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Narrado por Aurora;

Acordei com alguém tentando desamarrar minhas pernas.

—São uns idiotas mesmo! —Resmungou alguém.

Eu estava meio grogue, mas senti alguma coisa ardendo na minha perna, depois o movimento de alguém me largando em cima daquela cama barulhenta.

—Droga, que droga!

A pessoa apertou meu tornozelo com alguma coisa e depois apaguei de novo.

. . .

Abri os olhos devagarzinho o Sol invadia meus olhos, senti minhas mãos amarradas nas minhas costas eu estava deitada em um carro, segui de olhos fechados, sem me mexer, o medo percorreu minha espinha e a minha barriga começou a se mexer como se eu tivesse cheia de gases, era só o que me faltava.

—Será que ela tá bem, usaram muito clorofórmio nela! —Disse uma voz conhecida e masculina.

—To nem aí pra ela, se eu não posso ter ele pra mim, ela também não vai ter ele!

—Ei, já conversamos sobre isso, você é minha Amy, estou fazendo isso por amor a você!

—Sei sim, desculpa amorzinho, só quero uma vingancinha boba por ter sido humilhada na frente de todos.

—Eu sei meu amor, agora você termina com isso assim que chegarmos e vamos para o México como combinado.

—Só quero me divertir um pouquinho! —Disse ela rindo.

A voz era de Amy sem dúvida, mas ele não conseguia decifrar, eu não queria abrir os olhos com medo do que poderiam fazer comigo, a dor de cabeça e a dor no estômago estavam de matar, lembrei do que eu fazia quando estava com fome no convento, comecei a meditar. 

—Até que o apelido combina com ela! —Disse o homem.

—Gata borralheira?! —Disse Amy.

—Não, princesa, o nome Aurora não é o nome da bella adormecida?

Kkkkkk

Voltei ao meu corpo já estava escuro no carro, sabe-se lá quantas horas meditei, mas agradeço ter conseguido tanto tempo, eu precisava me mexer, tentei esticar os braços e gemi com a dor deles.

—Finalmente acordou bela adormecida! —Disse Amy sarcástica.-Ou melhor gata borralheira!

Já tinham me descoberto mesmo, consegui me sentar, levei um susto ao ver que seu parceiro era o Kris, pelos Deuses ele fingiu ser meu amigo.

—Não vai falar nada!? —Disse ele.

O que eu falaria naquela situação, eu sei que dali não vou sair viva.

—Fale Aurora! —Disse ele.

—O que querem que eu diga!? —Minha voz saiu arranhada, recém percebi que minha garganta ardia.

—Sei lá, coisas do tipo me soltem, vou acabar com vocês, o que vão fazer comigo? —Disse Amy. —Essas coisas.

—Não vou perder meu tempo com perguntas que já sei as respostas! —Falei.

—Se acha a sabichona né?

Nisso Amy se virou no carro e me deu o primeiro tapa no rosto, ardeu muito e não tive minha mão para passar e aliviar o ardor, ela riu do que fez, eu dobrei as pernas em forma de lótus e fechei os olhos.

—Vai meditar, que fofo, aproveita mesmo, vamos parar ali na frente quero pegar mais alguma coisa pra comer, você deve estar com fome não é mesmo?! —Disse ela. —Pena que não terá mais nenhuma refeição em sua vida!

—Vai ter que dar nem que seja água pra ela Amy! —Disse Kris.

—Não mesmo!

—Então não terá ninguém pra se divertir, ela vai desmaiar no próximo tapa!

—Humpff. . . Ta certo!

Mais à frente eles pararam e só ele desceu pra comprar algumas coisas, ela ficou no carro.

—O que vai ganhar com isso Amy?

—Prazer!

—Me matando?

—Não, te torturando, e vou filmar tudo pra ele ver o que ele me fez fazer com você.

—Você vai ser presa se fizer isso!

A ideia de ver Erick sofrendo enquanto vê o meu sofrimento não me agrada, meu estômago embrulhou e os gazes começaram a se mexer em minha barriga.

—Vou estar bem longe quando ele ver o vídeo.

—Hummm. . . tudo tem um preço Amy!

—O que quer dizer com isso?

Ela se virou de frente pra mim.

—Que tudo que aqui se faz, aqui se paga, de um jeito bom ou ruim!

E lá veio mais um tapa e outros mais, não dei um ai, aguentei tudo calada como já fiz um dia.

—Por que não grita, você não sente dor?! —Falou me puxando os cabelos, me fazendo olhar pra ela.

—Sinto sim, mas não vou te dar esse gostinho!

—Ainda bem que você perdeu o bebê se não seria o primeiro lugar que eu começaria a te chutar vadia! —Disse ela.

Kris entrou com um saco cheio de comida, o cheiro fez meu estômago roncar, fechei os olhos para voltar a meditar e ela jogou água na minha cara e começou a rir.

—Bebe ai vadia! —Não abri nem os olhos e nem a boca, é claro que eu estava com sede, mas não ia dar esse gostinho a ela, então não contente ela me bateu com a garrafa, senti o sangue correr na minha sobrancelha.

Ela virou pra frente e comeu fazendo barulho feito uma porca, comecei a cantarolar em minha mente voltei a me deitar no banco e dormi.

. . .

Acordei com ele me puxando pra fora do carro, dei alguns passos e caí em uma escada de madeira, meu corte se abriu de novo, senti escorrer quente pelo meu rosto, ele me levantou pelos cabelos e me levou até dentro de uma casa linda, toda feita de troncos, me jogou em uma cadeira e abriu as cordas que amarravam minhas mãos para amarrar na cadeira, senti um alívio imediato, e voltou a me amarrar, primeiro transaram na minha frente é claro que mantive meus olhos fechados, mas os sons eram impossíveis não ouvir, depois os dois saíram, voltaram quase uma hora depois, eu não conseguia pensar direito, minhas forças já me faltavam, logo-logo isso acaba e vou ver os meus pais, mas e Erick como posso deixa-lo aqui sofrendo, ele já me havia dito inúmeras vezes que não viveria sem mim.

Estava me sentindo tonta, minha visão estava turva, eles entraram rindo.

—Amor acho que você não vai se divertir muito!

—Quê? Não pode! —Disse Amy.

Ela abriu alguma coisa e colocou na minha boca.

—Coma isso desgraçada!

Mastiguei e engoli não sei o que era, mas caiu bem em meu estômago, depois ela colocou uma garrafa de água na minha boca machucando minha gengiva, mas engoli três grandes goles de água, eu teria tomado a garrafa toda, depois ela jogou o resto da água na minha cabeça, despertei um pouco, minha tontura já estava passando.

—De o resto dessa fatia de pizza pra ela vou tomar um banho, tenho que estar linda no vídeo.

TiesWhere stories live. Discover now