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Aproveitei que a Sol estava dormindo com Erick e fui pra cozinha assaltar a geladeira, Lucas estava sentado na bancada.

—Nunca ninguém te falou que não se põe a bunda onde se come! —Falei rindo.

—Não!

kkkkkk

—O que faz acordado a essa hora?

—Não consigo dormir, e você?

—Estou com fome!

Fiz um sanduíche com tanta coisa dentro que eu não conseguia fechar.

—Nossa! —Disse Lucas. mostrei a língua pra ele. —Me dá uma mordida parece estar bom.

—Só uma mordida, mas antes me ajuda a subir ai!

Ele desceu da bancada e me colocou sentada ali em cima, e subiu de volta, dei a primeira mordida e o convidei.

—Pode começar a falar! —Falei de boca cheia.

—O quê?

—Lucas você não me engana, o que tá acontecendo?

Lucas suspirou.

—Ruan quer que façamos um jantar pra nossos pais para os apresentar, o problema é que eu nem cheguei a contar para os meus que eu sou gay, imagina já chegar falado, ''Mãe, Pai este é meu noivo!''

—Então vai ter que falar!

—Parece fácil, mas não é!

Ele deu outra mordida no meu sanduíche

—Por que pensa assim?

—Você nem imagina como meu pai é.

—Como ele é? —Falei ainda de boca cheia.

—Ele não é uma boa pessoa, ele trata minha mãe aos gritos sabe, eu odeio isso, ela é submissa, ele tentou fazer o mesmo comigo, mas eu fugia pra cá, eles me acham rebelde, mas na verdade eu só tento fugir dos problemas.

—Não sei o que te dizer Lucas, não imaginava isso.

—Não se preocupe, já está fazendo mais do que o suficiente por mim!

—Eu te amo sabia?! —Falei de boca cheia.

—Nunca ninguém te disse que não se fala de boca cheia?

—Já, mas você não está entendendo a fome que eu estou.

—Vou fazer outro pra nós, e a propósito também te amo!

Lucas preparava outro sanduba pra nós.

—Põe picles também!

—Ok!

—Você acha que sua mãe vai ficar contra você?

—Talvez ela não fique, mas meu pai não vai aceitar fácil, meu medo é que ele queira me bater na frente de todos. . .

—Ele já fez isso antes?

Lucas hesitou, era óbvio que sim.

—Eu nunca contei isso pra ninguém, por favor não conte nem para o Erick!

—Prometo!

—Ele sempre foi agressivo comigo, talvez bater não fosse a palavra correta, ele me espancava, mas não deixava marcas no meu rosto e me ameaçava, se eu contasse para minha mãe ou pra alguém ele faria o mesmo com minha mãe.

—Uau!

Desci da bancada e o abracei por trás enquanto ele fazia os sanduíches, ele levantou a cabeça respirando fundo e se virou para me abraçar, apesar de eu ser menor do que ele, tentei ao máximo acolher ele em meu abraço.

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