47 - Game on

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- Mu'tasim. - chamou o árabe. Um pouco mais de silêncio. E tornou a chamar - Mu'tasim, está aí?

Ariela se perguntou se era sinal de que Colin havia mantido sua promessa.

- Eu quero ser forte, Colin. Quero mesmo acreditar que sou capaz de lutar como minha mãe fez, mas eu sou covarde. Quando a chama acende, eu fujo. Tenho muito medo. Eu não sei se consigo ficar em pé quando ele me pegar.

- Você consegue sim, meu amor. O medo é bom. Ele te deixa desconfortável e te faz agir para estar em paz outra vez. Nós estamos prontos para lutar. Tenho algo para si. - ele pegou uma caixa preta com laço vermelho e dela tirou um bracelete tão lindo e delicado e colocou, com carinho, no pulso dela. - Ficou divino. - disse

Ariela passou a mão nele, achava-o uma preciosidade e, se não estivesse com o coração apertado, estaria a vibrar com aquela jóia. Agradeceu ao marido com um beijo e disse que era incrível.

- Tem um localizador implantado. Eu vou poder te localizar a qualquer momento. Se estiver em situação de emergência, apenas aperte esta parte aqui - indicou a pedra maior e explicou que era imitação de turmalina onde havia mandado implantar o localizador - Se um dia ele te abordar, vamos procurar descobrir o que pudermos da sua estratégia. Eu sei que te vamos por em risco, e eu estou morrendo de medo disso e do que ele pode fazer contigo, mas não vejo outra saída, amor. Não podemos fugir dele para sempre. Temos que lutar. E eu não te vou deixar na mão.

Ariela ganhou mais força ao ver a inquietação do árabe quando seu homem de acção não respondeu. Então a porta foi bruscamente aberta e dela entraram Rupert e Colin, com o servo de Omar refém deles.

Ela suspirou de alívio e esqueceu a dor por um breve instante antes de Omar mudar a posição da sua mão para o seu pescoço. Sua tensão voltou a aumentar enquanto tentava entender o que ia acontecer ali. Parecia cena de um filme, e era desesperador estar na posição de refém nas mãos do inimigo.

- Deixa-a a ir, Al-Faheem. Larga a minha mulher.

Imperou Colin Vaughn, ostentando pose e autoridade. Fez-a lembrar do tempo em que era apenas sua secretaria e sua voz a punha a correr pelo escritório para cumprir as demandas dele. Uma lágrima caiu do seu olho. Ele a havia chamado sua mulher, e sua expressão era de quem estava disposto a tudo para salvá-la. Tal como prometeu.

- O que pensa que está a fazer, Vaughn?

- A resgatar o que é meu. Deixe-a ir.

- Bem sabe a quem ela pertence. Não vai impedir o que está destinado.

- Nós somos os libertinos do ocidente, Omar. Os que o seu povo tanto despreza por não seguir regras nem conhecer limites. Então você não vai nos falar da existência do inevitável, gostamos de crer que somos mestres do nossos próprios destinos.

- Isso inclui-lhe a si, Sanderson? Tornou-se um deles?

Por alguns segundos Omar conseguiu desviar a atenção do casal para Rupert. Embora aquela jogada lhe tenha desconcertado, Rupert buscou transparecer tranquilidade e controlo.

- Pode ver por onde estou. - respondeu - Eu sou um deles.

Omar riu, e Colin ficou mais intrigado ainda pela conversa paralela entre seu irmão é o árabe.

- Vai se arrepender por isso. - disse Omar.

- Ameaças e mais ameaças - gozou Rupert - Nós estamos meio que cansados de ouvir isso e com um pouco de impaciência e muita pressa agora, vossa alteza. Por gentileza, dá-nos a Ariela e toma o seu escravo. Prepare sua revanche porque claramente não vamos nos matar hoje. Nós não vamos nos esconder, sabe onde nos encontrar.

Um sonho Para MimOnde as histórias ganham vida. Descobre agora