03.02

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Me chamo Aurora, meus pais eram Hippies quando eu nasci, eles me contavam que eu nasci em cima de uma montanha no nascer do sol, por isso ganhei esse nome, alguns anos depois meus avós maternos descobriram e obrigaram os dois a fincar as raízes na terra por minha causa, mas eles eram felizes... até um senhor de ''bem'' sair dirigindo bêbado de uma festa de família e bater de frente com os dois que vinham do trabalho, aquela noite minha babá me levou pra casa dela porque meus pais não voltaram e ela precisava ir pra aula no outro dia e não iria me deixar sozinha, depois do almoço voltamos pra casa, chegando lá estavam alguns policiais e meus avós maternos, eu tinha 10 anos e foi o pior dia da minha vida, aquela gente chorando, policiais vindo pra cima da minha babá a enchendo de perguntas, um estranho me levando a minha sala para me explicar que eu havia perdido meus pais, sai correndo de casa e um policial me pegou antes de eu chegar na casa do meu melhor amigo, eu me debatia e chamava todos de mentirosos, eu odiava meus avós maternos e não queria ficar com eles e nem eles comigo, minha avó me colocou no mesmo dia em um convento, eu não queria ser freira, muito menos estudar ali, alguns anos depois minha madrinha descobriu através da justiça aonde eu estava e veio me ver, meu avô já havia falecido, e minha avó não gostava dela, então minha madrinha entrou na justiça pedindo minha guarda, não é fácil conseguir isso tendo parentes vivos, fazem exatos 3 anos que ela tá tentando conseguir minha guarda, ela vem me ver quatro vezes por ano, pois mora em outro país, ela sempre me traz presentes e revistas que as freiras tiram de mim logo após ela sair pela porta da frente do convento. Graças aos meus pais sempre falei inglês e espanhol fluentemente, claro que fazem uns seis anos que não prático nem mesmo o português, as freiras não gostam de mim, me aturam porque minha vó injeta dinheiro nelas... até poucos dias atrás quando ela faleceu e minha guarda foi dada a minha madrinha.

...

Toc Toc Toc

—Entra!

—Aqui suas coisas! —Disse a madre superior largando uma caixa de papelão em cima da minha cama e saiu.

Eram as coisas que minha madrinha me trazia de presente e duas revistas, ficaram com as outras né.

Toc Toc Toc

—Aff... ENTRA!

—Já estão no portão te esperando! —Disse a freira da secretaria.

—Obrigada!

Peguei os presentes da minha madrinha que eu só tinha visto uma vez cada um, tinha um lindo vestido branco com flores azuis, um chapéu e um relógio prata.

Peguei os presentes da minha madrinha que eu só tinha visto uma vez cada um, tinha um lindo vestido branco com flores azuis, um chapéu e um relógio prata

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Deixei as roupas do convento todas em cima da cama, só sai com aquele sapatinho surrado de lá, cheguei à portaria com o coração a mil. Havia um carro preto me esperando. Mas eu tinha um desprezo por aquele lugar que antes de descer as escadas tirei os sapatos e arremessei na porta, ecoando o som pra dentro do convento.

—DAQUI NÃO QUERO LEVAR NEM A POEIRA!! —Gritei.

Me virei e desci as escadas correndo e sorridente com a alegria que aquele ato me proporcionou, levantei o rosto assim que pisei no último degrau, um rapaz lindo de olhos verdes estava encostado no carro, me encarando com o sorriso mais lindo que eu já vi em anos.

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TiesWhere stories live. Discover now