Capítulo 93- Uma longa noite

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Olá, espero que gostem deste capítulo e me deixem seus comentários. Beijos. Ps: Escutem a música, ela combina demais com essa fase do nosso  casal.


ANNE

Anne se levantou naquela manhã sentindo as consequências da tensão do dia anterior em seu corpo. Não havia um só músculo que não estivesse dolorido, portanto, sair da cama foi mais difícil do que imaginara, pois a sensação de que cairia doente estava nítida em cada gesto seu, mas ela resistiu bravamente à vontade de dormir o dia inteiro.

Assim, ela saiu do quarto, dando uma espiada no corredor, tentando perceber a presença de seu marido por ali que não parecia fazer nenhum barulho dentro do apartamento. No entanto, quando deu dois passos em direção à cozinha, ela estacou de repente ao ver uma mala perto da porta, e como se surgisse do nada, Gilbert apareceu com um casaco em uma das mãos, e na outra, ele carregava uma pasta cheia de documentos.

- O que está fazendo, Gil? - ela perguntou assustada ao vê-lo vestido tão cedo, e nem era hora de ele ir para o trabalho.

- Eu te disse, eu vou para um hotel. - Ele respondeu com cautela estudando-lhes as feições, enquanto ela deixava escapar com os olhos lacrimejando:

- Você vai me deixar?

- Não estou te deixando, Anne. Acho apenas que precisamos de espaço para descobrirmos o que realmente importa e desejamos. Não faz sentido eu ficar aqui desse jeito. - Ele disse colocando as mãos no bolso do seu casaco e olhando para os sapatos.

- Você não precisa ir. Aqui é sua casa. - Ela respondeu, tentando achar uma coerência naquilo, mas não encontrava nenhuma. A única coisa que martelada em sua cabeça era que Gilbert estava saindo do apartamento, e a sensação de vê-lo ir sem ela era terrivelmente desoladora

- Anne, aqui nunca foi minha casa de verdade. Você comprou esse apartamento com seu próprio dinheiro, e eu não tive participação nenhuma nisso. Eu vim para cá, porque íamos nos casar, e você estava tão empenhada em transformar esse lugar em nosso lar, que eu não me importei de abrir mão do meu canto para morar aqui com você. Mas, agora em vista dessa situação toda, eu preciso de um lugar só meu.

- Você tem um lugar só seu aqui, foi por isso que eu decorei e mobiliei aquele escritório para que você pudesse se sentir em casa.- ela disse apertando forte os punhos, enquanto sentiu suas estruturas emocionais balançarem perigosamente.

- Ainda continua sendo seu. - Ele retrucou calmamente.

- Você é meu marido, e o que é meu é seu também. - ela tentava desesperadamente convencê-lo daquilo, porque não suportava em ver Gilbert indo embora da sua vida.

- Nós casamos com separação de bens , Anne, então, o que acabou de dizer não tem valor legal nenhum.- ele disse olhando-a com seus olhos caramelos que sempre tinham algo a lhe dizer, mas naquele momento estavam tão frios.

- Que se dane a lei. Você é meu marido, e eu é quem decide o que é legal ou não.

- Até quando, Anne, eu serei seu marido? Pois a julgar pela última semana, você não tem me olhado muito dessa maneira.- ela apertou as mãos uma contra a outra para conter o nervosismo e falou:
- Por favor, não vá.

- Você me perdoou, Anne?- ela queria dizer que sim, mas ainda estava magoada, ainda tinha a cena do consultório dele em sua cabeça, então, preferiu ficar quieta do que falar uma inverdade que acabaria com o pouco que ainda tinham.

- Eu entendi. - Ele disse tristonho. - Então é melhor que eu vá embora, pois preciso de um tempo longe daqui, longe dessa confusão toda, e longe de você. - Ele disse aquilo da maneira mais serena possível, mas Anne não pôde deixar de sentir como se um punhal estivesse sendo fincado em seu coração. Não conseguiu responder aquilo, porque tentava impedir que as lágrimas rolassem, mas mesmo com todo o seu esforço, algumas escaparam por suas pálpebras, fazendo Gilbert se aproximar, beijá-la na testa e dizer:

Anne with an e- Corações em jogoWhere stories live. Discover now