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LYDIA

Jason manteve o olhar fixo ao meu, como se tentasse ver quais eram as minhas intenções, afinal, eu já havia o rejeitado certa vez.

-Dura? -Ele desviou olhar. -Eu achei bastante confortável... Mas... -Jason voltou a me encarar, mas dessa vez trazia consigo um sorriso zomebeiro no canto dos lábios. -Essa é forma indireta de me chamar pra dormir com você, Holt? Está mesmo com segundas intenções? -Ele sorriu ao tocar minha cabeça.

-Esquece! -Falei aborrecida ao bater em sua mão afastando-a da minha cabeça, o sorriso de Jason ficou ainda maior. -Você é um ridículo, Jason! -Bufei ao virar para o lado contrário enquanto escondia minha cabeça na manta. Estava irritada e constrangida, sentia meu rosto arder e iniciei uma autocrítica em meu consciente do quanto eu havia sido precipitada.

Afinal, no que eu estava pensando? Burra! Você é muito burra, Lydia!

-Droga! -Murmurei ao fechar meus olhos com irritação enquanto ouvia o riso de Jason ao fundo.

-Certo, Holt! -Ouvi o barulho do interruptor e só então tirei a manta da minha cabeça. Jason circulou a cama e deitou-se ao meu lado com naturalidade. -Estou à mercê de suas ações nas próximas horas... Sendo assim, devo me preocupar ou me irritar? -Ele virou seu corpo para minha direção enquanto mantinha o olhar preso ao meu, naquele instante por alguma razão minha respiração havia tornado-se mais densa e difícil, tê-lo tão perto de mim em tais circunstâncias... Céus!

-E... Eu não pensei... -Desviei o olhar. -Eu só estava... Hum... -Fiz uma careta ao fechar meus olhos novamente tentando conter aquele surto interno crescente em todo meu corpo e mente.

-Fique tranquila, Holt... -A voz de Jason continuava relaxada. -Eu só estava brincando com você! -Falou ao tocar novamente em minha cabeça em uma carícia quase fraternal. Aquela carícia apesar de amistosa havia me deixado incomodada... Eu não queria aquele tipo de carícia, pelo menos não naquele momento.

-Boa noite, Jason! -Bati em sua mão, afasto-a de mim.

-Boa noite, Holt! -Piscou ao pegar a manta que estava na altura da minha cintura e coloca-la até o meu pescoço, cobrindo o mesmo com cautela. Aqueles gestos, olhares, sorrisos, todo aquele zelo e até mesmo as broncas faziam com que meu coração criasse esperança.

Pensei que passaria o resto da vida junto ao Andrew, por certo tempo nunca cheguei a questionar se aquilo era o que eu realmente queria, afinal, de certa forma viveríamos um para o outro... Mas depois de conhecer o Jason e experimentar naqueles poucos meses tantos sentimentos e sensações que pensei nunca vivenciar. Finalmente eu havia encontrado um propósito! Queria viver minha vida munida daquela sensação que Jason me passava, não apenas quando estivesse ao seu lado, queria sentir aquele sabor "de vida" mesmo estando sozinha. Aquela seria minha nova meta a partir daquele momento.

Por toda minha vida eu havia estado imersa em um mar onde por mais que eu tentasse nadar e escapar, uma forte correnteza sempre me puxava para o fundo... Agora finalmente eu submergi e conseguia respirar a plenos pulmões.

-Jason... -Murmurei ao colocar minha mão em seu rosto. -Eu confio em você! -Falei de maneira firme e ele nada disse, mas seu olhar expressava que ele havia entendido o que aquela simples frase trazia consigo.
Eu realmente confiava nele, sabia que ele cuidaria de mim, naquela momento e daquela noite em diante.
Jason aproximou-se ainda mais de mim e segurou em minha nuca com firmeza, seu olhar foi de encontro aos meus lábios, eu então fechei meus olhos demostrando total entrega. 

[...]

Estávamos um de frente para o outro, ambos ajoelhados enquanto mantínhamos nossos olhares fixos em um único ponto. Dessa vez não havia um cenário propício, nem uma lingerie provocante ou maquiagem e cabelo que me deixariam mais sedutora. Não havia nada disso. Muito pelo contrário, naquele momento existia apenas Jason, eu e a vontade crescente em nossos olhares. A luz fraca do abajur impossibilitava que víssemos muito detalhes ao nosso redor, parecia que tudo conspirava para que mantivéssemos o foco um no outro. Não era preciso dizer nada, nossos olhares, corpos falavam por si.

Jason então se aproximou de mim sem pressa alguma, sua mão tocou o tecido fino do meu vestido e o segurou de maneira firme enquanto o erguia de maneira lenta.

-Não fique nervosa... -Falou num tom baixo e eu apenas assenti. Ele seguia em um ritmo lento e cauteloso, certamente aquele não fazia seu estilo, quero dizer, Jason não fazia o gênero do cara que corria atrás de "garotinhas virgens e inexperientes". Aquela talvez fosse uma de suas noites mais complexas, mas era notável o carinho em seu olhar e em cada toque.

-Eu não estou nervosa. -Balbuciei ao segurar no cós da sua camiseta, ele sorriu de maneira mais relaxada e eu então a ergui com seu auxílio, em poucos segundos a pele de Jason estava totalmente exposta. Incapaz de conter minhas ações, minhas mãos tocaram com delicadeza tórax que eram marcados com algumas pequenas pintas que faziam contraste com sua pele branca, alguns músculos marcavam seu abdômen, nada muito exagerado, tudo parecia ter sigo minuciosamente projetado. Inclinei meu corpo para frente e o beijei no queixo, pescoço e ombros. O cheiro do sabonete e o calor que seu corpo emanava deixavam-me inquieta.

Jason que até o momento apenas observava atentamente meus gestos, sentou-se na cama e puxou meu corpo cautelosamente, fazendo com que eu me sentasse sobre suas pernas.

Declínio Where stories live. Discover now