01.17

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Narrado por Lara;

No avião fui entre o Pe e o Ruan, os dois dormiram e eu fiquei de travesseiro deles, apesar de cansada eu não parava de pensar em tudo que tinha acontecido, como me senti fraca quando o Jonas me apertou, eu sei que estava protegida pelos meninos, mas não é o mesmo, sempre fui corajosa e bati no peito minhas dificuldades, mas me senti uma menininha indefessa e essa não sou eu. . .

—Lara você está bem meu amor? —Sussurrou Ruan.

—Te acordei?

—Não, mas você está muito quieta e por mais que te conheça a pouco tempo sei que você não é assim.

—Apenas estou cansada, mas o sono não vem.

—Sei!

Ruan passou a mão no meu rosto e deu um beijo no meu nariz.

—Foi pelo que aconteceu com aquele cara, não foi?

—Me senti tão indefesa, fraca!

—Prometo que sempre vou estar por perto para te proteger!

—Eu sei —Sorri e lhe fiz carinho. —Mas eu to tão acostumada a ser a protetora que aquela impotência me deixou mal. . .

—Eu já sei como te ajudar, mas é uma surpresa.

—Vocês adoram surpresas.

—E você não?

Eu ri com ele e acordei o Pedro.

—Já chegamos? —Murmurou esfregando os olhos.

—Não, pode voltar a dormir.

Nesse momento pediram para apertar os cintos pois já estávamos chegando.

—Vamos ganhar uma aposta! —Disse Ruan.

Saímos rindo da alegria dele, ao descer havia um senhor com uma placa na mão com os nossos nomes, Ruan bateu palmas.

—Eu falei, temos uma festa para planejar!

Era um motorista, nosso pai contratou os serviços dele para nos levar pra casa, no caminho Ruan estranhou para onde estávamos indo.

—Nossa casa não é pra esse lado!

—Me desculpa senhor, o endereço que seu pai me passou fica pra este lado.

—O que será que ele está aprontando?

—Ele disse que tinha uma surpresa! —Falei.

Passamos em frente a faculdade.

—Ei olha ali Pedro, está é a faculdade que falei! —Disse Ruan.

—Legal é bem grande.

Algumas quadras depois o motorista estacionou em frente a uma mansão.

—Uau! 

Quando o motorista abriu a porta em frente à casa nosso pai saiu de lá de dentro com os braços abertos.

—Bem-vindos ao seu novo lar!

—''Quê?''  —Falei junto com Ruan.

—Pai você comprou? —Apontou Ruan.

—Pra nós, aqui ficava mais perto da faculdade e eu não queria mais ficar naquele apartamento.

—Você vendeu nosso apartamento?

—Não, ele é seu, só achei que você não ia se sentir bem lá depois do que ouve, você começou a sair com a Lara, mas eu sabia que na verdade estava evitando de ficar lá. . .

Ruan correu e o abraçou, escutamos uns latidos e dois filhotes de labrador saíram abanando o rabo pra nós, um com um laço azul e outro com um laço rosa, o de laço azul correu pra mim e o outro ficou pulando no meu pai.

—Lembra que você sempre quis um cachorrinho? —Disse meu pai olhando pro Ruan que já estava chorando. —Pois bem, comprei um pra você e um pra Lara.

—Own este aqui é meu! —Falei pegando o filhote no colo.

Ruan pegou o dele.

—Ei garota você precisa de um nome. —Disse Ruan.

—Que tal Fifi?

—Não, que nome mais brega! —Falei rindo.

Pedro começou a rir.

—Ei você coloca nome no seu e eu na minha ok?!

—Não gostei, que tal Janis?

—Por que esse nome?

—A Lara adora Janis Joplin! —Disse Pedro.

—Ok, gostei, mas só se seu se chamar Axl!

—Gostei, Axl Rose.

—Porque não chamam ele de Axl e ela de Rose? —Falou Pedro.

—Adorei! —Disse Ruan.

—Acho que vocês gostaram mais de ficar aqui fora, estou até triste que não ficaram interessados na casa.

Nos olhamos e começamos a rir, o motorista levou nossas malas até a porta e nós entramos.

—Uau! —Disse Pedro.

—Mil uaus! —Disse Ruan.

—Eu vou me perder aqui dentro! —Brinquei.

Todos riram. Era muito grande só pra nós. Meu pai nos levou até lá em cima e nos mostrou os quartos que estavam vazios, e um quarto pro Pedro.

—Ei, o Pedro fica comigo!

Meu pai me olhou com uma cara estranha e Ruan se meteu.

—Ah tá pai, esses dois dividem o quarto desde os seis anos de idade, você acha que ia ser diferente agora?

—Não, por mim tudo bem, eu não tive chance de participar da sua vida e não posso me meter, apenas aceitar e conviver com você o máximo que eu conseguir.

Eu o abracei e ele suspirou aliviado e feliz.

—Mas por que não tem nenhuma cama? —Perguntei.

—Deixei pra vocês decorarem do jeito de vocês, que à proposito. —Ele nos estendeu um cartão. —Podem ir comprar os moveis por favor e decoração também, acho que ai tem o suficiente.

—É muita generosidade! —Falei ainda olhando o cartão.

—Não é não, é só um presente merecido e por favor me deixem feliz e decorem logo esse quarto.

Ele nos deu um beijo e saiu, Pedro pegou o cartão da minha mão e tinha meu nome eu o olhei incrédula.

—Então? Vamos as compras? —Disse Ruan.

—Eu queria dormir um pouco! —Falei.

—Vocês têm toda a noite pra isso, agora vamos almoçar, to morrendo de fome!

TiesWhere stories live. Discover now