25. A Única Saída

Começar do início
                                    

- É este o fim?

- Não. Não é, não. Nós vamos conseguir dar a volta nisto.

- Vamos? Como? Ela odeia-me, Colin, e esta é a chance perfeita de se livrar de mim e ter o caminho livre para ti.

- O problema da Monique é comigo. Eu vou conversar com ela e fazê-la entender que não tens que ser apanhada em fogo cruzado por algo de que não tens culpa alguma. Ela só tem que se acalmar primeiro.

Ariela se liberta dos braços dele, incrédula.

- Conversar e apelar pela consciência dela, é esse o teu plano? Se o meu destino está dependente da piedade daquela mulher, eu estou acabada, então. Aquela foi a mulher que alimentou um desejo de vingança por anos e anos por causa do teu erro da juventude. Ela aguentou três anos a espera da chance de cuspir na tua cara. Mesmo sem saber eu me meti no caminho dela quando me casei contigo e não acho que comigo vá ter piedade se não conseguiu fazer isso nem contigo que te chama amor da vida dela.

Havia verdade nas palavras dela, e Colin havia pensado também no mesmo, mas precisava de se atar á esperança. Ele não tinha outra opção, e não se apegar a possibilidade de tocar em alguma sensibilidade de sua ex-noiva era o mesmo que aceitar que estava tudo perdido.

- Eu sei de tudo isso, Ariela, mas isto tem que funcionar. Tem que funcionar, senão eu não sei mais o que fazer.

- Joga o jogo. Pensa, Colin. Tem que haver uma maneira de te-la na nossa mão também. Uma informação. Você quase se casou com ela, deve saber de algo que ela esconda e ...

- Pára! Quer que a chantageie? Que use informação sobre ela contra ela? Foi algo assim que causou tudo isto, em primeira instância, Ari.

- Você não tem escolha. Ou é ela ou somos nós e temos muito mais a perder se ela falar. Não tens que usar, é só fazê-la pensar que vais.

- Eu não posso cometer o mesmo erro duas vezes a ver. Não posso a trair e magoar com coisas que ela me confiou, não percebes?

- Você é que não percebe a gravidade disto. A tua ex vai me destruir. Ela vai me entregar àqueles monstros que vão me prender, abusar de mim ome fazer barbaridades que nós dois não conseguimos sequer imaginar. Ela vai nos separar, Colin,m. Prefere conservar lealdade a quem tão mal te fez e apostar meu destino nas mãos dela? Eu não acredito que você vai fazer isso comigo justo agora que acaba de me dizer que me queria na sua vida. Pelo visto eu não sou tão importante quanto você quase me fez acreditar.

- Você não está a ser justa agora, Ariela. Como pode achar que eu me importo mais com a Monique do que contigo quando estou aqui, do seu lado, no meio desta confusão?

- Porque você está a se segurar. Não está a dar tudo de si, a jogar com tudo, para me tirar das mãos dela.

-Porque eu não tenho nada que possa usar contra ela e me sinto encurralado também.

- E se tivesse, usaria? Fala Colin, você a colocaria contra a parede, por mim?

- Há limites que eu não pretendo cruzar a não ser que esteja mesmo no fundo, Ariela. Você não sabe o que eu passei quando traí Monique dessa forma naquele tempo. Não era só ela e a minha mãe a me condenar. Eu fui mais duro comigo do que qualquer um, e acredite em mim, não há nada pior do que você ter desprezo por si mesmo, pela pessoa que se tornou. E tudo isso foi por uma simples decisão - trair alguém para alcançar algo. Então não é por ela que eu não quero cruzar essa linha. Não quero me tornar essa pessoa de novo e me sentir o trapo que me senti. E vou fazer de tudo para que nem ela se torne e nem você seja vítima disso. Não é justo, com nenhuma das duas.

Ariela olha para ele e seu coração parte. Não era justo lhe pedir tal coisa. Não era justo lhe pedir o que quer que fosse, ele não a devia nada. Os árabes eram seu problema e ela devia parar de pressiona-lo a mergulhar num mar negro que sequer conseguiu atravessar por completo só para resgata-la da corrente. Colin ainda carregava a culpa por ter traído Monique na faculdade e, essa culpa, lhe fazia não conseguir odiá-la pelo abandono, tampouco pensar na possibilidade de magoa-la outra vez.

Ela segura na mão dele e a aperta em sinal de compreensão.

- Me desculpa. Me desculpa por te cominar tanto e pedir para que cruzes esse limite. Mas eu me sinto no fundo, Colin. Eu estou no meu fundo e se você não está nele ainda para cruzar todas as linhas e me ajudar, então eu terei que cruzar o meu limite e seguir a única saída que me resta.

- Como assim? Que saída? - ele pergunta, intrigado. Nos olhos dela o mar está agitado e ele receia pelo que se passa na cabeça dela.

- Desaparecer da sua vida e não deixar rastos.©💐

©💐

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.
Um sonho Para MimOnde as histórias ganham vida. Descobre agora