40. Capuchinho Preto perdida na Floresta

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Colin mal dormiu naquela noite

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Colin mal dormiu naquela noite. Saiu da clínica pela madrugada e não conseguiu pregar o olho quando se pôs á cama. A conversa com Monique havia sido confortante, deu para desabafar e ouvi-la também, mas havia mexido com todas as suas emoções e lhe deixado um caco. Não gostava nada de ter sua sensibilidade agitada desse jeito, mas há coisas inadiáveis, conversas necessárias e sentimentos que devem ser revelados. E fugir disso é estender sofrimento. É inflingir dores a si mesmo que podia muito bem tirar para fora e se livrar para poder seguir mais leve.

Rupert podia lhe chamar de sentimental e gozar com ele por isso, mas simplesmente a capa de homem frio e imbatível era algo que só conseguia vestir no trabalho, não aguentava sustentá-la por muito tempo com aqueles que amava.

Foi uma conversa pesada, nunca é fácil ouvir sobre tudo o que fizemos mal, principalmente quando podemos ver com nossos próprios olhos o resultado desastroso dessas acções.

Ele havia feito tanta coisa mal e sequer percebeu. Era bem difícil viver com essa noção, mesmo quando havia tido o perdão da pessoa que mais magoou.

Quando se despediu dela, Monique disse que seria a última vez que se iriam ver por um tempo. Ela voltava para França assim que tivesse alta e achava que seria naquele mesmo dia. Desejou-lhe o melhor e disse que estaria disponível para ele se precisasse de sua ajuda em alguma coisa, principalmente se fosse relacionado a derrubar os árabes - estava com tanta raiva deles quanto ele.

Amanheceu, Colin decidiu sair para a sua corrida de rotina. Há dois dias que não fazia nenhum tipo de exercício, não era de admirar tanta exaustão e mau humor.

Os paparazzi que estavam acampados em frente a sua casa já não estavam lá, o que lhe deixou aliviado, embora tenha visto dois ao longo do troço, mas estavam distante e decidiu continuar a ignorar.

Entrou no parque botânico aberto ao público e podia jurar que alguém lhe estava a seguir, mas quando reparou com discrição atrás de si, ninguém estava. Em outras circunstâncias podia achar paranóia sua ou então não ligar importância, mas na fase em que estava, tudo captava sua atenção e não queria baixar a guarda com o árabe solto por aí.

Continuou a correr e de novo a sensação de estar a ser seguido. Desviou do troço habitual e entrou entre plantas altas ladeando o caminho e se escondeu. Uma figura em fato de treino preto e capuz cobrindo sua cabeça seguiu o mesmo desvio e parou quando não lhe viu á frente. Começou a reparar aos lados buscando por ele. Colin saiu do esconderijo e surpreendeu seu seguidor de trás e lhe derrubou no chão, desmobilizando-lhe em seguida com o braço no pescoço.

- Quem tu és? - Perguntou logo.

- Ai, Colin, me estás a magoar! - A voz lhe soou assustadoramente familiar que lhe pareceu impossível ser real. Devia ser sua cabeça a criar partidas. Aumentou a pressão no braço - Colin, pelo amor de Deus! - ela reclamou, a bater no seu braço.

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