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-É algo tão simples, Lydia. Tão natural! -Ela revirou os olhos, parecendo estar desgastada com o "meu discurso". -É só deitar e deixar que ele faça o resto, e se você se esforçar pode até aproveitar a sua primeira vez ao invés de sentir apenas dor e incomodo.

-Você é tão patética as vezes, Rebecca. -Falei ao levantar. -Acho que a convivência com o Adam está te afetando grandemente, cuidado para não ficar tão idiota e promiscua quanto ele! -Pisquei. -Já está tarde e tenho muitas coisas para resolver. -Inclinei meu corpo em sua direção e beijei sua bochecha. -Te vejo no salão. -Sorri brevemente e ela assentiu.

-Pense no que eu te falei e veja se é tão "promiscuo" o meu pensamento. -Ela falou com sarcasmo. -Verá que eu tenho alguma razão no que digo.

-Você calada é poeta, Rebecca. -Retruquei acenar para ela.

De uma forma bem torta e estranha, Rebecca era uma das pessoas mais próximas e queridas que eu possuía a minha volta, crescemos juntas e por isso nos tornamos quase que melhores amigas, no entanto, depois de conhecer e se envolver com Adam ela se tornou uma pessoa completamente diferente do que era e isso fez com que criássemos certo distanciamento.

-Te vejo amanhã? -Andrew questionou enquanto nos despedíamos afastados dos demais.

-Quero que vá até minha casa amanhã antes da sua despedida de solteiro... -Zombei ao sorrir, fazendo com que ele sorrisse. -Quero entregar seu presente.

-Presente? -Indagou ao sorrir, eu assenti. -Que presente?

-Amanhã. -Finalizei ao tocar seu rosto em um gesto de carícia.

-Certo. -Ele piscou ao sorrir de maneira fraca. -Amanhã estarei lá para receber meu presente misterioso...

-Te esperarei! -Murmurei próximo de seus lábios. -Eu te amo. -Falei mesmo sem aquela frase ser verdadeira, sabia o quanto estava sendo péssima ao dizer aquilo sem ao menos sentir 1% da importância que tais palavras significavam. Ao sair de minha boca pareciam amargas, tanto ao falar, quanto ao ouvir.

-Eu também te amo, Lydia. -Retrucou ao encarar meus lábios por alguns instantes antes de finalmente atacá-los em um beijo um tanto quanto desesperado, os gestos de Andrew mostravam o quanto ele buscava proximidade.

Seus braços envolveram meu corpo fortemente, limitando quaisquer distancia que nos separava, muito semelhante aos beijos que dávamos no inicio de nosso namoro, por um instante senti uma "pequena chama" daquele grande incêndio que nos marcou e custei para conseguir acompanhá-lo, talvez pelo fato de não esperar um beijo como aquele. Minhas mãos foram parar atrás de sua nuca, numa tentativa de conseguir o controle, mas Andrew parecia estar sedento demais para permitir aquilo, sua língua invadia minha boca com ardor, em movimentos rápidos e ao mesmo tempo suave como só seus beijos poderiam ser. Suas mãos desceram pelo meu corpo e apertaram meu quadril com firmeza, fazendo com que eu soltasse um ruído decorrente aquela caricia um tanto bruta.

Ouvimos alguém pigarrear, porem estávamos envolvidos demais para finalizarmos aquele beijo, posso estar sendo hipócrita com essas minhas "virtudes", mas eu precisava daquilo, precisava daquele contato, era algo mais físico do que emocional, ou talvez os dois em excesso.

-...estão prestes a se engolirem. -Ouvi a voz irritante de Adam e empurrei o corpo de Andrew para frente, finalmente nos separando.

De imediato meu corpo sentiu falta daquele calor característico, e devo confessar que meus lábios também. Quando virei para o lado vi Adam acompanhado de Jonah e Rebecca, Matheo continuava em segundo plano, afastado de todos enquanto entornava uma garrafa.

-Droga, Adam! -Andrew praguejou ao empurrar o corpo do amigo para trás, Adam sorriu de maneira presunçosa parecendo estar satisfeito em atrapalhar.

-Terão uma vida inteira para transarem e preferem fazer isso num quintal com platéia? Que peculiar! -Retrucou.

-Vamos, Jonah. -Falei ao ignorar o que aquele boçal havia acabado de falar. -Tchau, Rebecca. -Sorri ao acenar para ela, que retribuiu meus gestos.

-E eu? Não mereço um "tchau", Lyd? -Adam falou com seu habitual humor acido.

-Você merece ir para o inferno, Adam. -Retruquei e pude ouvir o riso de Andrew.

-Sua noiva e muito mal educada, Andrew. Espero que saiba educá-la quando casarem-se.

Declínio Where stories live. Discover now