Anahí
Aqueles olhos levemente esverdeados me percorriam como um chamado devasso. Alfonso estava extremamente elegante e atrativo. O seu corpo era viril e com músculos, era fato que qualquer estilo de roupa lhe cairia bem, mas aquela em especial era muito excitante de ver. Senti vontade de voar sobre o seu corpo e despi-lo sem olhar para os lados. Dulce ganharia um belo show, com certeza. Dentro da minha mente uma curta imagem da cena foi idealizada e eu sorri só de imaginar o desespero da minha amiga.
Eles pareciam conversar antes da minha chegada, e obviamente, pararam assim que entrei, fazendo valer as horas dentro do quarto me aprontando para aquele momento. Eu estava muito bem e sabia disso.
Fomos levadas por ele e gentil como sempre, Alfonso cedeu os dois braços para que tanto Dulce quanto eu o agarrasse. Ele estava entre as duas, mas seu olhar era exclusivamente meu e para mim. Não neguei que aquilo me agradou, até porque adorava a forma como ele me olhava sempre que nos víamos. Era uma mistura de sentimentos que nem eu mesma sabia dizer na verdade. Durante o caminho quase não trocamos muitos assuntos além de Dulce tagarelando sobre como estava feliz em me ver sair. Ela fez com que eu parecesse uma mulher caseira e Alfonso riu da ideia.
Quando o carro parou, fui arrebatada pela grande extensão da casa. Era uma construção com toques rústicos, e colunas grandes. Até que chegássemos até a porta tínhamos que andar por um pequeno jardim esverdeado e cercado de rosas. Haviam muitos carros estacionados e aquilo me assustou. Meus clientes eram ricos em sua maioria, quando não, eram seus filhos. A possibilidade de topar com algum daqueles homens me assustava de certa forma e me fez recuar sobre ter aceitado aquilo. Dulce percebeu minha reação, diferente de Alfonso que já estava do lado de fora do carro falando com o homem de preto que estava de pé frente à entrada.
- O que houve? - a voz dela me tirou do transe.
- E se alguém me reconhecer Dulce? - não precisei decifrar o que falei. Ela entendeu.
- Tenha calma. Você está diferente hoje, além disso, a peruca ajuda. Seus cabelos estão naturais.
Soltei o ar e tentei focar nas palavras dela. Realmente esse era o propósito daquela coisa quente e molhada que grudava na minha cabeça todos os dias quando ia dançar ou sair com os clientes.
Alfonso me estendeu sua mão e me convidou a sair. Ele me segurava com posse por entre seu braço, me encarando com o mesmo olhar orgulhoso de alguns minutos atrás. Logo na entrada, assim que a porta se abriu todos nos olharam segurando suas taças de champanhe e vinho. Involuntariamente olhei para os lados buscando algum rosto familiar enquanto Alfonso distribuía cumprimentos com um sorriso estratégico. Dulce parecia tranquila em relação a mim. Seu rosto estava elevado e ela andava devagar, sorridente e discreta. Invejei aquela calma por um segundo, até sentir que algumas pessoas se aproximavam de nós.
- Estão mesmo aqui! - A mulher de certa idade me era familiar. Não estava menos elegante que da ultima vez e com isso, acabei desejando, inconscientemente, chegar naquela idade com toda aquela vitalidade e beleza. A mãe dele era muito bonita e estava acompanhada.
- Mamãe - a reposta de Alfonso foi automática.
- É muito bom vê-la aqui! - aquilo foi dito dentro de um abraço aconchegante lançado sobre mim - Você é mais bonita do que me lembro.
- Não fico atrás da senhora.
- Muito gentil da sua parte, mas isso só pode ser genética. Odeio esticar o rosto com essas agulhas impertinentes. Está moça é sua amiga?
- Sim mamãe - interrompeu Alfonso - Esta é Dulce.
Com outro abraço ela agarrou a minha amiga de cabelos negros.
- Herrera! - A voz de um homem saiu detrás da mulher e no mesmo momento senti que Alfonso me juntou mais ao seu corpo, segurando-me pela cintura.
- Christopher - Alfonso disse baixo, em tom seco.
Os olhos dele foram velozes para cima de Dulce, e por um segundo pude jurar que foi retribuído. Ela parecia boba com a beleza dele. Não neguei que o rapaz era bonito, mas ainda assim, não era algo que me chamasse mais atenção que de Alfonso. Ele parecia imaturo só de olhar.
- Estas moças são as nossas convidadas de hoje.
- Anahí, este é meu irmão, Christopher.
