Yes
(Justin's point of view)
Não conseguia deixar de pensar no que havia acontecido naquela casa de banho. A imagem do corpo bem desenhado daquela rapariga, estava constantemente na minha mente. Admirava o quão à vontade se sentiu a tomar banho, sabendo que a encarava, que apreciava cada parte do seu corpo.
Era inevitável não o fazer.
- Justin? Estás a ouvir?!
- Hum... Não?
- Esta a dizer que a Madison deve de estar a chegar, tal como o pessoal de Santa Monica. Ou seja, tens que ir. – Murmurou, ainda com as pernas sob as minhas, enquanto estávamos sentados no sofá a ver televisão.
- Só se jantares comigo.
- Como se fosse um encontro?
- Como um encontro. – Murmurei.
Amyah começou a hesitar. Pensou e repensou na resposta e acabou por balançar a cabeça, negando a minha proposta. Garanti-lhe que não a ia levar a um restaurante requintado e muito menos pedi-la em casamento, o que a tranquilizou um pouco.
No entanto, ela continuava a hesitar.
Porquê tanta hesitação? Tanto receio em envolver-se novamente? Queria entrar na mente dele e perceber o que a impede.
- Amyah, deixa-me mudar as tuas ideias. – Sussurrei, aproximando-me dela. Deslizei os dedos pela bochecha dela, tentanto persuádi-la. – Não vais precisar de me partir um osso, prometo.
- Sem promessas.
- Então deixa-te ir. – Rocei os meus lábios nos dela.
- Tu queres mesmo arrancar-me sentimentos, não queres?
- Já o fiz, apenas lutas para os esconder. – Levei os lábios dela nos meus durante longos segundos, até os deixar. – Não podes evitá-los por muito tempo. E assumi-los, não te torna mais fraca.
- Justin... Estás a pressionar-me.
- Sem desculpas, desta vez. – Murmurei, afastando os nossos rostos. - Não quero que assumas a ninguém o esforço que tanto fazes para te manteres fiel a ti mesma. Só quero que assumas a ti mesma e a mim.
- O que te leva a pensar que há algo para assumir?
- Se não houvesse, não estávamos aqui.
- Tens que ir, eles estão a chegar. – Tentou levantar-se, embora não a deixasse. Um suspiro de frustração abandonou os lábios dela. – O que queres que diga? Que tens razão?
- Não... Mas, tenho? – Revirou os olhos e um sorriso quis aparecer no rosto dela.
- Sim, Justin.
Desta vez, eu suspirei. Alto, deixando todas as frustrações saírem. Olhei para a morena à minha frente, confusa com a minha reação. Encolhi os ombros e beijoquei os lábios dela, ouvindo as suas gargalhadas.
(...)
Sentado no chão ao lado de Ryan, disputavamos um jogo de futebol.
Queria contar-lhe sobre Amyah, sobre o quão próximos estávamos a ficar. Falar do jantar, principalmente. Sentia-me um pouco nervoso, receava dizer algo que a fizesse voltar atrás com as suas palavras ou, que algo acontecesse e estragasse o momento, o que provavelmente, acabaria por acontecer.
Caso, não fosse eu a arruinar tudo primeiro.
- Vais-me dizer porque faltaste hoje? – Encarei o Ryan, assimilando a sua pergunta. Contar ou não contar?
- Estive com a Amyah. – Encolhi os ombros e os olhos dele arregalaram-se ligeiramente.
- E então... Alguma nódoa negra?
- Não sou tão otário como tu. – Gargalhei, relembrando o murro que a rapariga lhe havia dado.
- Vá, chiba-te lá. Aconteceu alguma coisa? – Balancei a cabeça, confirmando a sua pergunta. – Foda-se, já lá chegaste? – Revirei os olhos e acabei por gargalhar, tal como Ryan. – É bem! E como foi?
- O que é que isso interessa?
- Partilha lá, Justin! – Deu-me uma cotovelada e um olhar matreiro estava agora pousado em mim. – Ela tem cá um corpo...
- Se tem. – Deixei escapar e ambos gargalhamos. – Ela é diferente de todas as raparigas com quem já andei.
- Isso é contagioso?
- O quê?
- Esse olhar de cachorro perdido, e esse sorriso de atrasado na tua cara.
Voltei a dar uma cotovelada no Ryan e ele levantou as mãos em rendição. Deixei escapar uma gargalha e Ryan continuou a questionar-me sobre a manhã com Amyah. E obviamente, que lhe contei, deixando os detalhes do duche apenas para mim.
Claro que o lado infantil e excitado de Ryan não se contiveram e começaram a fazer uma pequena festa.
Soquei o rapaz irritante ao meu lado, para que ficasse quieto. Falei-lhe então do jantar dentro de duas horas e meia e o rapaz arregalou os olhos.
- Tu? Num jantar romântico?
- Foi a primeira coisa que me lembrei. – Encolhi os ombros.
- Estás mesmo apanhado por ela, não estás?
- Acho que sim.
Sabia que um restaurante chique não era o mais adequado para esta noite, visto que Amyah não era esse tipo de rapariga. Pedi conselhos a Ryan sobre um lugar simples para um jantar – algo que me arrependi de ter feito – e o mesmo lembrou-se de algo bastante interessante.
Agradeci-lhe pela ideia e levantei-me despedindo-me dele. Entrei no carro e conduzi até casa, com intenções de me despachar para a noite que me esperava.
A casa estava vazia, algo que agradeci mentalmente.
Entrei no meu quarto, procurando algo simples, embora menos desportivo para usar esta noite, colocando sob a cama. Peguei nuns boxers depois, entrando na casa de banho. Longos minutos fiquei naquele duche, até ouvir a porta fechar e algumas vozes altas.
Apressei-me a secar o corpo e cobri-lo, descendo depois as escadas. Escusado era dizer, que o meu pai estava novamente bebedo e a minha mãe aos gritos com ele, mesmo sabendo que não se iria relembrar no dia anterior.
Voltei para o quarto, continuando a arranjar-me, visto que faltavam vinte minutos para a hora combinada com Amyah.
(...)
Quase dez mil, desde o últimos capítulos!! Muito obrigada por acompanhem a história, fico mesmo contente! Espero que a história continue a cativar-vos!
O que estão a achar até agora?