01.07

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Sexta de manhã na escola.

—Feliz aniversário fofa! — Disse Raquel.

—Obrigada querida! —Disse Lara em tom de deboche.

—E aí gatinha estava de ânus abertos ontem, parabéns! —Disse Jonas.

—Cada ano mais gostosa! —Disse Thom .

—E aí rapeizi, valeu pelos comentários que me cabem, mas tem gente aí que não acha isso de mim.

Ela falou olhando pra Raquel, e os guris riram.

—Não dá bola, provavelmente é lésbica ou despeitada kkkkk —Disse Jonas.

—Não é Pedro?

—Pedro?

—É, é sim ...

—Íiiii ta no mundo da lua! kkkk

Sorri forçado, os comentários deles me matavam.

—Vamos pra festa logo? —Perguntou Thom.

—Contém conosco! —Disse Lara.

Fomos pra casa, e o telefone toca, atendi.

*Alô, posso falar com Lara Almeida? —Era uma voz de homem.

—Quem quer falar com ela?

—Quem é? —Sussurrou ela e eu fiz sinal com os ombros de que não sabia.

*O pai dela!

Caralho, o que eu falo pra ela, acho que meu sangue gelou, ela me olhou.

—Pedro você está branco, quem é? dá aqui!

Apenas estendi o telefone.

—Ei quem é que ta falando... Sim sou eu, quem é?

Ela estava brava e na hora que aquele homem se identificou ela ficou branca e eu a segurei, ela se sentou no meu colo com o telefone na mão.

—Eu não tenho pai... Que liminar o que já tenho 17 anos e posso muito bem decidir com quem quero ficar... vamos ver então senhor!

Ela desligou o telefone e me abraçou chorando.

—Calma meu amor, ele não tem o direito de te querer, não agora!

—Eu preciso falar com a mamãe, ela não pode deixar!

Ficamos um bom tempo no sofá, fiz carinho em sua cabeça até adormecer, ela dormiu algumas horas e eu cochilei.

—Vamos pra festa!

—Quê, não Lara é melhor resolvermos esse problema do seu pai...

—Eu preciso sair, preciso!

—Ta bom, então vamos.

Eu também precisava sair, e precisava da minha resposta, mais tarde nos arrumamos e fomos pra festa, Lara pegou minha mão assim que saímos do táxi, aquilo me deixou com esperanças à pesar que andávamos assim sempre.

—Olha ai vocês vieram!

Jonas deu um beijo no rosto da Lara que quase me fez querer bater nele, mas a Lara era mais rápida.

—Pedrinhoooo!!!

Nãooo, senhor dai-me paciência com esse trem.

—Rebeca!

Falei num tom de sarcasmo e a Lara riu.

—E aí quando é que vocês vão se desgrudar pra mim poder dar uns amaços no Pedro?

—Nunca!

Disse Lara, visivelmente irritada e me puxou pra copa.

—Duas tequilas por favor!

—Lara, Eu não quero beber!

—Então eu bebo as duas.

—Não, eu bebo então, mas tequila é só essa!

—Ta bom Pedrinho!

—Lara, você ficou com ciúmes?

—Quem? Eu? Imagina, só tenho vontade de matar ela, só isso!

—Sei!

—Aqui está!

Empinamos e àquilo já foi direto pra cabeça, pegamos uma ceva e fomos dançar, no meio da noite veio a trupe nos encher o saco.

—Ei seu copo está vazio, toma o meu não aguento mais!

Rebeca me deu o copo dela e pegou o meu.

—Vou ir ao banheiro! —Disse Lara no meu ouvido.

—Te espero aqui!

—Ei Pedro fica comigo?

—Não enche Rebeca, além do mais eu estou namorando!

—Ah é, e com quem?

—Ninguém da sua conta!

Empinei o copo e sai dali para ir à copa, depois de alguns passos me senti mal, tudo começou a ficar muito louco, meu coração ficou acelerado não demorou muito eu estava beijando alguém.

—PEDRO!

Alguém me empurrou e minha consciência voltou um pouco.

—Lara?

—EU TINHA ACEITADO PEDRO, E VOCÊ FAZ ISSO COMIGO!

—LARA... —Minha visão ficou turva. — O que tá acontecendo? 

Apaguei.

...

—Ai minha Cabeça!

Olhei a minha volta e tinha um monte de gente dormindo amontoadas em um sofá, no chão, na mesa de centro, por cima do bar, eu estava em uma poltrona com a Rebeca em cima de mim semi nua, mas que porra é essa? Fui drogado só pode, cadê a Lara? me levantei e vasculhei toda a casa atrás da Lara, ela não estava lá, isso foi um alívio, fui caminhando pra casa eram 13 quadras, mas fui caminhando igual, tentando me lembrar do que tinha acontecido, minha boca estava seca, mas eu não queria parar, eu precisava achar ela. Eu estava quase chegando em casa quando lembrei de ter beijado a Rebeca, na frente do jardim da casa me veio a lembrança da Lara me dizendo que tinha aceitado.

—Merda! O que eu fiz?!

Lembrei do rosto dela com lágrimas escorrendo, a mágoa em seu rosto. A porta estava fechada, peguei minha chave no bolso e abri a porta.

—LARA!?

Corri escada acima, a cama estava arrumada, estava faltando algumas coisas dela no quarto, olhei o guarda-roupa, a maioria das roupas dela não estavam lá, comecei a entrar em desespero e a chorar, peguei meu celular e tentei ligar e dava como desligado ou fora de área, o que ela fez? Onde ela está? Adormeci na cama dela depois de chorar rios.   

TiesWhere stories live. Discover now