Possession

By SamiaGreen_

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*Fanfic Ponny (Concluída) Madness... Foi esse o nome que Anahí admitiu após sua vida se perder no mundo e em... More

Prólogo
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Capítulo 68
Capítulo 69
Capítulo 70
Capítulo 71
Capítulo 72
Capítulo 73
Capítulo 74
Capítulo 75
Capítulo 76
Capítulo 77
Capítulo 78
Capítulo 79
Prefácio
|One Shot| parte 1
|One Shot| parte 2
|One shot| parte 3
|One shot| parte 4
| One shot | Final

Capítulo 39

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By SamiaGreen_

Anahí

Era uma tarde bonita, com o movimento sereno dos carros na avenida, mas para mim não podia ficar pior. Na sala, as caixas de papelão cheias dos pertences de Dulce amassavam meu coração. Ela enfim se vai... Não era um 'enfim' feliz, pelo contrário, eu estava arrasada por definitivamente estar sozinha mais uma vez na vida. Era longe de ser escolha, longe de ser vontade. Era a minha penitencia por fazer coisas erradas durante tanto tempo, sem me importar com uma vida digna. Talvez a oferta que Lafaiete tinha me feito teria sentido. Ele era o único homem que estaria disposto a se casar comigo ciente de tudo. Eu devia?

O rosto meigo da minha amiga adentrou no quarto dando pausa nas minhas reflexões sorrateiras. Ela carregava uma bandeja cheia de coisas comestíveis. Havia frutas e dois tipos de suco. Como Dulce conseguiu equilibrar tudo aquilo?

- Incomodo?

- Claro que não.

- Veja. Eu trouxe essas coisas ótimas para você comer - disse pondo a bandeja bem na minha frente.

- Obrigada. Pode deixar na mesinha que comerei mais tarde.

- Anahí, você precisa comer. Se continuar assim vai adoecer.

- Vou comer. Só estou sem fome agora.

Desconfiada, ela largou a bandeja onde sugeri e veio para o meu lado, sentando na cama me pegando nos braços. Encaixei-me no seu colo, aninhada como um bebê. Dulce massageou minha cabeça, brincando com meus cabelos.

- Queria que fosse mais perto.

- O que?

- A cidade para onde vou. - esclareceu - Assim seria mais fácil vir te ver.

- Você precisa construir sua vida.

- O que tem haver? Posso fazer isso contigo perto, oras.

Dei uma curta risada e agarrei ainda mais o quadril dela.

- Vamos nos ver Dulce. Eu não vou morrer.

- Mas se continuar sem comer direito no mínimo vai sumir! - repreendeu, me dando um beliscão. Com isso ela arrancou uma segunda risada minha.

- Vou sobreviver.

- Espero que sim, porque preciso de você.

Levantei naquele instante para olha-la nos olhos, cheia de entusiasmo, esperando um semblante feliz. Dulce Maria estava feliz, eu pude sentir isso. Talvez fosse o certo a se fazer. Se tivesse recusado o pedido de Lessa, ela ia ser afetada e não merecia aquilo. Minha dor, pela primeira vez, valeu a pena. Não foi em vão.

- Sempre estaremos juntas, mesmo com vidas diferentes.

- Sinto muito por tudo o que esta acontecendo com você, mas se Alfonso não foi capaz de sentir a verdade dos seus sentimentos. Meus pêsames para ele.

- Não o culpo nem um segundo sequer. Eu menti.

- Se fez isso, teve os seus motivos. Ele no mínimo deveria compreender.

Repensando sobre as falas dela, balancei a cabeça tirando de mim a ideia de que merecia perdão. Eu não merecia nada.

- Vamos deixar isso no passado. Certo?

Vencida pela minha 'cortada' Dulce se calou e afirmou com uma expressão derrotada.

- Nossa! Lembrei agora que falta pôr a minha bandeja de incensos na caixa da mudança - disse se levantando de uma vez.

- Vai levar as suas macumbas? Devia se livrar delas - retruque dando gargalhadas.

- Não é macumba! - rebateu, também gargalhando.

Mas o riso foi pausado quando antes de chegar na porta do meu quarto ela cambaleou e caiu no chão. Me levantei tão depressa que minha cabeça deu um leve giro. Quando cheguei do lado de Dulce, chamei por seu nome, mas ela estava desacordada e não respondeu a nem um dos meus estímulos. Meu coração acelerou e o desespero me consumiu. Liguei para a emergência, sendo tranquilizada por eles.

Enquanto esperávamos a ambulância, me sentei no chão e pus ela sobre as minhas coxas, tentando acorda-la.

- O que aconteceu com você? - perguntei chorosa - Dulce, acorde.

Já haviam se passado mais que trinta minutos...

