03.90

91 31 5
                                    

Abri a porta e encontrei os dois abraçados chorando.

—Oi... —Murmurei ao entrar.

—Oi! —Disse ele vindo em minha direção.

Passei a mão em seu rosto, minhas pernas tremendo, incrível sua semelhança com Erick, não havia mais vestígios de dor em meu peito, a alegria de poder tocar em meu bebê, o puxei para um abraço e ele retribuiu, chorei feito uma criança em seus braços, ele tinha minha altura, mas eu queria pegá-lo no colo.

—Shiii, eu estou aqui! —Disse-me ele.

—Perdoe-me meu amor, eu não consegui te proteger! —Eu dizia em meio as lágrimas. —Eu juro que tentei todos esses anos eu tentei...

—Calma por favor! —Dizia ele tentando me acalmar. —Não tem que me pedir perdão, eu ainda estou meio confuso, mas não tem que me pedir isso!

—Eu te amo tanto, nunca deixei de te amar, nunca, nem eu nem seu pai deixamos de te amar um minuto se quer!

Ele se retirou um pouco para olhar em meus olhos, mas as lágrimas não me deixavam ganhar foco.

—Não chore mais! —Disse ele. —Mesmo sem te conhecer está partindo o meu coração te ver assim.

—Nós vamos recuperar o tempo perdido, eu prometo!

—Vamos sim!

—Precisamos ir! —Disse Erick.

—Sim, vamos!

Amy estava no banco da frente bem amarrada e de cinto, ainda estava desmaiada.

—Eu dirijo! —Falei.

Erick entrou atrás com Luan, não a quero perto do meu filho, mas o fiz ir atrás dela para que ela não o visse.

—O que vão fazer com ela?

—Vamos entregá-la as autoridades americanas, ela é procurada por sequestro, tortura, tentativa de homicídio e sequestro de novo! —Falei.

—Então esse tempo todo ela estava fugindo comigo?!

—Sim!

Ele ficou pensativo.

Erick ligou pro aeroporto particular, vamos sair em algumas horas.

—Filha, juntem suas coisas e nos esperem na portaria... Está tudo bem sim... No caminho te explico... Também te amo!

—Sol é minha irmã?

—Sim! —Disse Erick —E por quase seis meses vocês dividiram a barriga da mãe de vocês!

—Como assim?

Erick explicou como era.

—Então ela é mais ou menos minha irmã gêmea?

—É, mais ou menos!

—Que legal!

—E você tem mais duas irmãs, que acompanham nossa luta desde que nasceram!

—Quais os nomes?

—Hope e Iris!

—Sou o único homem?

—Sim, nosso menino! —Disse Erick.

—Sabia que foi seu pai que te trouxe ao mundo?

—Você fez o parto?

—Foi, dentro do carro, lembro-me como se fosse hoje!

Na metade do caminho Amy acordou, Luan e Erick ficaram em silêncio, ela mexeu seu maxilar.

—Olá Amy, que bom que acordou!—Falei irônica.

—O que vai fazer comigo? —Percebi que ela não viu Luan atrás de nós. -Cadê o Luã?

—Não é da sua conta! —Falei rápido para que entendessem o recado.

—Vai me torturar como fiz com você?!

—Não, não sou igual a você Amy, ou talvez eu tenha sim me tornado um pouquinho igual a você depois que você sequestrou o meu bebê!

—Harry me conto que você o esfaqueou!

—É, espero que ele vá te visitar na prisão, ah espera, me esqueci ele vai ser preso também por cúmplice no sequestro!

—Não tem provas!

—Tenho sim, tenho a confissão dele gravada!

—Que idiota! —Disse ela baixando a cabeça.

—Então, está pronta para encarar um tribunal com seus pais vendo o monstro que criaram?

—Eles sabiam de tudo, me ajudaram a fugir, e fazer documentos falsos!

—Olha que legal, que família unida, vão pra cadeia todos juntos, vem cá, você é tão minha fã assim para usar o meu nome todos esses anos?

—Eu odeio você!

—Não parece!

—Não acredito que vou ter quê viajar com você de volta!

—Infelizmente vai ter sim, minha família não merecia ir com você, mas você não vai sair da minha vista até os policiais te algemarem!

Ela olhou fixamente pra frente.

—Eu criei o menino como se fosse meu!

—Eu sei, e foi por essa razão que eu não te matei!

—Eu amava o Erick desde a sexta série, mas ele nunca me deu bola, e depois dele ter me negado o primeiro beijo, ele se negou a ser meu, eu consegui droga-lo, mas nunca consegui de fato o que eu queria dele, e quando ele me humilhou na frente da escola o amor virou ódio, eu não queria apenas te machucar por ter tirado tudo que eu mais queria, queria feri-lo, então vigiei vocês dia e noite, até conseguir o que eu queria, quando ouvi ele me implorando pra não levar seu bebê, eu ouvi ele dizendo o nome dele, Luã, era o nome que eu teria dado ao nosso filho se eu tivesse conseguido engravidar na noite em que o droguei, criei o bebê como se fosse nosso filho, então Luã começou a crescer e a ficar cada vez mais parecido com Erick, e aquilo começou a virar uma tortura para mim, comecei a sair de casa fingindo estar trabalhando para não ter que olhar no rosto dele...

—Então era por isso que vivia brigando comigo?! —Disse Luan.

—Luã?! —Ela tentou se virar, mas não conseguiu olhar pra trás.

—Sim, estou aqui, ouvindo sua confissão!

—Filho...

—Não, eu não quero mais ouvir sua voz, você me magoou, me tirou de uma família...

—Filho...

—Não sou seu filho!

...

Chegando na frente do prédio os meninos nos esperavam com as mochilas, desci do carro e os três vieram me abraçar.

—Graças aos Deuses dinda!

—Ai mãe!

—Meus amores, não temos muito tempo, me ouçam, estou com a Amy no banco da frente, seu pai vai dirigir para o aeroporto, Mel você vai no meu colo e Sol vai no colo de Ariel!

—Ele está ali dentro? —Perguntou Sol.

—Sim, no avião vocês conversam, não podemos perder tempo!

Abri o porta-malas e eles jogaram as coisas lá atrás, Erick passou pra frente, Ariel subiu do outro lado cumprimentando Luan e eu subi do outro, Mel subiu no meu colo, e Sol entrou subindo no colo de Ariel, olhando Luan, Mel pegou a mão de Luan que sorriu pra ela, era o mesmo sorriso torto de Erick, Sol começou a fungar, com o rosto no pescoço de Ariel e segurando a mão de Luan.

TiesWhere stories live. Discover now