4. Pode Beijar a sua Esposa... Ou não!

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Ariela não imaginava que houvesse possibilidade de se perder quando cruzou a porta pela qual Colin seguiu. Encontrou um dos serventes da festa e perguntou pelo marido, este fez questão de acompanha-la até a enorme varanda onde a admirar a noite maravilhosa estava Colin.

Ariela aproxima-se de Vaughn e procura não pensar se ela é que foi um pouco cega ou só sob o luar o extremo a beleza de Colin Vaughn é que se manifestava. Ele é extremamente bonito que chega a parecer uma escultura do que humano de verdade.

- Dou vinte e três dólares por seus pensamentos. - ela diz enquanto segura a saia longa do seu vestido para não tropeçar.

Colin desperta e repara na magnífica mulher que se põe ao seu lado. Parecia nova, uma outra pessoa que acabava de conhecer, achou isso desde o primeiro segundo que a viu caminhar para o altar vestida de noiva e grinalda na cabeça e lírios brancos mas mãos.

- Meus pensamentos valem muito mais que isso, senhorita Smoak.

Ariela ergueu os ombros descontraída.

- É tudo o que posso oferecer. Eu tenho só esse valor na minha bolsa, que está em algum lugar por aí. Dinheiro vivo, senhor Vaughn, em mãos. Sem rastros. Dinheiro limpo.

Vaughn sorriu.

- Receio que vá deixar a sua oferta passar, senhorita Smoak. Sem ofensas, não é nada pessoal.

- Tudo bem, senhor Vaughn, não se preocupe. Eu sou um espírito livre e não me ofendo com facilidade. Vou tentar vir de outra maneira então. Eu tento adivinhar onde estão seus pensamentos, e o senhor me diz, por favor, o que acontece após esta pomptuasa cerimónia de casamento, ou pelo menos, onde a noiva pode repousar quando não aguenta mais ficar em pé com estes sapatos exageradamente altos, porque eu sou uma noiva às cegas no próprio casamento.

Colin sorri, e pensa como era fácil se soltar e ter um bom tempo com ela. Riu mais num só dia do que o faz numa semana inteira. Era incrível como se ficava alheio á verdadeira personalidade da pessoa no campo profissional. Nunca pensou que Ariela Smoak pudesse ser mais do que o robô que tinha tudo que ele precisava para o seu trabalho a tempo e da maneira como devia.

Estava a ser mais fácil lidar com ela do que imaginava, e, se continuasse daquele jeito, seis meses passariam leves, sem fardo algum.

Cruza os braços e encosta-se no enorme pilar da varanda. Decide fluir com ela.

-Tudo bem, senhorita Smoak, pode tentar adivinhar o que se passa na minha mente.

Ela morde o lábio inferior enquanto pensa. É mais linda ainda quando está sem óculos, pode ver e admirar o brilho dos seus olhos castanhos.

- Então, acho que estava aqui a tentar ver como será a sua vida assim que se casou com a primeira pessoa que lhe apareceu num momento de desespero e disse sim. Ou em como vai prosseguir com a senhorita Monique porque com certeza ela não vai gostar de fazer o papel da princesa trocada pela trouxa. Ou, última possibilidade, pensava na sua mãe. Em como manter a sua mãe e sua esposa em hemisférios separados por seis meses de modo que nenhuma envenene a outra. Eu confesso que são preocupações muito válidas, senhor Vaughn, mas há uma maior que lhe ficou de fora.

- É mesmo?

- Sim. O senhor não pensou em como vai se virar na empresa sem a sua eficiente secretária, pois pelo que percebi do seu advogado Rupert Sanderson, eu acabo de ser demitida do posto e ainda não fui reafectada. Só espero, senhor, que minha função na vida não seja somente ser sua esposa pelos próximos seis meses. Isso não faz bem ao meu curriculum.

Colin assentiu.

- Lamento dizer que perdeu a aposta por um simples motivo, senhorita Smoak. Apertou em todos os botões possíveis e não mirou numa única possibilidade como manda o jogo. Não estamos num vamos tentar e ver o que acontece, Ariela. Se eu prossegui com o casamento, é porque pensei em tudo isso antes e sei como lidar com cada variante. Se a senhorita não pensou e está preocupada agora, pode descansar, tudo vai ser controlado.

Ariela assente com a cabeça e faz uma pequena vénia. Voltava para o salão de festas quando Colin a chama.

-Senhorita Smoak.

Ariela vira-se para ele pronta para ouvir. Colin mete uma mão no bolso das calças e limpa a garganta antes de falar.

- Havia um etinerário de Lua-de-mel completo, mas eu mandei retirar alguns destinos porque eles faziam parte da minha história com Monique. Partimos em uma hora daqui, precisamos de contar com o tempo que precisará para se despedir do seu pai e contar para ele a boa notícia, antes de embarcar para o Caribe.

Ariela queria ficar louca por ouvir que ia as Caraíbas, mas parou pensativa no meio do corredor. O seu pai. Como reagiria o seu pai ao saber do que ela havia feito? Entenderia suas razões? Perceberia que não era um acto de rebeldia, tampouco de guerra, mas sim uma tentativa de quebrar as correntes e se libertar da prisão em que vivia?

Ariela tremeu. Enrijeceu, e Colin percebeu a mudança súbita.

- Senhorita Smoak, acha que o seu pai poderá ser algum problema para esta união?

Ariela percebe que mostrou mais do que queria ter feito.

- De jeito algum, senhor Vaughn. Tenho a certeza de que o meu pai vai fazer-nos os paninhos de tricô para o enxoval do nosso casamento. - ela responde, Vaughn assente e vira-se para o jardim outra vez.

- Senhor Vaughn!

Quando Colin Vaughn se vira para atender o chamado, ela está bem ao seu lado.

- É Senhora Vaughn, eu sou uma mulher casa, se ainda não percebeu. - Ela diz a exibir a mão com a belíssima e valiosa aliança de casamento - Agora pode beijar a sua esposa... Ou não.

Ela vira-se para se afastar, mas Colin a puxa pela mão de volta para si e toma a sua boca com prazer. Desta vez não é a fingir. Não é para enganar as pessoas sobre a veracidade do selo que firma o seu casamento, é por eles, para eles. Beijam-se porque o querem, beijam-se porque naquele momento, se querem.💐

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