Mesmo com o mau começo que indicava que seu dia e, provavelmente, seus próximos seis meses dentro da família Vaughn seriam terríveis, a tarde tomou outro rumo que a fez crer que talvez nem tudo seria ruim quando ela saiu a seguir Moira para fora da casa.
A irmã de Colin era muito mais que uma jovem rebelde e inconformada pelo pecado que sua gestação representava. Moira é uma aventureira, jornalista de turismo, passa a vida a viajar pelos lugares mais incríveis do mundo, faz documentários e reportagens sobre os lugares maravilhas pouco exploradas e escreve sobre seus destinos no maior site de viagens e turismo. É cada história incrível e bizarra que ela contou sobre as coisas que já viu. Do seu lado, quando ela não estivesse a brigar, o tempo passa bem rápido entre risadas, curiosidades e descobertas.
Ela ama a natureza e é uma sonhadora incontestável. No seu romance favorito ela é Elizabeth Bennet e associa Ariela á irmã de sua heroína, Jane. Sua conversa foi bastante divertida enquanto passeavam pelo quintal infinito da casa de Colin, e quando anoiteceu, ela se recusou a colocar os pés naquela casa outra vez.
- Não se preocupe, você vai acordar com o meu gargalo amanhã, não vou sumir por mais três anos, amo demais o meu irmão para fazer isso outra vez. Só preciso de me recuperar da bofetada. Doeu, sabe!
As duas riram e partilharam um abraço bem apertado. Se conheciam apenas havia horas, mas o carinho foi mútuo, encontraram na graça uma da outra um momento que de liberdade para ser quem realmente são.
Casas grandes são incríveis, mas também deprimentes quando se está sozinho. O espaço é tão vasto que te isola e engole. Desde que Moira se foi e Rupert saiu também com Margareth, Ariela girou sozinha pela casa buscando fugir da solidão que sentia no meio daquele silêncio deprimente. Pensou em bater a porta do escritório onde Colin havia se fechado só para dizer olá e sentir que estava acompanhada, mas desistiu e voltou a sala e se jogou sobre o sofá com os pés sobre ele também e seu corpo virado e apoiado no encosto. Naquele ambiente sem vida se sentia como parte dos móveis, um aparador, talvez. Só a existir, somente com um vaso de lírios para camuflar o vazio que o lugar tinha. O aparador era tão inútil como os compartimentos daquela casa quando se lhe tirasse o vaso de cima - sua única função era aquele vaso. Esticou seu braço e alcançou o telefone sobre a mesinha ao lado e ligou para o seu pai, queria alguém para conversar.
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Um sonho Para Mim
General FictionDesesperado para evitar a vergonha de ser plantado no altar, Colin Vaughn escolhe a pessoa mais aleatória que encontra para sua noiva, sua assistente, Ariela Smoak. Ariela vê no casamento uma solução para a única coisa que prefere manter em segredo...