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Narrado por Erick;

Já faz um ano que Amy sumiu com nosso filho, a dor em meu peito não sessa nunca, estou lutando com todas as minhas forças todos os dias pela minha Sol, Aurora é outra pessoa, mesmo assim não deixei de ama-la um minuto se quer, pelo contrário a amo ainda mais e me orgulho dela pois além de não desistir de procurar nosso filho ela consegue enfrentar a vida melhor do que eu, semana que vem inauguramos nossa empresa, já estamos trabalhando nas joias a meses, nós precisávamos preencher a mente para não enlouquecer, e Aurora fazia o mesmo, além de trabalhar e cuidar da nossa filha ela intensificou os treinos de muay thai com Ruan e Lucas, tirou a carteira de motorista e estava aprendendo a andar de moto com Bill, pelo menos é o que ela diz. Estou me sentindo um lixo humano por não conseguir me erguer, não canso de me perguntar onde meu filho está.

—Erick pode vir comigo? —Perguntou Bruno parado na porta do meu quarto.

—Claro!

Desci a escada o acompanhando e saímos caminhar pelo bairro.

—Onde vamos?

—Caminhar um pouco para espairecer! —Disse ele.

Caminhamos em silêncio até a praça, nos sentamos em um banco olhar as crianças brincando.

—Erick quero te ajudar, mas não sei o que fazer, todos estão tentando fazer coisas pra te animar, Aurora está com medo de te perder...

—Ela... Falou alguma coisa?

—Sabe Erick eu me coloco em seu lugar, todos nós nos colocamos, mas eu sou o que mais te entende por ser pai, também não saberia o que fazer se alguém tirasse meu Ariel, mas você tem que tentar se erguer meu amigo, se não sua família vai começar a desmoronar!

—Eu tento Bruno, mas não tenho força, não sabe o quanto me orgulho de Aurora, eu não viveria sem ela, mas não consigo sair do fundo do poço.

—Olha... ela não me disse nada, mas conheço minha irmã melhor do que qualquer um, pois ela continua a mesma menina que eu conheci, e vejo o olhar dela pra você, os suspiros que ela dá quando te convida pra sair e você nega, e é evidente o medo dela.

—O que eu faço, me diz?! —Esfreguei o rosto para espantar a frustração.

—Faz que nem ela, levanta-se e vai mesmo não querendo estar lá, sabe, eu vejo um sorriso vazio nela, coisa de nunca, se a ama, não torne a vida dela mais difícil do que já está sendo!

Eu estava chorando enquanto ouvia aquilo, Bruno me puxou para um abraço o que foi bom, eu precisava de um irmão pra me dizer umas verdades na cara.

—Erick, lembra que o mundo é pequeno e ele gira e uma hora vamos ter uma pista!

—Obrigado por tudo meu irmão!

—Vem cá, tava a fim de começar a correr na volta do quarteirão a noite o que me diz?

—Mesmo não querendo, se você me arrastar eu vou!

—Combinado, passo na sua casa as 19:00!

—Tá bom!

Voltamos do nosso passeio e encontrei Aurora entrando no banheiro, preciso fazer alguma coisa, por nós, ela abriu o chuveiro tirei minha roupa e entrei.

—Erick?

Não respondi apenas entrei a beijando, nessa hora meu coração disparou, meu corpo se aqueceu com a reciprocidade dela, nós precisávamos um do outro mais do que eu imaginava, por alguns minutos esquecemos do mundo...

Estávamos na cama abraçados.

—Me perdoa? —Sussurrei em seu ouvido.

—Não tem quê me pe...

TiesWhere stories live. Discover now