10. Sua Nova e maravilhosa Família

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Vendo o rosto inchado e a expressão de uma bomba prestes a explodir no rosto de sua mãe, Colin se apressa para impedir, mas vai tarde, o estalo da mão de Margareth Vaughn sobre a bochecha de Moira soa pela sala toda.

- Você nunca mais fale comigo desse jeito, Moira. Nunca mais.

- Meu Deus, mãe, o que fez? - Colin pergunta.

- Ela bateu em mim? Ela...

- Cala a boca, Moira. Você pode, pelo menos desta vez, se calar e se comportar? - Colin a repreende, mas Moira é vento do deserto, basta só uma pequena dança para torna-la num furacão em movimento que dificilmente é contido.

- Com que direito ela encosta a mão em mim? Você não tem esse direito, Margareth, não é a minha mãe. - Moira grita.

- Está na cara que não sou tua mãe. Se você fosse minha filha seria bem diferente da viralata que é. É tal como a vadia da sua mãe.

- Não fale da minha mãe, não te dou esse direito. Eu não conheço toda história de vossas traições, mas tenho certeza que ela foi bem mais digna do que você.

- A galdéria que não pensou duas vezes antes de se envolver com o marido da irmã pode ter sido digna em algum momento? Quando te fez?

Moira abre a boca, mas o que quer que fosse falar, ela repensa. Chora, não se conforma com a ideia de ser fruto de algo tão desprezível. Logo ela, que preza tanto a lealdade? Não é verdade, sua mãe era boa, muito boa, não pode ter traído a irmã assim, deve ter tido uma razão.

- Ela disse que as coisas não foram assim tão simples e que ela não era a vilã da vossa história.

Margareth ri.

- Ingenuidade não combina contigo, meu bem. Você é crescidinha, consegue avaliar as coisas. O que pensa?

- Eu vou descobrir a verdadeira história, tia. Eu vou descobrir, e aí, você vai ter que pedir desculpas por toda calúnia ao nome dela.

- Boa sorte nessa busca, Moira. Realmente desejo que eu esteja enganada, que haja algo que justifique a traição da sua mãe porque destruiu qualquer consideração que eu tinha por ela, e isso não é algo que se espera de irmãos. De uma família. Família tem que ser unida, para poder se apoiar perante as adversidades da vida.

O silêncio cai no seio de todos, a tensão ainda paira no ar e Ariela gira os olhos por cada um deles a se perguntar o que o que vem a seguir.

Colin aplaude com calma, o som não é de júbilo, muito pelo contrário, chama a atenção de todos e coloca mais peso no momento. Seu olhar gira de sua mãe para sua irmã.

- Bom, isto foi  impressionante. Alguém sempre faz uma cena como esta e supera a anterior. - Colin diz, seu sarcasmo reflecte sem esconder a seu desapontamento com aquela discussão - Vocês desperdiçam seu tempo e sua força a lutar entre si por causa dos actos de dois traidores que sequer estão entre nós. Aposto que onde quer que estejam, inferno ou paraíso, meu pai e minha tia estão a rir-se de vocês duas a brigar por algo de que nenhuma de vocês é culpada. Moira, você se diz não tolerar hipocrisia, mas se molesta tanto a defender a sua mãe, uma hipócrita que não se importou em se envolver com o marido da irmã bem debaixo do tecto dela. E você mãe, foram o seu marido e sua irmã que a traíram, só porque ela morreu antes que pudesse cuspir sua dor na cara dela não ganhou o direito de martirizar a minha irmã por isso. Ambas foram vítimas dessa história e eu estou farto desta discussão descabida entre vocês, então vou pedir só uma coisa. Se acham que não vão conseguir conviver por uma hora sem brigar, é bom que não se juntem a minha frente nunca mais. Enfim, Ariela, esta é a sua nova e maravilhosa familia, seja bem vinda.

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