Possession

By SamiaGreen_

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*Fanfic Ponny (Concluída) Madness... Foi esse o nome que Anahí admitiu após sua vida se perder no mundo e em... More

Prólogo
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Capítulo 68
Capítulo 69
Capítulo 70
Capítulo 71
Capítulo 72
Capítulo 73
Capítulo 74
Capítulo 75
Capítulo 76
Capítulo 77
Capítulo 78
Capítulo 79
Prefácio
|One Shot| parte 1
|One Shot| parte 2
|One shot| parte 3
|One shot| parte 4
| One shot | Final

Capítulo 04

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By SamiaGreen_

Alfonso Herrera

Assim que cheguei em casa, uma das primeiras coisas que fiz questão de fazer foi ir até a cozinha. O dia de trabalho havia sido estressante demais, por isso, decidi cozinhar. Fazer aquilo aliviava todas as tensões diárias. Um dos meus gostos particulares em que poucos se interessavam ou sequer sabiam, além da minha governanta.

Ela era responsável pela casa desde que decidi morar sozinho, e isso já tinha bastante tempo. Seus cabelos grisalhos, suas roupas sempre alinhadas me traziam uma leve sensação materna. Vez ou outra parecia se empolgar quando me assistia de poucas peças e um avental, tramando receitas mirabolantes que na maioria das vezes funcionava bem.

O som dos passos cuidadosos da mulher foram ouvidos de longe.

- Imaginei que estivesse aqui, senhor Herrera - Me virei para olhá-la exibindo uma aparência bagunçada e ela então sorriu afetuosa.

- Hoje foi cansativo - justifiquei mesmo sem ser questionado.

- Percebi assim que vi aquelas roupas jogadas no corredor.

Eu não era tão organizado quando me sentia fadigado ou pressionado. A tensão dominava o meu corpo, e a necessidade de chegar ao meu conforto era maior do qualquer outra mania de limpeza.

- Você me conhece bem, não é?

- São muitos anos de prática - Disse convincente.

Não fui tão agradável, preferi manter tudo como estava. Sorrir não era muito comum pra mim, muito menos demonstrar carinho demais pelas pessoas.
Era uma coisa minha, algo que sempre preferi manter intacto, e talvez fosse esse um dos principais motivos de estar solteiro.

A mais ou menos doze meses atrás, me encontrava em um relacionamento firme de cinco anos. Preparado para o pedido de casamento, planejando casa e tudo o que um casal espera para um futuro juntos, mas nada daquilo foi possível de se concretizar. A minha noiva fez o que todos estão sujeitos a passar.
Não diria que foi uma traição, até porque os motivos também existiam em mim.
Ambos éramos infiéis, presos ao comodismo e a convivência.

Os passeios e todo o resto que fazíamos juntos era como se fosse parte de um dos meus contratos.

Chegamos ao limite de não haver nada além de conveniência, mesmo assim não adiamos o casamento. Certo tempo depois, a traição surgiu como uma consequência previsível. Eu não me importava de traí-la com várias mulheres, a fim de sair um pouco da minha mesmice, e como a maioria dos homens prefere renegar, o mesmo chegou até ela. E no fim, o noivado foi desfeito.

As semanas seguintes ao término pareciam solitárias, senti vontade de voltar atrás, pedir que tentássemos outra vez, mas de maneira diferente. Senti necessidade de ter com quem conversar e partilhar certas coisas.
Uma das desvantagens dos relacionamentos dependentes. Você passa a se apegar a algo que vai muito além dos sentimentos reais.
Já nos meses seguintes as coisas começam a mudar e você volta a se readaptar.
Fim do drama.

O apitar do forno me obrigou a levantar da cadeira e ir buscar a minha mais nova obra culinária. Era um carneiro ao molho três fazes. Pelo cheiro e aparência parecia ter funcionado.

****

Aquela era a terceira vez que me pegava checando o Royal que usava no pulso, já tinham se passado mais de quinze minutos do horário marcado para ele chegar. O restaurante estava lotado e o garçom servia doses de uísque como se quisesse me acalmar e ganhar um pouco de tempo em cima da minha frustração. Impaciente, olhei pelo vidro e vi que enfim a imagem do meu amigo começava a surgir. Dei aquele gole com mais calma, levantando em seguida prestes a saudar quem acabava de chegar.

- Alfonso Herrera! - disse ele, segurando com firmeza na minha mão direita para um cumprimento.

- Lafaiete - respondi mais formal.

