-Esquece ele! -Andrew murmurou enquanto caminhávamos.
-Eu não sei como consegue aturar esse moleque, ele consegue ser mais infantil que uma criança de dez anos. -Bufei. -Eu o detesto! -Conclui ao olhá-lo de soslaio, Andrew balançou sua cabeça de maneira negativa ao sorrir de maneira descontraída.
-É melhor irem se acostumando a conviverem juntos, Lyd. -Ele falou ao abraçar meu corpo com seu braço. -Afinal, agora ele vai estar presente em sua vida, pois faz parte da minha, é o meu melhor amigo desde que me entendo por gente, não quero abrir mão dessa amizade por algo tão banal.
Ele parou próximo da porta que dava acesso a sala e me encarou ao tocar meu queixo, fazendo com que eu o encarasse. -Sei o quanto você é racional, Lyd, por isso gosto de... -O interrompi.
-Ah, você gosta de mim? -Retruquei ao desviar o olhar. -Que ótimo que pelo menos gosta de mim, caso contrario, se houvesse ainda menos afeição em nossa relação seria provável que não aconteceria cerimônia alguma depois de amanhã.
-Ei, Lydia! -Dessa vez sua seu gesto impôs mais força, suas mãos seguraram meu rosto fazendo com que eu não pudesse desviar o olhar. -Você sabe que eu te amo, não precisa criar caso justo agora, todos estamos exaustos e com os ânimos aflorados por conta de todo o desgaste que isso vem nos causando e... -Tirei as suas mãos de meu rosto.-Esquece isso. -Pisquei algumas vezes. -Vamos subir ou quer conversar aqui mesmo? -Questionei com certo sarcasmo, Andrew bufou ao passar as mãos em seu cabelo parecendo estar impaciente com aquela conversa, eu sabia perfeitamente o quanto estava sendo desgastante para ele toda aquela historia, as cobranças que caiam sobre ele eram grandes, seu pai era incrivelmente controlador e pouco sabia do termo "amor fraternal".
-Certo, Lydia! -Ele falou ao dar as costas e começar a caminhar, eu o acompanhei mantendo certa distancia.
-Vai jantar conosco, Lyd? -Tia Susan perguntou assim que passamos pela sala onde ela estava sentada folheando uma revista.
-Prometi que jantaria em casa, pois meu pai quer conversar comigo. -Menti.
-Fica para a próxima então. -Falou e eu apenas assenti, quando dei por mim Andrew já estava no topo da escada.
-Sobre o quer conversar? -Questionou ao fechar a porta do quarto.
-Eu não sei. -Falei de forma franca.
-Está falando sério? -Indagou parecendo estar sem paciência para o que quer que seja aquele "meu momento".
-Sim, Andrew... -Sentei em sua cama e larguei minha bolsa na mesma. -Estou com a cabeça cheia e ao mesmo tempo vazia, penso em varias coisas, no entanto, não consigo transformá-las em palavras. -Confessei.
-Eu não posso te ajudar se não souber o que está passando por sua cabeça, Lydia. -Ele sentou ao meu lado e segurou em minha mão, eu não estava olhando para ele naquele momento, mas sentia seu olhar pesar sobre mim. -Você tem estado muito distante esses dias, sei que o casamento tem grande influencia nisso, pois eu também estou cheio de problemas até o pescoço, mas... Na maioria das vezes eu não consigo compreendê-la e isso me frustra muito.
Andrew realmente parecia estar desgostoso com toda aquela situação, manter aquele segredo era algo horrível, eu sentia algo preso em minha garganta prestes a saltar, algo que eu tentava a todo custo manter no meu mais intimo lugar. Não existia mais companheirismo entre nos dois, éramos dois estranhos prestes a trocar promessas de amor, juras de fidelidade e faríamos um pacto que viveríamos para sempre juntos.
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Declínio
Teen FictionEm um mundo onde contas bancárias são os verdadeiros passaportes para uma vida perfeita, eis que surge Lydia, uma garota que poderia ser considerada por muitos uma grande felizarda por viver em um provável conto de fadas moderno, aparentemente não h...