26. Na Teia do Aranha

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Os gritos da discussão cessaram e um silêncio fúnebre caiu por todo o lado

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Os gritos da discussão cessaram e um silêncio fúnebre caiu por todo o lado. De fora só se ouvia o uivo solitário da brisa que a noite trazia, e de dentro, apenas a inquietação da sua própria mente tentando adivinhar o que estaria a acontecer do outro lado da porta.

Monique ainda tentou agitar um pouco mais as coisas e recordar-lhes de que ainda ali estava trancada retornando as pancadarias contra a porta, coisa que havia parado de fazer para acompanhar a briga do casal, mas ninguém se moveu para fazê-la parar e sozinha se rendeu. Rugiu de frustração.

Precisava desesperadamente de falar com Colin antes que fosse tarde demais. Por que ele nunca se dispunha a escuta-la?

- Colin - gritou - Colin, abre esta porta. Tira-me daqui, caraças! Você tem que me ouvir, eu não vim atrás de si. Digo, não vim só por isso, há algo importante que eu preciso de te contar. Por favor, me escuta, ou você vai pôr tudo a perder por causa dessa mulher.

Ninguém se manifestou, Monique espancou a porta com raiva e gritou mais ainda.

- Você é um idiota, Colin Vaughn, un trou du cul (idiota). E vai se arrepender por não me ter dado dez minutos de atenção quando eu estou a arriscar tudo por si. - suspirou - Sequer sei porquê ainda insisto com isto. Eu devia deixar esses malditos árabes vos usar. Eu estou a tentar te ajudar, não percebes? - ela disse e por continuar sem resposta se lançou de costas sobre a cama. Amaldiçoou Colin e Ariela.

Ariela. Colin. Os árabes. Estou cansada de todos eles!

Quase riu de tão inverosímil que tudo parecia. Era como se todos fossem personagens de um guião de drama onde tudo está interligado de uma forma que não podia imaginar. Mas ela tinha, enfim, montado o quebra-cabecas todo e tinha a clara imagem do que o vilão queria.

Tudo. Os arabes queriam dominar toda indústria petrolífera e todos nela como marionetes que podiam mover a seu prazer. Apareciam em momentos de crise como salvadores, te enchiam os olhos de soluções milagrosas e no fim, todos se viam embrulhados numa teia em que a única forma de escapar é cortando os próprios fios que te seguram de afundar no abismo. Todos estavam apanhados, até o império francês. Sua empresa e sua família estavam sob o domínio árabe, ela inclusive - havia sido dominada para cometer o maior erro da sua vida.

Mas as coisas seriam diferentes, estava decidida. Ela ela iria frustrar seu último movimento nesse jogo. Não deixaria que os Vaughn caíssem na armadilha retomando as relações com eles. Estava cansada de jogar pelos árabes, nunca gostou de ser refém, tampouco de ser manipulada. Sempre preferiu ter as rédeas em suas mãos e dominar a cena, e era o que iria fazer - romper as correntes, iniciar uma luta pela sua liberdade e retomar o controlo da sua vida.

preciso que me oiças, Colin, não consigo fazer isto sozinha! Que me oiças como eu ouvi quando erraste comigo. Por que é tão difícil para ti fazer isso?

Um sonho Para MimDove le storie prendono vita. Scoprilo ora