Part 29- O Jogo do amor

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ANNE

Anne olhava para sua cerejeira e pensava que de todas as coisas boas de estar de volta a Green Gables era aquela sensação de paz, que fazia a sua alma se sentir exultante, e seu coração alcançar voos infinitos.

Aquele lugar era mágico, lhe trazia um sentimento bom de liberdade. Era como se os coisas ruins que a magoavam em sua vida fossem deixadas em algum lugar de seu passado distante, e somente sobrasse aquela calma que a fazia ver e sentir o melhor de tudo.

E o melhor de tudo se resumia a Gilbert Blythe, porque com certeza, de todas as surpresas que encontrara à sua espera naquelas terras maravilhosas, ele tinha sido o mais emocionante. Ela não achará que se apaixonaria por ele novamente, e nem que teriam um relacionamento tão intenso. O máximo que imaginara era que talvez se falassem cordialmente, em respeito aos bons amigos que foram, mas agora entendia que ela e Gilbert tinham construído uma história tão sólida desde quando se conheceram, que se apaixonar tinha sido inevitável.

Quando Anne pensava em todas as coisas que aconteceram naquela época, ela percebia que nunca olhara para Gilbert somente como amigo. A primeira vez que observara aquele sorriso aos nove anos de idade, ela pensara estar vendo o seu salvador, pois de fato ele a salvara das garras de um garoto mau e a deixara em segurança, e não fora difícil para ela segurar com força na mão que ele lhe oferecera e entender que era assim que ele a conduziria pela vida toda.

E agora ela estava ali, segurando firme na mão dele se novo, como se nunca a tivesse soltado, e a confiança que tinha nele antes de estendia até o presente, pois Anne sentia como se aquela conexão que tinham sempre estivera ali, mesmo na distância, nos anos que passaram separados e no amor que crescera entre eles e que estava se tornando cada vez mais forte.

Gilbert Blythe era um ser humano notável, tão nobre de caráter e tão apaixonante que se tornava tão fácil gostar dele, era tão fácil se perder naqueles olhos que despertavam o melhor que havia nela, era tão fácil encostar a cabeça em seu peito e sentir estava protegida, e que por mais que lá fora o mundo fosse cruel, frio e vazio-, ela sempre teria nos braços dele um abrigo contra toda a escuridão e dor, e ela tinha que confessar que os braços de Gilbert era o seu lugar favorito no mundo.

Como se ouvisse seus pensamentos o celular de Anne tocou, e ela viu que era Gilbert. Era incrível como ele sempre parecia saber que ela estava pensando nele, pois não foram raras as vezes em que Gilbert lhe mandara mensagens no exato momento em que se lembrava dele por algum motivo. Era uma telepatia de sentimentos que era difícil de acreditar que pudesse existir, mas que entre eles parecia tão natural que ela já se acostumara a isso.

Anne atendeu o telefone, e ao ouvi-lo falar, ela desejou ardentemente estar com ele naquele momento somente para ouvir a voz de Gilbert, que a fazia viajar em seu timbre grave e rouco lhe provocando emoções nunca antes sentida. Era mesmo louco o que a voz de Gilbert conseguia fazer com ela, assim como seus beijos quentes, e suas mãos.

Quando criança ele costumava cantar para afastar os medos dela, e agora quando ele conversava com ela, Era o seu coração que se alegrava ao ouvi-lo, porque todas as suas palavras eram ditas na linguagem do amor.

Anne não tinha a menor dúvida de que Gilbert era seu ponto fraco, e amá-lo a tornava vulnerável ao mesmo tempo que a fortalecia por dentro. Eram dois lados que ás vezes duelavam entre si, pois ao mesmo tempo em que a vulnerabilidade a deixava propensa ao sofrimento, a força que o sentimento que sentia lhe proporcionava lhe dava coragem para lutar pelo que quisesse, e ela nunca fora de desistir de uma boa briga.

- Está ocupada? – a voz dele a trouxe para o presente.

- Não, na verdade estou em meu quarto pensando.- ela respondeu ouvindo-o respirar do outro lado

Anne with an e- Corações em jogoWhere stories live. Discover now