38. Um Monstro na Cidade

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Colin chegou ao hospital pouco depois de Omar sair

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Colin chegou ao hospital pouco depois de Omar sair. Eduard buscou barrar sua entrada no quarto, mas Wanda Suleia conseguiu, com ajuda de uma enfermeira, lhe meter escondido. Não adiantou nada, Monique estava ainda apagada e não despertou nem quando tentaram a acordar.

A enfermeira disse que devia ser o calmante ao ver a seringa na cabeceira, embora não se lembrasse de ter administrado.

Colin saiu para enfrentar Eduard e perguntar se Omar esteve ali, mas o pai de Monique não deu satisfações, limitou-se a fazer o que sempre fazia quando lhe via. Insultar e lhe expulsar de sua vista.

Mas ele não precisava de confirmação, estava claro. O árabe esteve ali. Sentia o temor debaixo de toda a intransigência
do francês. Devia lhe ter ameaçado de alguma forma.

Saiu do hospital frustrado e com a cabeça a mil. Rupert não parava de ligar e ele precisava de se decidir. Estava em jogo tudo o que sua família dedicou sua vida a construir, o futuro de centenas de famílias. Ele tinha que pensar no que seria dos seus empregados se não assinasse a parceria com os árabes e cedesse parte do projecto de exploração para eles. Estariam na maior crise que já enfrentou, teria que reduzir significativamente os custos, incluindo trabalhadores e... não. Não podia permitir isso.

Estava nas mãos do diabo, daqueles que mais odiava na vida e queria ver afundar.

Depois que perdeu Ariela tomou um tempo para pensar no que Monique lhe queria dizer na casa de campo. Juntando os pontos concluia que tudo havia sido manipulado por eles. Os árabes eram culpados por tudo. Desde o fracasso do seu casamento com Monique á perda de Ariela.

Retornou ao escritório e encontrou Omar já na mesa com Rupert a alguns membros do conselho. O árabe lhe encarou avaliativo, como se visse o fogo que ele buscava conter dentro de si porque naquele momento não tinha armas suficientes para lutar.

Colin não falou nada a ninguém, sentou-se na cabeceira da mesa, puxou os documentos e rubricou cada página deles antes de os empurrar ao irmão e sair da sala.

Já chegava ao elevador quando Omar lhe parou.

- Vaughn! Você tomou a decisão correcta.

- Sim, eu tomei. E sabe como sei disso, Al-Faheem? Olhe ao redor. Porque sei que posso sair deste lugar descansado e seguro de que cada um destes trabalhadores aqui tem seu emprego garantido por mais tempo. Porque mais que com o meu orgulho, eu tenho compromisso com cada um deles e farei o que fôr para honrá-lo. Para alguns de nós, as pessoas que trabalham connosco importam. São nosso maior activo, não meros instrumentos de negócio.

Ele ia sair, mas Omar lhe para outra vez.

- Ei, para nós também importam. Somos como o bom pastor, quando perdemos uma ovelha, deixamos o resto do rebalho no curral e vamos atrás dela até a trazermos para casa. Nós podemos, por vezes, comer as ovelhas, mas elas são nossas. Nos pertencem e não gostamos quando outras pessoas as tomam, e ainda menos quando perdem alguma.

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