfarrapado com manchas brancas que são as nuvens e parecem navegar. Que momento maravilhoso! Admirei-o e tentei decora-lo. Mais uma vez senti como a liberdade é importante para qualquer ser. Ninguém tem o direito de a roubar a ninguém. O sol quando nasce é para todos.
- Chegou a hora, Filipe! Coragem.
Com o olhar procurei pela bengala, porque iria precisar dela para me dar apoio quando as minhas pernas fracassem pelo cansaço ou pelo medo. Encontrei-a ao lado da minha cama. Fui busca-la e caminhei para a sala o mais depressa que consegui. Por mais que me esforçasse nunca iria conseguir tal proeza: andar depressa.
- Filipe! – exclamou a minha madrinha de espanto.
- Bom dia!
- Bom dia, Príncipe!
As quatro fadas estavam a tomar o pequeno-almoço.
- Pensei que não estivesses cá, madrinha.
- Como supostamente ando à tua procura, tenho liberdade para fazer o que bem entender. E quanto mais tarde regressar a Aragão para contar aquela nossa mentira aos teus pais melhor! E tu também precisas de mim!
- Sim, ainda bem que cá estás.
- Sente-se, meu Príncipe – disse Fabiola, afastando uma cadeira para eu me sentar. – Venha tomar o pequeno-almoço.
- Eu agradeço a vossa simpatia e hospitalidade, mas hoje vou tomar o pequeno-almoço a Aragão.
- Como? – perguntou a minha madrinha, incrédula.
- Vou tomar o pequeno-almoço a Aragão – repeti, calmamente.
As quatro fadas ficaram boquiabertas a olhar para mim como fosse uma ave rara.
- O que é isso significa, Príncipe? – perguntou Dulce, recomposta.
- Significa exactamente o que deves estar a pensar. Vou regressar a Aragão, ao meu castelo, ao meu lugar... - respondi, enquanto me sentava na cadeira que Fabiola atenciosamente me ofereceu.
- O Príncipe não queria que ninguém, especialmente os seus pais, soubessem o que lhe tinha acontecido. O que é que mudou? – perguntou Lucy, pensativa .
- O suposto noivado entre Aurora e o Príncipe Ricardo.
- Continuo sem compreender, Filipe. Ao anunciares quem és pensas impedir o noivado de Aurora? Pensa bem, Filipe. Já não és jovem – falou a minha madrinha baixinho a última frase, com receio de me magoar.
- Eu não penso ficar com a Aurora se não recuperar a minha juventude. E sim, vou impedir esse noivado ao anunciar quem sou e o que me aconteceu.
- Se me permite, meu Príncipe, como pensa impedir o noivado, se ainda não está jovem? – manifestou-se Fabiola.
- Vou convocar os pais de Aurora em Aragão e depois de contar o que me aconteceu e explicar que pretendo recuperar a juventude, ele irá acabar com esse noivado, ele irá compreender. Afinal, ele conhece-me desde criança, via-me como um filho.
- Isso é verdade, ele adorava-o, Príncipe.
- Adora-me, Dulce – corrigi-a eu. – Trata-se apenas de uma pequena confusão e ele agora pensa que me odeia, mas não é verdade.
A fada deu-me um sorriso de concordância.
- Estás preparado para a reacção dos teus pais? – perguntou a minha madrinha, preocupada.
- Talvez sim, talvez não... Não sei. Tenho a perfeita noção que será um choque e um tremendo desgosto. Olharem para o seu filho que deveria ter dezoito anos e está com noventa e oito anos. É contranaturo um filho ficar velho primeiro que os pais. Meus pobres pais... - suspirei.
Tinha medo, não podia negar.
- Não seria melhor prepara-los, primeiro, Filipe? – sugeriu a minha madrinha.
- Achas que existe alguma maneira de prepara-los? Não há. Vai ser um choque, um desgosto... Não há como evita-lo! Mas tu vais estar ao meu lado para me ajudar.
- Sempre, Filipe. Estarei sempre ao teu lado – ela alcançou-me as mãos e apertou-as contra as suas.
Dei-lhe um sorriso de gratidão e amizade.
- Vamos para Aragão - disse eu, com coragem. – Preciso do coche, mais uma vez.
- Estará sempre às suas ordens, Príncipe. Ontem, não desfizemos o feitiço, por isso ainda está lá fora – disse Fabiola.
- Dê-nos notícias, Príncipe – pediu Lucy.
- Irei dar. Lucy, Dulce e Fabiola cuidem de Aurora por mim.
- Nós sempre cuidamos de Aurora. Nem precisar pedir, Príncipe – falou Lucy, sorridente.
- Claro! Vocês são as três madrinhas dela.
- Sorte, Príncipe! – exclamaram as três, em coro.
- Ainda conto com vocês para recuperar a minha juventude? – quis saber.
- Claro que sim! – exclamou Fabiola, pousando a mão no meu ombro. – Agora que voltará a ser reconhecido como Príncipe Filipe de Aragão teremos mais meios ao dispor, não precisamos de procurar às escondidas.
- Madrinha, se não te importas, dá-me uma ajuda – apontei com o dedo indicador para as minhas vestes que eram as que tinha levado ao baile e estavam amarrotadas por adormecer com elas.
- Claro que sim! Nem precisavas pedir. Jamais te deixaria regressar a Aragão nesses modos.
Ela retirou a varinha do bolso do vestido com grande contentamento como não podia deixar de ser. As fadas adoravam fazer magia, era da sua natureza.
- Não te entusiasmes muito – atalhei eu, quando vi a varinha apontada para mim.
- Confia em mim! – exclamou ela, com um grande sorriso.
- De olhos fechados – e fiz o que disse.
Não senti absolutamente nada e em questão de minutos, ouvi:
- Podes abrir, Filipe.
Olhei-me de relance, porque não dava grande importância a minha aparência agora, mas estava com uma indumentária dos dias normais que os príncipes usam. As vestes eram de um tom bege e capa tinha uma grande gola de pêlo que era um símbolo de riqueza e elegância. A única diferença é como acessório tinha uma bengala em vez de uma espada à cintura.
- Perfeito! – exclamou a minha madrinha com enfâse.
- Aragão, espera-nos. Vamos – ordenei eu.
- Eu dou-te uma ajuda, Filipe.
A minha madrinha transformou-se em miniatura e mais uma vez agitou com arte a sua varinha na minha direcção. Para minha surpresa, saí a voar como ela para o coche que me aguardava de porta aberta. Entrei como um pássaro. Agora já sabia qual era a sensação de ser uma ave.
- Boa sorte, Príncipe! – desejavam as fadas de Olispo à porta da sua casa, ao mesmo tempo que agitavam as varinhas e saiam brilhos.
- Obrigado!
A minha madrinha sentou-se no meu ombro, porque em miniatura mal sentia o seu peso. Apenas sentia algo leve.
- Para Aragão – ordenou a minha madrinha aos cavalos, ao mesmo tempo que agitava a varinha.
A porta do coche fechou e o coche entrou em andamento.
- Vou voltar – disse baixinho para mim mesmo e segurei com força a bengala.
Continua...
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E agora????? O que se passará em Aragão? E o rei Dinis que dirá disto tudo quando souber?
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