Capítulo 51- Palavras não ditas.

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Caros, leitores. Desculpem a demora. essa semana foi muito difícil para mim, e embora não me sentisse muito animada para escrever, tentei fazer um capítulo interessante de ser lido, espero que tenha conseguido, Me desculpem por qualquer erro ortográfico, e devo dizer que ficou um capítulo enorme. Me desculpem por isso também, Espero pelos comentários que sempre me animam a continuar escrevendo. Obrigada por tudo. Beijos.



GILBERT

Gilbert viu Anne no topo da escada e sorriu. Havia uma luz atrás dela que iluminava seu rosto, dando-lhe um ar etéreo quase sobrenatural, e ele se recordou da primeira vez que a viu chegar na fazenda dos Cuthberts, tão pequena e frágil, os olhos azuis assustados e os cabelos ruivos que desciam espessos pelas suas costas. Ele pensou naquele momento que nunca tinha visto algo tão lindo. Alguém assim tão perfeito não.podia ser humano, ela era uma criação divina que viera dos céus para encantá-lo, Anne era seu anjo ruivo. Ele se lembrava de tê-la descrito assim ao seu pai e ele rira dizendo que Gilbert estava falando como um bobo apaixonado.

Aos onze anos, Gilbert não sabia bem o que era estar apaixonado, mas, se isso significava que teria a amizade daquela garota para sempre, então ele podia sim dizer que se apaixonara por aquele rosto encantador.

Levaram-se anos para que ele entendesse a profundidade do sentimento que o pai descrevera em sua infância, mas, naquele instante ele compreendera que em mesmo em sua ingenuidade daquela época seu coração já pertencia àquela garota que olhava para ele agora como se não existisse mais ninguém no mundo a não ser eles dois.

De repente, a cena adorável mudou o seu foco e Gilbert viu Anne tropeçar no segundo degrau, perder o equilíbrio e começar a cair sem apoio nenhum. Ele gritou no instante em que Anne tentava segurar em algum lugar que impedisse sua queda, mas, suas mãos escorregaram pelo corrimão sem que ela conseguisse firmar suas pernas, e em uma fração de segundos ela estava aos pés dele e jazia desacordada no chão frio de linóleo.

Gilbert se ajoelhou ao lado dela sem saber o que fazer, e tocou no rosto dela enquanto dizia:

- Anne, por favor, fala comigo. Amor, eu estou aqui, abra esses seus lindos olhos e me diga que está bem. Por favor, Anne, não faça isso comigo. - sem perceber que estava chorando, Gilbert continuou a falar com Anne como se ela pudesse escutá-lo e fazer o que ele pedia.

- Dr. Blythe. Precisa que eu chame uma ambulância? - o porteiro que o conhecia das visitas que já fizera para Anne, e também do hospital local lhe perguntou. Gilbert olhou para ele e percebeu que várias pessoas estavam ao seu redor, olhando a cena penalizadas, se perguntando como aquele acidente com uma moça tão bonita acontecera.

- Por favor, faça isso. Não posso removê-la daqui sem a ajuda de uma ambulância. - o porteiro assentiu e logo discou o número de emergência, enquanto Gilbert continuava ajoelhado ao lado de Anne, segurando sua mão que jazia inerte ao lado do corpo.

Então, Gilbert pensou que ele deveria ter tomado a atitude de chamar a ambulância, mas, em seu desespero aparente, ele deixou seu papel eficiente de cirurgião de lado, para deixar que emergisse à superfície o homem apaixonado pela mulher que continuava de olhos fechados, sem emitir nenhum som, nenhuma palavra que pudesse lhe dar qualquer esperança de que estivesse bem.

Ele baixou a cabeça e rezou baixinho dizendo: "Por favor, Senhor. Não a tire de mim também". - seus olhos ainda estavam cheios de lágrimas que caiam sobre o corpo de Anne estático e quase sem vida. Gilbert se sentou no chão, e colocou com cuidado a cabeça dela em seu colo, enquanto suas mãos buscavam a pulsação de Anne, que batia bem fraquinha e quase não se dava para ouvir. O jovem médico respirou aliviado, ao constatar que ela ainda estava viva, e acariciou-lhe os cabelos, beijando-lhe a testa com devoção, e rezando para que a ambulância não demorasse a chegar.

Anne with an e- Corações em jogoWhere stories live. Discover now