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Aurora

—To chocada Steff, vem aqui!

Abri meus braços e ela me abraçando.

—Estou te machucando? —Perguntou ela, ainda chorando.

—Não!

—Não quero que Bruno me veja chorando!

—Steff você precisa disso, pode chorar, eu estou aqui!

Steff chorou no meu colo por algum tempo, fiquei fazendo carinho na cabeça dela.

—Sabe Aurora, me espelho em você, o quão forte você é, mas nem sempre me sinto forte!

—Steff, só sabemos a força que temos quando precisamos usá-la, você é mais forte do que pensa.

—Não fui forte o suficiente para defender minha família!

—Claro que foi!

—Bruno é o segundo anjo que apareceu na minha vida, nunca imaginei ter alguém como ele, ele enfrentou meus pais por mim, protegeu nosso filho e saiu de lá de cabeça erguida, me orgulho tanto dele!

—Eu também, e de você também!

—O que pode se orgulhar de mim?

—Steff precisa se olhar com mais clareza minha guerreira!

—Você não existe Aurora.

—Humm existo sim e estou morrendo de fome!

—Vem, vamos lá embaixo comer alguma coisa, chega de chorar por quem não me merece.

—Isso ai, vamos!

—O que esses bebês querem comer? —Disse Steff descendo a escada de braço comigo.

—Humm pizza!

—Não pode, tem que ser coisa saudável. . .

—Hoje eu mereço.

Os pais de Steff estavam parados na sala.

—Steff já íamos te chamar! —Disse a dinda.

—Stefany. . . —Disse o pai dela.

—O que querem aqui, já não foi o bastante pra vocês?!

—Não é isso. . . —Disse seu pai.

—Stefany viemos te pedir desculpas! —Disse sua mãe.

—Quê?

—Me perdoa filha eu não quis levantar a mão pra você.

—Mas não só levantou como bateu pai, o senhor acha que não doeu?

—Eu sei.

—Não, não sabe não! —Ela estava alterando a voz e apertei sua mão. —A dor física do seu tapa não foi nada, mas a dor psicológica que me causou, essa doeu, as palavras que disse sobre este anjo! —Ela apontou pra mim. —Isso me doeu mais ainda, quem são vocês pra falar de pais presentes, que instruções vocês me deram? Que carinho me deram? Vai ver vocês são os maiores exemplos, sim né, um pai que trabalha 25hrs por dia, uma mãe que acha que é a melhor mãe do mundo por obrigar a filha a participar de concursos de beleza, sendo que nem imaginava a nerd que tinha em casa, preferia fazer biscoitos do que ver a filha ganhando olimpíadas de matemática, é, aposto que não sabiam disso né, meu marido, esse cara que troca as fraldas do Ariel, que acorda de madrugada pra acudir o Ariel, esse Homem que cuida de mim, quando chego cansada, que deu um jeito de trocar o turno da faculdade pra revezar os cuidados com Ariel, vocês sabiam que o Ariel não passou uma hora se quer sem um de nós, Ariel não sabe o que é ficar sem os pais por um minuto!

Os pais dela choravam de dar dó, mas minha amiga precisava pôr aquilo pra fora, o pai dela se ajoelhou na frente dela.

—Filha. . .

—Não pai, levanta-se, não quero que se humilhe pra mim, não estou pedindo nada, só queria que aceitassem seu neto!

—Primeiro quero que me perdoe filha, errei, eu sei, mas, me dê mais uma chance?

—Claro que dou é tudo que mais quero!

Eles a abraçaram eu me sentei no sofá, Bruno estava descendo as escadas conversando com Ariel sem ver que eles estavam ali.

—Vamo papá, é, ta na hora do papá. . . —Bruno levantou a cabeça e os viu. —O que fazem aqui?

—Está tudo bem Bruno! —Falei. —Eles vieram conhecer o neto!

Steff não conseguia falar, Bruno olhou desconfiado e ela assentiu, Bruno chegou perto deles e mostrou Ariel que estava acordado e sorridente, derretendo corações.

—Posso pegá-lo? —Perguntou a mãe dela.

Bruno passou Ariel pra ela, o pessoal começou a ir pra cozinha deixando-os a sós, Bruno pegou minha mão e me levantou.

—Tá na hora de você comer! —Disse ele pra mim.

—To loca de fome!

—Com licença, vou levar minha irmã pra comer, amor não esquece que está na hora dele mamar daqui a pouco!

—Ta bem! —Ela lhe deu um selinho.

—Vem! —Disse Bruno pegando minhas mãos pra me tirar do sofá.

—Quero pizza! —Falei.

—Ah não mesmo!

—Quê, quer que sua sobrinha nasça com cara de pizza?

—Não né, primeiro come uma coisa saudável e depois come pizza!

Entramos na cozinha e estavam meus dindos e Kate na bancada comendo sanduiches deliciosos, nos sentamos com eles.

—Como se sente Aurora? —Perguntou o dindo.

—Bem melhor, acho que a boca desinchou um pouco né?!

—"Hurumm!"—Disseram.

—Mentirosos! —Falei rindo. —Kate como está a minha boca?

—Axim óóó! —Falou puxando seus lábios entre os dedos e nós rimos.

—Viu, criança não mente!

—Não, é feio menti! —Disse Kate.

—O Erick ainda não voltou? —Perguntei.

—Não!

. . .

Os pais de Steff foram embora e nós estávamos todos reunidos na sala olhando filme quando Erick voltou.

—"Boa noite!" —Dissemos.

—Não é muito boa não! —Disse Erick —Vim da delegacia agora.

—O que ouve? —Perguntou o dindo.

—Amy fugiu!

—"Quê!"—Dissemos em uníssono.

—Kris é menor e está em uma casa de menores infratores, Amy já responde por ser maior de 18, os pais dela conseguiram um atestado de loucura e ela tinha sido levada a uma clínica psiquiátrica, quando a ambulância chegou na clínica ela tinha sumido!

—Mas que merda! —Disse a dinda. —Agora vamos viver com medo de que essa louca volte!

—Calma dinda!

—Aurora você não pode voltar pra escola! —Disse ela.

—Não dinda, tenho que terminar, vai dar certinho o tempo da minha gestação!

—E se ela tentar de novo? —Disse ela —Vai pôr os bebês em risco?!

—Não, mas posso pagar uns seguranças pra ficar na volta da escola! —Falei.

—Isso é uma boa ideia, tudo bem! —Disse o dindo.

—Vou ligar pro Bill! —Falei.

Liguei pro Bill pra ele ver se alguns águias estavam a fim de um emprego temporário, apenas para me vigiar de longe, não queria ninguém na minha cola o tempo todo.

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