03.31

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Estávamos no avião voltando pra casa e Erick pergunta:

—O que tanto você escreve aí?

—Anotações, quero dar uma organizada em algumas coisas, acho que nas férias quero ver tudo o que tenho, conhecer quem trabalha pra mim, ajudar essas pessoas.

—Aurora, sei que você gosta de ajudar, mas não acha que está exagerando?

Fechei o caderno tirei os óculos e o olhei.

—Sabe Erick fico pensando nisso tudo e analisando, meus avós construíram um Império, perderam a única filha, odiavam a neta, não tinham ninguém, desprezavam as pessoas que os serviram uma vida toda, veja Gustavo, um senhor de idade que praticamente perdeu a vida dele cuidando de gente que não merecia os cuidados dele, tenho tanto dinheiro para quê, tudo bem é legal poder entrar numa loja e comprar o que eu quiser, mas não vou levar comigo quando eu partir.

—Não quero que pense nisso!

—Na verdade estou pensando nas pessoas que provavelmente vão partir antes de mim, como Gustavo e a senhora Ju, quero que aproveitem o resto de suas vidas com dignidade e se eu poder proporcionar isso, vou ser a pessoa mais feliz do mundo.

—Me orgulho de você sabia, me orgulho de seu coração enorme. —Erick pegou minha mão a levando a sua boca e a beijou.

—Te amo! —Falei.

—Eu te amo mais! —Seu sorriso me fazia feliz.

. . .

Chegamos de viagem e fomos pra casa, nada como nosso lar, não sei o porquê, mas me sinto tão em casa aqui, mas ao mesmo tempo fico pensando se vou me casar com Erick devemos ter nossa própria casa, mas não quero sair daqui onde eu tenho os dindos e a pequena Kate, não me imagino mais morando no Brasil.

—Está tão pensativa que está me assustando! —Disse Erick.

Eu estava deitada com a cabeça no colo dele no meio da sala.

—Erick, se nos casarmos vamos ter que sair daqui né?

—Não, só se você quiser!

—Mas está casa é dos dindos e eles precisam de privacidade também!

—Ei, privacidade se tem dentro do quarto, quero meus netos morando comigo! —Disse o dindo nos assustando.

—Pai que susto! —Disse Erick pulando no sofá.

Kkkk

—Ta devendo? —Disse a dinda.

—Não, mas a casa estava em silêncio e não ouvi vocês chegarem!

—Como foi a viagem?

—Boa, Aurora encontrou um amigo de infância que se apaixonou perdidamente pela Steff!

—Que bom, fico feliz em saber que ela não está só!

—Então que história é essa de sair daqui?! —Disse a dinda tirando os sapatos e subindo no sofá com os pés pra cima. —Ai que alívio! —Suspirou ela.

—É que eu me sinto tão bem morando aqui, é como se fosse meu lar sabe?!

—Mas é seu lar! —Disse a dinda.

—É que pensei que vocês talvez fossem querer ter mais privacidade e se a gente se casasse teríamos que sair daqui.

—Meu amor, quero essa casa cheia de netos! —Disse a dinda sorrindo. —Quero essa casa cheia de gente, quero me esbarrar em quem amo, não nasci pra ser sozinha.

TiesWhere stories live. Discover now