22. Conversas Tensas e Duras Confissões (round 1) - Parte 1

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- Como assim? Conheceu o meu pai?

Alfred, conturbado, engasga na sua voz que falha.

- Ahm, não. Digo, não pessoalmente, mas... mas acho que é só colocar o apelido Vaughn no google que ele está lá.

Não era a resposta que esperava, mas ele concorda.

- Lembro-me que uma vez Ariela mencionou que o senhor trabalhava na indústria de petróleo e gás. Onde foi?

- Ela mencionou, não foi? - Desta vez é Ariela quem abaixa a cabeça perante o olhar juiz do pai.

- Lembro-me que mencionei que foi há bastante tempo. E essa não é uma fase que meu pai goste muito de relembrar, Colin.

Colin sente a tensão entre eles e decide não puxar mais a conversa. Realmente havia sido um timing ruim a sua chegada ali e, pelo visto, segredos eram coisa de família.

- Tudo bem, não quis ser invasivo.

- Não se preocupe, filho. São apenas velhas feridas que prefiro não coçar. - Frederick responde.

E aquele silêncio constrangedor reina entre eles. Ariela desvia o olhar do dele quando por um segundo se cruzam e abraça seu próprio corpo, constrangida e ressentida pela mentirosa que estava a ser ao não falar a verdade para ele.

- Ahm, eu não sabia que estarias com o teu pai quando vim. Queria te levar para um sítio para falamos, mas fazemos isso noutra hora.

- Não. - Ariela diz, com urgência - Meu pai e eu já terminamos. Se deixarmos ele em casa antes podemos então ir onde você quer me levar.

 Se deixarmos ele em casa antes podemos então ir onde você quer me levar

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Colin conduziu por duas longas horas até chegarem ao destino. Era uma pequena casa, um chalé numa zona alta no meio de um vasto espaço verde de árvores frondosas e sons de pássaros e grilos.

Ariela sentia a frescura do ar e os suaves toques do vento na pele, a natureza, pura e viva. Fechou os olhos e colocou sua ansiedade de lado para sentir como era bom e revigorante respirar longe da cidade e da agitação. De repente todos problemas eram levianos e tudo era mais promissor.

Colin parou ao seu lado e quando olhou para ele, ele já estava com os olhos em si. Sorriram um para o outro e voltaram a olhar para o alto, para o horizonte onde o sol já explodia em tons alaranjados como fogo e sangue e coloria as nuvens.

- Por que demorou tanto para me mostrar este lugar? - ela perguntou.

- É onde venho quando quero fugir do mundo e colocar a minha cabeça no lugar.

Imaginou que fosse. O lugar era perfeito para um tempo consigo mesmo. Um refúgio do mundo agitado da civilização lá fora e de todos os problemas que vêm com ela. Mas eram dois daquela vez.

- E porquê estamos aqui? Os dois?

Ele olhou para ela em silêncio, estendeu sua mão e, mesmo confusa, Ariela pôs a sua por cima.

- Vem, vamos lá para dentro.

O interior da cabana era igualmente fascinante e transportava a sensação do campo nele também. A decoração era rústica e tudo ecologicamente sustentável, até a energia era solar - Colin explicou.

- Construí este chalé quando acabava de assumir a liderança da empresa. Aquele trabalho pode dar cabo da sua sanidade às vezes. - ele contou enquanto punha a chaleira no fogo para ferver a água.

- Foi uma sábia decisão, senhor Vaughn. O lugar é incrível.

Ele se vira para ela, encostado a bancada da cozinha. Ariela não consegue evitar se sentir enfeitiçada por sua imagem descontraída, de mangas arregaçadas e aquele olhar natural, mas totalmente demolidor para a sua mente.

- E você? Tem algum lugar de refúgio?

- Quando era mais nova era em baixo da cama. Meu pai sempre me encontrava lá, escondida a chorar ou então já adormecida se demorasse me procurar. Cresci e se tornou a minha cama mesmo. Um bom sono sempre me deixa mais tranquila.

Ele sorri. Tão simples, pensa.

- Eu devia ter pensado nisso. Teria me poupado milhões.

- E agora estaríamos em cima de uma cama! Não me parece tão grandioso e romântico como isto. Eu gosto disto.

A chaleira começou a apitar e Colin se pôs a servir o chá antes de caírem novamente no silêncio que antecede conversas tensas e duras confissões.

Olha para ela de relance enquanto toma o chá e só pensa que não a vai deixar escapar de si. De maneira alguma.©💐

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