25. A Única Saída

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Ariela anda num rompante pela sala só para não parar no mesmo sítio e se sentir mais impotente e desesperada do que sua aflição já demonstra

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Ariela anda num rompante pela sala só para não parar no mesmo sítio e se sentir mais impotente e desesperada do que sua aflição já demonstra. Tenta pensar numa maneira de sair daquela situação, mas o barulho da porta do quarto do outro lado do corredor sendo agressivamente batida e chutada torna isso impossível e só a faz pensar em quão tramada está.

Cansada de sua aflição, ela olha para Colin, buscando esperança. Ele já está com os olhos sobre si, acompanhando seu movimento de um lado para o outro há bastante tempo sem dizer palavra - não tem nem uma para dizer. E ela percebe nos seus olhos apagados e acabrunhados, já a pedir perdão por não conseguir salvar o dia. Todos seus super poderes estão inactivos naquele momento, é um mero humano como ela, tão imponente e sem ideia do que fazer também.

Ela passa os dedos entre o cabelo o arrastando para trás, suspira e não se conforma. Não suporta. E não aceita.

- Isto está tudo errado. Não podemos mantê-la presa naquele quarto para sempre, Colin, ela está a me deixar louca com este barulho. Temos que fazer alguma coisa.

- Como o quê, Ariela? Como se cala uma pessoa crescida que só quer rebentar o mundo de outra? Só consigo pensar em mata-la e enterra-la no quintal, agora. - ele diz. E suspira  - Eu não sei o que fazer, está bem? Não consigo pensar e esta é a única coisa que me veio á mente para contê-la. Não podemos deixa-la ir.

- Mas isto é crime, estamos a mantê-la em cativeiro.

- Então vai lá liberta-la. Vai. Vai liberta-la, mas saiba que a primeira coisa que ela vai fazer ao sair é gritar para o mundo inteiro quem tu és. - ele rebate de frente para ela, mas se arrepende logo que vê o choque no seu rosto com sua explosão. Tinha que manter a calma. Controlo é tudo. Se ele perdesse isso também as coisas só ficariam piores. 

Ariela engole em seco. Abana a cabeça e apoia os braços que suportam sua cabeça e todo seu peso sobre o aparador. Está assustada, desesperada, e detesta pensar que Colin tem razão. Que não podem deixar Nonique ir, não com a informação que ela tem, tampouco com as intenções que tem com sua descoberta.

Maldita francesa.

- Colin, tira-me daqui, agora! - ela grita de dentro do quarto - Eu juro que vocês vão se arrepender por isto. Não há nada que possam fazer. Não vão me manter aqui para sempre e no minuto que eu sair daqui eu vou acabar com todo este teatrinho.

Ariela automaticamente olha para Colin e irrompe pela porta afora onde rebenta num choro intenso. Está tudo errado e o pior é não saber de onde começar para resolver seu problema. É seu fim.

- Ari! - Colin surge atrás de si e ela se apressa para afundar no seu peito e se segura nele para não desabar. Ele a envolve com ternura em seus braços e a deixa chorar enquanto faz carinho na sua cabeça .

- Não se desespere, meu amor! - ele diz, mas dentro dela um motim de medo cresce.

O pânico começa na mente. Como um pano preto a balançar a nossa frente ocultando a visão de qualquer outra coisa que esteja além. Você vê tudo desabar, suas perspectivas só mostram ruína - o pior cenário. Então os batimentos descontrolados e doloridos do coração como este nos fosse rasgar o peito e pular para fora. Você procura contê-lo, mas fica cada vez mais difícil. Difícil de respirar e difícil reagir de alguma forma que te possa salvar. Até a voz sai com falha e se torna quase impossível alguém ouvir teu choro por ajuda. Não há coisa mais solitária que o desespero.

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