23. Conversas Tensas e Duras Confissões (round 1) - parte 2

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Colin segura a mão dela. Seu coração bate descontroladamente, é apenas a segunda vez que abre seu coração e sua história de tal forma para alguém. Nem com Rupert, a pessoa com quem falava sobre quase tudo, revelava-se desse jeito. Mas quer dar essa verdade para Ariela, da-la razões para confiar nele e ele confia-la seu coração mesmo que da primeira vez tenha se dado tão mal. De alguma forma ele ainda esperava no amor e sentia que Ariela era diferente, ela não iria machuca-lo como Monique fez.

- Eu não quero ser o infeliz que não cedeu a você, Ariela. Não quero ser o orgulhoso que não se permitiu viver o amor simplesmente porque se abrir era aceitar que necessitava de ti. Eu não quero ser o covarde que não diz o quanto quer que estejas do seu lado e tem medo de dizer que não é perfeito. Que já errou nesta vida, terrivelmente, e se arrependeu amargamente. Que se iludiu e apanhou o pior de quem confiava, mas outra vez se encontrou em ti e quer viver o que quer que seja que esteja reservado para nós.

Ariela treme quando respira. Lágrimas transbordam dos seus olhos, seu coração não aguenta tanta emoção.

- Colin...

- Eu trai a Monique, Ariela. Não com outra mulher, eu trai sua confiança e minha própria honra. Enquanto as empresas de nossas famílias fossem concorrentes, nosso trato era não falar dos nossos negócios e respeitar o espaço do outro. Monique já estava envolvida com a petrolífera de sua família e concorria a cargos de liderança, mas meu pai... ele não confiava em mim. Achava que eu era mole demais para fazer o que fosse preciso pelo bem da empresa e não era capaz de aguentar o jogo do mercado. Eu estava obcecado em lhe provar o contrário que... que acessei informações confidenciais sobre um projecto grandioso que os franceses estavam a trabalhar nele e dei ao meu pai. Ele nunca esteve mais orgulhoso de mim, Ariela e eu... eu me tornei a pior versão que já fui. Enquanto eu era aplaudido como responsável pela ascensão do nosso país no ranking da indústria, Monique perdia tudo, inclusive o respeito e consideração da sua família. - ele diz e olha para Ariela que lhe toca a mão num sinal de apoio.

- Você não era o homem que é hoje.

- Eu não me tornei ele da melhor maneira, Ari.

- Eu sei. E não consigo imaginar o inferno que Monique passou por isso, mas, Colin, todos nós erramos. O importante é o que fazemos depois disso.

- Ela sequer conseguia me olhar ou ouvir falar de mim. Largou a universidade e voltou para sua casa e passei anos sem ouvir falar dela. Também demorei a procura-la, sabia que não havia perdão possível para o que fiz. Eu despertei o pior nela Ariela, e não imaginava o quanto até ela me plantar naquele altar. Consegue imaginar a extremidade da dor dela que alimentou essa raiva por anos e anos até chegar àquele dia?

Ariela lhe abraça. Tudo o que consegue fazer naquele momento é lhe envolver nos seus braços e permitir-lhes sentir que estava ali para ele, que tinham um ao outro. Colin se encaixa perfeitamente nela e sentir o aperto dos seus braços e o calor do seu corpo lhe faz sentir amparado, compreendido e estranhamente perdoado. Talvez porque precisava de alguém que nao fosse Rupert para lhe mostrar que não podia ser endiabado por algo que já se arrependeu e buscou se redimir.

- Estou feliz que você tenha me contado isso, Colin.

- Eu também. Estou aliviado por ter falado isso para ti.

Eles trocam sorrisos cúmplices.

- Acho que agora é a minha vez, então.

- Eu não quero que te sintas pressionada a me falar Ariela. Quero que me digas porque queres, não porque e condição para ficarmos jme juntos. E temos todo o fim de semana para nós, poderá me falar a qualquer momento. Agora, eu só quero me deitar na rede de descanso que tem lá fora, bem abraçado a ti e esquecer um pouquinho essas coisas tensas e todos os problemas que tenho.

Ariela acena com a cabeça. Também ia apreciar bastante algo do género depois daquelas verdades.

- As coisas estão difíceis na empresa?

- Como nunca estiveram antes. Mas já estamos a tentar algo para nos salvar desta crise. Eu tive que fazer algo que nunca pensei que fosse fazer. Antes de ir atrás de ti, eu fui deixar Rupert no aeroporto. Enviei-lhe para Riad para intermediar o retorno da nossa parceria com os árabes.

- Com.... Com os árabes?

- Sim. - Colin diz e explica mais alguma coisa que Ariela sequer consegue ouvir. Tudo a sua volta vibra a uma frequência alta demais que agride seu cérebro e só ouve a voz de Colin como um zumbido fragmentado falando coisas que só esperava ouvir em seus pesadelos cortaram laços, franceses, tudo, falência, não opção. Árabes, árabes, árabes.

Ela se levanta e grita para fazer tudo parar.

- Com os árabes não, Colin. Você não pode se associar a eles.

- Eu sei que não devia, mas estou a dizer-te que não tenho outra opção, Ariela. Não seja como a minha mãe, por favor, e entende isso. Isto tudo está a acontecer por minha culpa, e esta parceria é tudo o que nos resta ou vai ser o fim da dinastia Vaughn e de tudo que minha família construiu por gerações, e eu serei o culpado por destruir. Eu não posso deixar isso acontecer. E farei o que for preciso para salvar a nossa empresa, nem que tenha que me aliar ao inimigo. Eles são a nossa única opção e eu espero que você esteja do meu lado nessa luta, porque eu não sei o que me espera mais a frente. Eu preciso de ti, Ariela. Estás comigo? ©💐

 Estás comigo? ©💐

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