02.02

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Narrado por Naomi;

—Bom dia! —Falei assim que encontrei o senhor e a senhora kimura, estavam tomando café da manhã.

—Bom dia Naomi, sente-se e tome seu café! —Disse a senhora Sayuri.

—Daichi teve que sair mais cedo, mas podemos te levar até a Universidade. —Disse o senhor Akira.

—Eu vou caminhando, já olhei no google maps, não se preocupem.

—Como quiser.

Tomei o café, peguei minha mochila e uma pasta com meus documentos, sincronizei meus fones ao Bluetooth do celular e sai caminhando, mais tarde quero dar uma corrida, já faz dois dias que não corro.

Cheguei a Universidade, me senti um E.T. com tantos olhos me observando, perguntei a duas meninas que estavam sentadas em um banco, se podiam me dizer onde ficava a secretaria, elas foram simpáticas e me levaram até lá, fiz minha matrícula e sai, minhas aulas começam amanhã, então resolvi dar uma volta pelo campus para conhecer, aumentei o volume nos fones, estava escolhendo uma música quando uma pessoa esbarrou em mim, deixei meu celular cair.

—Por que não olha por onde anda!? —Falei brava.

—Por que você não olha? —Falou um rapaz.

Enquanto juntávamos os celulares, pois o dele também havia caído, levantei o rosto encontrando um sorriso lindo, olhos pretos com cílios um pouco curvados para baixo, cabelo bagunçado, parecia um personagem de mangá, ficamos nos encarando pôr alguns segundos até umas meninas virem correndo em nossa direção gritando com cartas nas mãos, o menino me olhou e disse:

—Até mais!

Ele saiu correndo e as meninas seguiram atrás dele.

—Eu hein!

Coloquei meu celular no bolso e em seguida as meninas que me levaram a secretaria apareceram.

—Naomi! —Gritaram elas me acenando.

Acenei de volta e elas vieram aos pulinhos, conversamos sobre algumas coisas sobre a faculdade e elas me acompanharam por umas três quadras depois cada uma pegou seu caminho.
Peguei meu celular para ver o caminho de volta e me deparei com o telefone do rapaz.

—Mas que merda, hoje não é meu dia!

Por sorte ele também não usava senha para bloquear o celular, mas eu não sei o endereço para ver o caminho de volta, avistei um banco e me sentei, coloquei o meu número no telefone dele e tentei ligar, mas não deu, faltava algum número.

—Droga!

Bom à hora que ele se desse conta iria ligar para o próprio telefone, só tenho que esperar, conectei meus fones ao telefone dele e coloquei em sua play list, as músicas são boas, olhei a galeria de foto dele e só tem fotos de lugares, dele não tinha nenhuma, pensei em entrar no whats dele, mas fiquei com receio de mexer mais do que eu já estava mexendo, uma hora ele iria me ligar, lembrei do sorriso dele e não consegui deixar de sorrir, pouco mais de meia hora depois o whats dele começou a apitar, mesmo assim não quis mexer, esperei até uma chamada de vídeo interromper a música, atendi e era ele.

—Até que enfim! —Disse ele.

—Oi! —Falei envergonhada.

—Você ficou com meu telefone! —Acusou-me.

Beleza ele conseguiu me irritar.

—E você está com o meu!

—Por que não respondeu as mensagens no whats?

—O telefone não é meu, não quis mexer!

—Eu mexi no seu! —Falou dando de ombros.

—Eí, isso é invasão de privacidade!

—Se eu não tivesse invadido sua privacidade não estaria conversando com você agora!

Desviei o rosto com vergonha pois não tinha resposta para dar-lhe.

—Me manda sua localização que vou te buscar!

—Está bem!

Desliguei e mandei a localização, joguei minha cabeça pra trás no banco e começou uma música que amo de paixão "A Thousand Years", owm ele é fofo, fechei os olhos e fiquei cantando, creio eu que em voz baixa pois não resisto a essa música.

And all along I believed I would find you Time has... I'll love you for a thousand more.

Suspirei e abri os olhos, tinha um lindo par de olhos orientais me olhando de cabeça pra baixo, o rosto dele estava bem perto do meu, ele estava nas minhas costas com a cabeça por cima da minha. Comecei escorregar no banco pra sair daquela posição, tirei os fones.

—Você canta mal!

—Não te perguntei! —Falei irritada.

Peguei o telefone dele do meu bolso e entreguei.

—Aqui está o seu, coloquei um chip novo, não consegui usar o seu número.

—Quê? Como...

—De nada! —Disse ele.

—Quanto te devo?

—Não precisa me pagar, é um presente.

—Obrigado!

Coloquei no Google maps e lá estava o endereço.

—Até mais! —Falei.

Coloquei meus fones e segui meu caminho. Mais à frente senti como se estivessem me seguindo e eu estava certa, era ele me seguindo, parei de caminhar e me virei.

—Por que está me seguindo?

—Não estou, estou indo para minha casa!

Fiquei vermelha, bufei irritada e aumentei os passos.

—Qual o seu problema Naomi?

Parei ao ouvir o meu nome, ele parou bem atrás de mim, eu não queria contato, muito menos conversar com ele, aquilo estava começando a me irritar profundamente.

—Você não tem amigos e não tira fotos, todas as fotos que têm em sua galeria vem do Whatsapp, mandadas por sua mãe, do que está fugindo?

—Você mexeu no meu telefone! —Sussurrei apertando as têmporas, comecei a respirar fundo pra não ter nenhum ataque de pânico. Comecei a correr, corri o mais rápido que pude, parei em frente à casa, respirei fundo várias vezes e depois entrei.

—Cheguei! —Falei.

Logo em seguida ouvi as boas-vindas da senhora Sayuri, a porta se abriu.

—Bem-vindos! —Disse ela.

—Obrigado mãe! —Era ele.

Meus olhos automaticamente pularam pra ele assim que ouvi sua voz, o garoto era o filho deles, tá brincando comigo né universo?!

—Vejo que já se conheceram, como foi o dia de vocês?

Tiramos os sapatos e colocamos umas pantufas peludinhas, Daichi seguiu a mãe dele e eu fui para o meu quarto, fechei a porta e escorreguei sentando-me no chão, eu queria chorar e ao mesmo tempo tinha um sentimento diferente, não sei explicar se era alívio ou o quê.

—O que está acontecendo comigo? —Sussurrei.

Fiquei um pouco ali e as batidas na porta me sobressaltaram.

—Naomi a mamãe está te chamando para jantar! —Era a voz dele, meu coração acelerou e eu quis me bater.

—Já vou!

TiesTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon