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—Erickkkkkkkk!!! —Rusnei seu nome entre dentes em meio da dor.

A porta se abriu em um rompante.

—To aqui, to aqui amor, to aqui!

—Opa, to vendo a cabecinha! —Disse o médico.

—Respira! —Falei pro Lucas.

—Eu to bem. . . eu to bem? —Disse ele.

Comecei a rir de Lucas e lá veio outra contração.

—Agora já dá pra começar a empurrar —Disse o médico. —Quando a dor vier de novo você faz força, enche o pulmão de ar e empurra ok?!

—Okkk! —Mas que dor horrível é essa, concentra Aurora, concentra.

Eu tinha Erick segurando minha mão de um lado e Lucas do outro, eu escutava todos de fundo, comecei a me concentrar em uma meditação, mas não deu muito certo, aquela dor era diferente, era uma dor que eu precisava sentir para saber que está tudo certo.

—Tá saindo, vamos mãezinha só mais um pouquinho! —Disse o médico.

Fiz a maior força que pude, Lucas cobriu a boca pra não gritar, e se curvou, Erick também se curvou e rosnou no meu ouvido.

—Vai amor, você consegue!

—Grrrrrraaaaaa. . .

Ela saiu sem chorar, me desesperei.

—Por que ela não tá chorando? —Perguntei.

—Porque ela queria vir ao mundo! —Disse o médico. —Mil perdões pelo que vou fazer ok!?

Ele deu umas batidinhas de leve no seu bumbum e ela começou a chorar.

—Desculpe pequena, foi preciso! —Ele a colocou em cima de mim.

—O meus Deuses! —Eu estava chorando tanto, eu mal conseguia falar, ela parou de chorar assim que falei com ela —Oi minha princesinha.

Olhei pro Erick que chorava do meu lado.

—Oi raio de sol! —Disse Erick.

Sol pegou o dedo dele com força, vi ele se derreter, olhei pro outro lado.

—Cadê o Lucas?

—Enfermeira! —Falou o médico.

A enfermeira correu pro lado onde Lucas estava e de repente Lucas se levantou rápido.

—O que ouve? —Falou perdido.

Comecei a rir enquanto o médico trabalhava lá embaixo.

—Você desmaiou na melhor parte! —Disse Erick.

—Eu não, ai meu Deus, oi princesa? —Disse Lucas pegando a outra mão de Sol —Eu sou seu tio!

Somos três marmanjos chorando rios de lágrimas e uma coisinha pequenininha sorrindo no meu colo.

—Quem quer cortar? —Perguntou o médico assim que colocou uns grampos amarelos prensando o cordão umbilical.

—Eu! —Disse Erick.

Ele o fez, e em seguida, o médico voltou a trabalhar em mim.

—Querida vai doer um pouco ok, mas preciso tirar o resto desta placenta, o outro bebê já está ganhando o espaço, preciso lhe dar um remedinho pra sua dilatação diminuir, você não pode se levantar pelo menos até amanhã!

Ele puxou algo que realmente doeu, mas não como quando Sol saiu, uma enfermeira pegou a Sol e ela começou a chorar, Lucas a acompanhou, Erick ficou comigo segurando minha mão.

TiesWhere stories live. Discover now