Ambos nos sentamos e ele rapidamente levantou a mão acionado o garçom para que lhe trouxesse o mesmo que estava sendo servido a mim.

- Já avisei que pode me chamar apenas de Ricardo, meu amigo.

- Força do habito. Nós estamos aqui a negócios.

- Concordo, mas podemos fazer disso algo menos agressivo. Então, optei por um local mais divertido ao invés das nossas salas de reuniões fechadas e sem vida.

O riso me veio na ponta dos lábios. Tudo para Ricardo Lafaiete era baseado em comodismo empresarial. Ele não suportava as reuniões demoradas, as burocracias do mercado e menos ainda do que íamos tratar ali. Contratos carregados de folhas impressas, com leis e parágrafos o aterrorizavam. Como alguém conseguiu um império daquela maneira? De certa forma a leitura era cansativa e monótona, mas aquele era meu trabalho a tantos anos que as técnicas de sobrevivência já eram instantâneas. Eu sabia lidar com aquilo

- Bem. Como você me pediu, aqui estão os orçamentos e as licenças para a exportação. Em alguns parágrafos é possível notar que eu preferi dar ênfase na sua valorização comercial e nas suas ações comunitárias desenvolvidas para os funcionários e para a empresa. Isso lhe dá pontos.

- Muitos! Eu acho muito conveniente você ter priorizado, além do contrato, minhas contribuições para aquelas pessoas. A mídia adora essas doações.

O garçom se aproximou de nós com um pedido de licença servindo ao homem uma generosa dose de Malt. As primeiras sempre eram mais cheias.

- A mídia adora propaganda positiva.

- Tem razão, Herrera.- falou antes de dar um gole e enrijecer a face - E para sua alegria quero que me dê os contratos da nossa associação.

Triunfante, eu obedeci aquilo de imediato. Tirei o papel de dentro de uma pasta preta que estava ao meu lado, debaixo da mesa e pus na sua vista.
Ricardo não hesitou e nem sequer leu as cláusulas, apenas assinou os designados parágrafos com a caneta preta e me entregou de volta.

- A partir de agora sua empresa será responsável por todos os tramites legais da R. Dress - continuou.

- Merecemos um brinde a isso.

- Pensei que não fosse pedir.

O estranho engravatado que servia nossa mesa reparou nos nossos olhos alegres, vindo novamente em nossa direção. O novo pedido tirou dele um sorriso falso, obrigatório. A gorjeta seria alta e ele sabia, por isso sua atenção não saiu da nossa mesa.
O champanhe chegou em um balde de cristal, recoberto de gelo. Quase que de imediato ele sacou fora a rolha e nos serviu lentamente nas taças altas. Brindamos por um breve momento e sorrimos em deixar de lado os assuntos cansativos para iniciar conversas leves e paralelas.

- Gostaria de lhe fazer um convite como amigo e não como meu advogado - com certo suspense cômico ele continuou - Quero que vá ao coquetel do desfile desta semana. Lançaremos uma nova coleção de lingerie feminina, apenas para convidados privados e algumas revistas do gênero. Então deve imaginar. Muitas mulheres...

- Porque não? Será interessante - concordei elevando a taça como prêmio pelo convite.

- Quer que eu repita sobre as muitas mulheres mais uma vez?

Com uma risada constrangida respondi:
- Não é necessário. Imagino que serão lindas.

- Quem sabe você arranja alguma por lá. Faz tempo que não te vejo acompanhado desde a sua ex.

- Falta de tempo. Aliás, você também anda solitário.

- Engano seu, meu caro. - retrucou numa gargalhada contida - Sempre tenho alguém.

- Não duvidaria disso.

- Vou mandar o departamento de marketing entregar o convite amanhã mesmo.

Depois de brindarmos novamente, conversamos mais um pouco até cada um ir para seus destinos. A conta gerou as brigas de sempre, mas por sorte acabei pagando. Sim, era sorte. Entre briga de poder alguém tinha que manter certa masculinidade. Era comum naquele ramo e entre aquelas pessoas.

Paguei o estacionamento e sentei no banco do meu carro olhando o volante. Os pensamentos aleatórios me consumiram por mais um tempo, até o celular vibrar e roubar minha atenção de volta. Na tela a notificação de que havia uma mensagem de texto me fez arrastar a digital, abrindo-a.

"Gostaria de te ver na sexta.
Beijos, A.".

Apertei o aparelho contra minhas mãos e expirei fortemente. Ela queria me deixar louco.
O que quer comigo?

Girei a chave e liguei o carro. Os pneus gritaram junto do roncar dos motores.
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