03.07

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Narrado por Aurora;

Acordei cedo tomei café com todos, brinquei com a Kate até a dinda me chamar pro escritório.

—Aurora vamos falar sobre suas finanças.

—Está bem!

—Quando seus país faleceram automaticamente os bens deles pertenciam a você, a casa os carros, a conta e a empresa.

—Nossa!

—A empresa sua vó vendeu, a casa está em uma imobiliária e está alugada, os carros um deu perda total e o outro ela vendeu, graças aos céus um vizinho recolheu essas lembranças mais importantes, quando viu o que sua avó estava fazendo, foi graças a ele que você tem essas fotos e vídeos em mãos.

—Preciso agradecê-lo!

—Nas suas férias pode ser, mas continuando, seus avós não tinham mais filhos, sua mãe era única filha e como ela também é falecida a herança automaticamente vai pra você.

—Então quer dizer que eu tenho dinheiro pra poder me virar?

—Filha você tem dinheiro até para seus tataranetos, a velha tinha uma conta gordíssima, duas empresas, um iate, uma coleção de carros do seu avô, duas fazendas, uma cobertura na França, uma mansão no Brasil, seis apartamentos espalhados pelo mundo e isso tudo agora é seu!

—Uau, pra que tanta coisa, pra que tanto dinheiro, aposto que eles não aproveitaram nada disso.

—Não sei lhe dizer filha, mas preciso que tome uma decisão, se você quiser seguir estudando para administrar as empresas eu te ajudo a administrar até você se formar...

—Não dinda, não perca seu tempo, vende tudo, mas quero participar da negociação.

—Tudo bem, e as casas?

—Não quero nenhuma lembrança deles dinda, quero vender tudo sem prejudicar nenhum funcionário, talvez possa dar uma parte do valor das vendas pra eles, não é?

—O dinheiro é seu, pode fazer o que quiser!

—Obrigada por tudo dinda, você é meu anjo.

—Meu amorzinho quando você nasceu prometi que cuidaria de você como se fosse minha, se um dia você precisasse, e por seis malditos anos não consegui cumprir minha promessa.

—Dinda, não foi sua culpa, agora está tudo bem!

—Verdade meu amor, só vou exigir uma coisa de você.

—Pode falar, eu faço!

—Termine seus estudos, ano que vem é seu último ano, eu consegui sua transferência pra cá, você começa segunda feira.

—Tudo bem, isso eu posso fazer, posso dar uma olhada nesses documentos dinda?

—Claro meu amor, eu tenho que ir trabalhar, mas o Erick vai te ajudar no que precisar ele tirou a semana de folga da escola pra isso.

—É muita gentileza dele...

—Vocês estão se acertando?

—Ele é um rapaz muito legal!

—Você não se lembra, mas até os seus dois aninhos vocês não se desgrudavam, eram como irmãos, aí depois sua mãe foi obrigada a deixar a parte hippie para trás.

—Sério?

—Tenho fotos e uns dois vídeos de vocês brincando, pede pro Erick te mostrar ele sabe onde eu guardo.

Sorri, ela me jogou um beijo da porta e se foi, peguei a pasta com os papéis e levei pro meu quarto, comecei a ler e começou a me dar dor de cabeça, meus olhos estavam ardendo, esfreguei-os e Erick deu duas batidinhas e abriu uma fresta da porta.

—Licença princesa?

—Entra!

—O que você tem? Está chorando?

Comecei a rir.

—Não Erick, meus olhos não choram a pelo menos uns 7 anos.

—Como assim?

—A última vez que chorei foi porque uma menina me disse coisas horríveis e meu pai disse que nunca mais queria me ver chorando daquele jeito por nada e nem por ninguém.

—E quando você os perdeu?

—Nunca mais chorei depois daquele dia que meu pai me falou aquilo, nem quando os perdi, minha vó não deixou eu me despedir deles, após o acidente ela me levou para o internato.

—Entendo seu pai, mas chorar faz bem sabia? Alivia a dor!

—Por que entende ele?

—Seu sorriso é a única coisa que queremos ver no seu rosto, ele é contagiante, talvez por isso seu pai não quis te ver chorando!

Sorri pra ele e ele passou a mão na minha bochecha, as libélulas se agitaram então antes que elas começassem a se debater dentro de mim troquei de assunto.

—Estava lendo e começou a me dar dor de cabeça e ardência nos olhos.

—Humm você pode estar precisando de óculos, eu uso pra ler.

TiesWhere stories live. Discover now