Capítulo 35- O incêndio

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Anne

Anne trabalhava no roseiral de Marilla naquela manhã, e embora não fosse muito boa com jardinagem, era uma atividade relaxante-, e só Deus sabia o quanto precisava relaxar depois que Gilbert despejara sobre ela as notícias sobre Sarah.

Ela o olhara incrédula assim que ele lhe contara, como se fosse difícil para ela conceber que uma pessoa tão jovem pudesse sofrer de um mal tão terrível. Seu coração se compadeceu tanto de Sarah quanto se apertou ao ver a expressão de sofrimento de Gilbert. Ela o abraçou e disse:

- Sinto muito, meu amor. - Gilbert rodeou sua cintura com força como se realmente precisasse do consolo que ela lhe oferecia.

- Sarah é uma pessoa incrível. Não merecia passar por isso. Como não percebi que as dores de cabeça que ela reclamava com frequência, fossem algo tão grave? - Anne olhou para o rosto dele sem acreditar que ele estivesse se culpando por algo que ninguém poderia ter previsto.

- Amor, não é sua culpa. Coisas assim acontecem todo o tempo, e ninguém pode ser responsabilizado por isso.

- Eu sou médico, Anne, eu devia saber. - ele soltou a cintura dela e se virou de novo para a janela, olhando a escuridão lá fora, sem realmente enxergar nada.

- Você não é Deus meu amor. É um médico maravilhoso, mas não tem o poder de saber por antecipação quando alguém vai ficar gravemente doente.

- Eu preciso ajudá-la, Anne. Não posso dar as costas para algo assim.- Gilbert estava tão angustiado que Anne temeu que ele ficasse doente também.

- Calma, querido. Estou aqui. - ela o abraçou de novo, acariciando seus cabelos como se acalmasse um garotinho. Gilbert se deixou cuidar por Anne, pois se sentia tão perdido que não sabia que rumo tomar. Depois de alguns minutos em silêncio, Anne disse:

- Gil, se você acha que pode ajudar Sarah de alguma maneira, faça isso. Eu entendo sua aflição, afinal, ela fez parte por sua vida por tanto tempo.

- Obrigado, meu amor pelo apoio, você não sabe o que isso significa para mim. - Ele disse beijando o topo da cabeça de Anne.

- Não precisa agradecer. Você sabe que pode contar comigo sempre. - Anne disse, beijando-o nos lábios. – Agora, venha comigo.Eu sei exatamente do que você precisa. – E puxou-o em direção à cama.

Anne fez Gilbert se deitar de bruços, e começou a massageá-lo, desfazendo os nós de tensão que se acumulavam nas costas masculinas, as vezes ela usava os lábios em lugar das mãos, descendo-os sobre o corpo de Gilbert, fazendo o gemer baixinho, os músculos se enrijecendo e relaxando a cada toque.

A intenção era apenas fazer Gilbert se livrar da ansiedade e a angústia que o dominava, mas acabou provocando algo mais em ambos. Quando as mãos de Anne estavam bem próximas a cintura de Gilbert, ele se virou e ela pôde perceber o fogo da paixão queimando os castanhos dos olhos dele, e mais uma vez seus corpos se entregaram aos seus instintos mais primitivos. Quando Gilbert a beijou com um misto de desejo e desespero, Anne compreendeu que Gilbert precisava mais daquilo do que ela, e deixou que ele mergulhasse em seu corpo como se amá-la daquela maneira fosse a resposta para todos os seus medos. Anne entrelaçou seus dedos nos dele, e deu a Gilbert exatamente o que ele queria, tentando dessa maneira preenchê-lo com seu amor. Quando relaxaram novamente, Gilbert beijou-lhe a testa e disse baixinho.

- Eu te amo, Anne

- Eu também te amo, Gil.

E assim adormeceram um nos braços do outro, cheios de uma nova paz e esperança que aquele sentimento que sentiam tornava possível. Gilbert acabou indo embora somente no dia seguinte, logo após Marilla e Matthew o encontrarem tomando café com Anne. O constrangimento inicial do casal, logo desapareceu ao observar a alegria dos dois irmãos em vê-los juntos.

Anne with an e- Corações em jogoWhere stories live. Discover now