- O mais bonito da família por sinal - arqueei minha sobrancelha, indignada com a "modéstia" dele. Olhei para Dulce e ela sorria da fala do rapaz. Inacreditável, pensei aborrecida.
- Deixe de ser inconveniente apenas por um segundo, sim? - a outra voz intermediadora foi a da irmã.
Aquilo parecia uma convenção familiar infinita.
Ela estava acompanhada de um homem loiro, pouco falante perto dos outros. Ele apenas acenou e sorriu, sem me olhar muito nos olhos. Parecia mais desconfortável que eu naquele lugar. Aquilo me acalentou. Não sou a única.
- Vamos dar uma volta?
- Claro dona Helena - depois de ouvir como Christopher havia chamado sua mãe, percebi que ainda não sabia seu nome - Mas gostaria de mostrar a casa para a senhorita de vermelho.
Me indignei por saber que se tratava de Dulce. E ela mais uma vez, agindo como idiota, sorriu e deu as mãos para ele. Tentei lhe lançar um olhar fuzilante, mas quando ela viu me ignorou e deu de ombro. Ah, sua... Praguejei baixo. Os dois saíram juntos e o resto se dissipou. Fomos apresentadas de forma curta, mas intensa.
- O que achou da primeira bomba da noite? - Alfonso me olhava de forma divertida.
- Sua família é educada e prazerosa.
- Mesmo assim tenho pena da sua amiga.
- Eu também. - com uma gargalhada ele se admirou pela minha percepção.
- Vamos dar uma volta até um lugar.
Apressadamente ele me segurou e me levou por entre as escadas.
Entramos num escritório grande e escuro, até ele acender as luzes, mas pouco foi mudado. O lugar permaneceu sob o feito abandonado. Andamos em silêncio e foi ai que eu decidi por em questão uma das coisas que me atormentavam ha alguns dias.
- Sobre não gostar de natal. No outro dia você me disse que não tinha mais motivos para gostar dessa data.
- E não tenho.
- Existe um motivo, eu creio.
- As reuniões anuais de natal eram marcadas por momentos felizes e descontraídos. Comíamos e bebíamos vinho por toda a noite apenas pelo prazer de estarmos juntos. Mas depois que meu pai morreu tudo ficou mais negro. A família brigou por uma herança que eles não tinham direito, tios e primos deixaram de se falar, meus irmãos se descontrolaram e se arrastaram em busca das suas próprias formas de encarar os fatos. Maite casou logo em seguida para manter sua estabilidade e o meu irmão continuou com as suas futilidades. Uma família inteira foi ao fracasso.
- Ele devia ser muito importante para todos.
- Ele mantinha todos satisfeitos. Entre cinco filhos, meu pai foi o único que construiu um império multimilionário e nunca perdeu sua humanidade por isso. Sempre admirei esse lado humano. Mas é óbvio que a cobiça ia interferir uma hora ou outra entre a relação de todos.
- E agora. Como você está?
- Feliz - a resposta de certa forma me surpreendeu, mas fui fisgada pela reação seguinte.
Alfonso me segurou pela cintura, acariciando meu rosto e com uma das mãos fez uma leve pressão sobre a minha coxa, apertando o lugar conforme deixava sua mão escorregar por cima do tecido sedoso. Meu ventre se contraiu por um instante. Eu já estava preparada para ele, com certeza, e o líquido que se depositava na minha roupa íntima o continha, consideravelmente. Apertei as pernas contra a excitação e foi um delato. Delatei minha sede por ser fodida e penetrada.
- Tenho você agora. - reafirmou apertando os olhos - Fique comigo.
- Alfonso... - balbuciei num gemido desesperado.
- Eu quero ter você para mim, estou certo disso.
Ele me queria. Maldita hora que me envolvi com aquele homem, e ele fez com que eu também o quisesse daquela forma mortal. Maldita hora que abri brechas para alguém entrar nas minhas rupturas, e invadir minha alma destruída pelo passado, pelos acasos. Eu tinha um passado querido Alfonso, que também fazia parte do meu futuro. Um futuro que eu não viveria com você por certo. Mas que se danem as consequências. Eu queria mesmo era aproveitar aquele segundo e se no próximo estivéssemos longe, eu teria boas lembranças para guardar.
Deixei ele me pôr sobre a mesa de madeira onde existiam alguns papéis inúteis que foram jogados para o lado, enquanto suas mãos viajaram para debaixo do meus vestido. Com o indicador e o dedo médio, ele me penetrou, soltando um palavrão.
- Como está molhadinha. Maldição Anahí! Vou comer você agora.
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