A falta de notícias e explicações estava me matando aos poucos. Ficar ali, naquela sala de espera era um martírio. Pessoas entravam e saiam a todo o momento, mas era como se não houvesse ninguém. Levantei e sentei várias vezes, indo na recepção a cada cinco minutos perguntar pelos médicos, mas em torna sempre recebia a mesma resposta irritante da mulher "espere um pouco mais, logo virão lhe informar". Esse logo parecia infinito.

Voltei a sentar, e de repente uma sensação estranha me percorreu.

Aquele lugar era familiar para mim. Mas hospitais não eram um lugar que eu frequentava, na verdade nunca mais tinha ido num durante anos. Minhas consultas sempre eram feitas em clinicas e longe daquele ambiente que, particularmente eu odiava. Hospitais me lembravam do quanto nós éramos frágeis. Ali só abrigava pessoas com esperanças de viver. Pensando nisso voltei a imaginar como Dulce devia estar. O que houve? Ela estava feliz, sorridente e parecia saudável.

Recostei na cadeira nada macia e esperei por mais trinta minutos até uma mulher, de certa idade e vestida de branco surgir na minha frente com o seu semblante cansado de um fim de plantão. Ela parecia ter muitos anos ali, e o seu cansaço físico demonstrava isso.

- Boa tarde. Você que esta com a paciente... - perguntou checando o prontuário antes de dizer o nome dela - Dulce Saviñon?

Ouvir o sobrenome de Dulce foi estranho para mim. Às vezes eu o esquecia.

- Sim.

- Não se preocupe. Ela esta bem e em observação. Demoramos um pouco por causa dos exames que são necessários fazer de acordo com o protocolo, mas se quiser vê-la agora pode me acompanhar.

Concordei de imediato e segui a mulher. No meio de percurso ela me fez preencher uma ficha de acompanhamento com os meus dados e informações sobre mim. Passei um tempo em cima da pergunta de "qual sua profissão" será que podia escrever "garota de programa" ou "destruidora de sentimentos". Rindo de mim mesma pela falta de noção pus "autônoma".

Entreguei de volta os papéis para ela e a porta do elevador abriu no corredor que supus ser o meu. A senhora andou alguns metros a mais parando na frente do apartamento 305.

- Aqui estamos.

- Obrigada - Agradeci mesmo incomodada com a forma como ela me olhava desde que saímos da sala de espera.

Quando empurrei a porta, vi Dulce deitada sobre a cama recebendo alguma medicação pelo pulso. Ela parecia abatida e menos corada que ha algumas horas quando conversávamos no meu quarto. Ela me olhou e então eu percebi que seus olhos estavam vermelhos e inchados. Desconfiei que estivesse chorando antes de entrar e aquilo me deixou desnorteada.

Fui para o seu lado e coloquei minhas mãos sobre as dela. Em silêncio. Dulce voltou a chorar incessantemente perante a minha falta de fala. Temi que aquilo pudesse ser por qualquer um dos milhões de motivos que pairavam na minha mente, menos o que ela revelou depois de alguns minutos silenciosa, apenas derramando lágrimas.

- Eu estou grávida.

Aquele sim era o fim do mundo. Grávida? Tudo menos isso naquele momento. Eu sabia que o seu maior medo era o fato de Christopher ser um caso recente demais e que ele talvez não recebesse a noticia tão "feliz". Não a julguei por estar aflita e muito menos questionei a sua falta de cuidado. Ela explicou que os exames teriam revelado isso, e que o seu desmaio não teve relação com a gravidez, e sim com uma anemia recorrente.

- Já falou com ele?

- Eu liguei e ele esta vindo aqui.

- Mas sabe o motivo?

- Não.

Preferi não deduzir mais nada, apenas permaneci ao lado dela até que ele chegasse. Christopher pareceu preocupado, e seu semblante assustado me intrigou de certa forma. Talvez eu esperasse muito pouco dele, baseada apenas nas implicâncias de Alfonso. Estava na hora de eu formar minhas próprias opiniões a respeito.

Depois de me cumprimentar o homem foi para o lado dela, lhe proporcionar conforto, e foi nesse momento que decidi sair. Eles precisavam ficar sozinhos.

No lado de fora, aproveitei para sentar um pouco e descansar. Porque hospitais tinham o poder de nos deixar abatidos daquela maneira? Eu me sentia doente só de estar ali.

De olhos fechados, respirei aliviada com um sorriso discreto assim que ouvi o som das risadas altas que Christopher deu. Ele ficou feliz com a notícia da paternidade e eu por saber que minha amiga não estaria sozinha.

- Posso estar velha, mas a minha memória nunca falha! - abri os olhos assim que a voz tremula da mulher de branco me surpreendeu.

A enfermeira, que antes me noticiava sobre Dulce, agora falava coisas sem sentido algum, seguidas e apressadas. Não subi como acompanha-las no raciocínio, mas fiquei calada deixando que ela terminasse de falar para poder vir com os meus questionamentos...

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